Futebol Nacional
None

UM MOMENTO NA HISTÓRIA

Procópio, o xerife celeste

postado em 21/02/2013 08:59 / atualizado em 21/02/2013 09:03

Arquivo/EM/D.A Press
Zagueiro com passagens por grandes clubes brasileiros, Procópio Cardozo Neto começou a carreira no Renascença. Em fevereiro de 1959, ele transferiu-se para o Cruzeiro pela primeira vez, numa negociação arrastada. O Estado de Minas do dia 10 publicou o interesse do então diretor de futebol Felício Brandi na contratação do jogador: “Interessado o Cruzeiro em Procópio, do Renascença” – na mesma época, havia outro Procópio, lateral do Sete de Setembro.

A transferência para o Cruzeiro não foi fácil. “Exigiu do diretor Felício Brandi muita paciência, habilidade e insistência”, conforme definiu o jornal em 27 de fevereiro de 1960. O dirigente celeste havia iniciado entendimentos com o presidente do Renascença, Alcides Diamantino, que esperava apenas o aval de sua diretoria para liberar o jogador. De acordo com o jornal, Procópio já teria manifestado seu desejo de se transferir para o clube celeste.

Somente cinco dias depois, o EM deu o desfecho da negociação: “Procópio cedido ao Cruzeiro”. No acerto, ficou definido que, além de uma quantia de Cr$ 31.200, o Renascença receberia os atacantes Emerson e Zezinho. Finalmente, no dia 20 o jornal anunciou a assinatura de contrato. Como o jogador era menor de idade (19 anos) e não tinha pai (promotor de Justiça, ele foi assassinado quando Procópio ainda era criança, em Salinas), o clube teve de providenciar a nomeação de um tutor para assinatura do contrato.

CARREIRA Natural de Salinas, Norte de Minas, Procópio veio para BH para estudar no Colégio Batista. Com 17 anos, começou a jogar no juvenil do Renascença, como atacante. Foi o técnico Gerson dos Santos que o transformou em zagueiro, posição na qual se destacou no Torneio Classificatório para o Campeonato Mineiro de 1958. E Gerson dos Santos foi o treinador que o recebeu no Cruzeiro.

Curiosamente, quando foi contratado, Procópio recuperava-se de cirurgia no tornozelo e estava com atrofia na perna. Ele estreou com a camisa celeste em 22 de março (um dia após completar 20 anos), num amistoso contra o Bela Vista (vitória por 4 a 2), em Sete Lagoas, mas somente virou titular no fim do ano. Em 1961, foi para o São Paulo. No ano seguinte, transferiu-se para o Atlético. Depois passou por Fluminense (1963/1964), Palmeiras (1965/1966), novamente Atlético (1966), antes de retornar ao Cruzeiro. Ao todo, disputou 212 partidas pela Raposa até 1974.