O esquema de manipulação de resultados descoberto pela Europol não foi o único escândalo que ocupou as manchetes dos jornais espanhóis nesta segunda-feira. O ex-presidente do Real Sociedad, Iñaki Badiola, denunciou os seus antecessores por acobertarem casos de doping entre 2002 e 2008. O mandatário garantiu que os médicos do clube tiveram o consentimento da diretoria para gastar cerca de 342 mil euros (R$ 992 mil) em remédios ilícitos.
“Nosso conselho denunciou os médicos do clube, porque nas seis temporadas anteriores, pelo menos, as diretivas pagavam por fora para comprarem remédios que estavam catalogados como dopantes e, por isso, eram adquiridos com dinheiro negro em mercados ocultos”, revelou Badiola, em entrevista ao jornal espanhol As.
A denúncia do dirigente se tornou ainda mais preocupante com a alegação de que o controle antidoping do futebol espanhol foi facilmente burlado pelas gestões que comandaram o clube. “Disse que o sistema está mal regulado, que existe uma falha ou que a dopagem vai muito adiante, com médicos que sabem encobri-la perfeitamente”, emendou.
O principal alvo de Badiola nesta acusação é José Luis Astiazara, que hoje controla toda a Liga de Futebol Profissional da Espanha. Procurado pela reportagem do jornal espanhol, o dirigente negou seu envolvimento com qualquer tipo de corrupção no esporte. Durante o período citado pelo ex-presidente, a equipe chegou ao vice-campeonato do Nacional e disputou até uma edição da Liga dos Campeões.