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Fifa rejeita recurso movido pelo Santos contra Neymar, seu pai e o Barcelona

Ações foram movidas em 2015 para receber indenizações

postado em 12/07/2017 12:13 / atualizado em 12/07/2017 14:49

AFP / PAU BARRENA
A empresa NN Consultoria, que gerencia a carreira de Neymar, divulgou por meio de nota na noite da última terça-feira que a Fifa rejeitou os processos do Santos contra o próprio jogador, seu pai as empresas da família e o Barcelona. As ações foram movidas em 2015 com o objetivo de receber indenizações por possíveis prejuízos em função da negociação do atleta com o clube catalão, oficializada em 2013.

"Em decisão publicada hoje (terça-feira), a entidade máxima do futebol mundial julgou improcedente todos os pedidos do clube brasileiro em ação movida contra Neymar Jr., seu pai e o Barcelona", informou a empresa.

Segundo Marcos Motta, advogado para assuntos internacionais de Neymar, seu pai e da N&N Consultoria, o parecer foi julgado pela Fifa no último dia 30 de junho, mas o resultado foi informado aos seus clientes, aos dois envolvidos e até para a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) apenas nesta terça-feira.

Primeiramente, a entidade se declarou impossibilitada de julgar tanto o pai de Neymar como a empresa da família por ambos estarem fora de sua jurisdição esportiva. Depois, a Fifa aceitou analisar os processos contra Neymar e o Barcelona, mas julgou não ter havido irregularidades na negociação entre as partes.

"O Santos fez mais de 16 pedidos à Fifa, dos mais variados tipos, como, por exemplo, suspensão do atleta, declaração de fraude contratual, pagamento sobre quebras de contrato e indenização de 70 milhões de euros (algo em torno de R$ 260,5 milhões). E todas essas requisições foram rejeitadas", explica Marcos.

"A entidade máxima do futebol julga como regular a transferência do Neymar para o Barcelona", declarou Motta, que recebeu somente o resultado do julgamento e ainda não teve acesso à fundamentação da decisão da Fifa.

O Santos ainda poderá recorrer à segunda instância da Fifa em até 30 dias. No entanto, a defesa de Neymar acredita que um novo parecer da entidade não deverá ser diferente. Mais tarde, o clube paulista também poderá apelar à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês). "Isso acaba com qualquer polêmica sobre a transferência dele para a Espanha", completou.

O porta-voz da Fifa Fedor Turbin confirmou apenas que o Comitê de Status de Jogadores e a Câmara de Resolução de Disputas lidou com dois processos feitos pelo Santos contra Neymar e outra contra o Barcelona. No entanto, as decisões finais ainda não foram notificadas. Até o final da manhã desta quarta-feira, o Santos ainda não havia dado uma resposta oficial sobre o caso.

O caso foi aberto pelo clube paulista em maio de 2015 com o objetivo de receber ressarcimento sobre supostos danos sofridos na negociação do jogador, em 2013, que teria acontecido sem a anuência da diretoria. A princípio, a equipe espanhola havia dito que toda a transação teria sido de 57,1 milhões de euros (R$ 213,45 milhões).

Deste valor, 40 milhões de euros (R$ 149,52 milhões) foram pagos à empresa da família de Neymar, acordados ainda em 2011, e somente 17,1 milhões de euros (R$ 63,92 milhões) foram entregues ao Santos, em 2013. Deste último montante, o clube alvinegro ainda teria que destinar 40% à DIS e outros 5% à Teisa, empresas que detinham partes dos direitos econômicos do atleta.

No entanto, depois foi revelado que Neymar teria custado ao Barcelona 86,2 milhões de euros (R$ 322,23 milhões), somando-se ao valor inicial luvas pela assinatura do contrato, de 10 milhões de euros (R$ 37,38 milhões); comissão de agentes, 2,7 milhões de euros (R$ 10,09 milhões); acordo com a NN para acompanhar jovens jogadores do Santos, 2 milhões de euros (R$ 7,47 milhões); prioridade em três jogadores santistas, 7,9 milhões de euros (R$ 29,53 milhões); doação do clube ao Instituto Projeto Neymar Jr., 2,5 milhões de euros (R$ 9,34 milhões); e direitos de imagem do atleta, de 4 milhões de euros (R$ 14,95 milhões).

Ainda durante este processo, o Santos foi multado pela Fifa em US$ 75 mil (cerca de R$ 243 mil), em março de 2016, devido à interferência de terceiros nas negociações de seus jogadores. Um destes atletas foi Neymar, de quem os direitos econômicos eram divididos com a DIS e com a Teisa.

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