Futebol Nacional
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Irritação e tumulto na venda de ingressos

postado em 03/03/2013 08:38

 (Bruno Freitas/EM/D.A Press)

Dificuldade de acesso, falta de informação e, diante do nervosismo, muita desistência. O torcedor que deixou para comprar ingressos para o jogo Cruzeiro x Tombense nas bilheterias do Mineirão teve de encarar novos problemas de organização ao tentar garantir pelo menos um lugar no estádio. Às 16h30, 30 minutos depois de a bola começar a rolar, ainda existiam longas filas para venda de bilhetes nas duas bilheterias – localizadas nos lados Norte e Sul da esplanada. O número de torcedores na rua era tanto que uma das filas da bilheteria do Cruzeiro dobrava o quarteirão das avenidas Coronel Oscar Paschoal e Catalão.

Depois do jogo, a Minas Arena emitiu nota informando que os ingressos estão sendo vendidos desde a manhã de quinta-feira. A grande demanda de torcedores “poucos minutos antes da partida” teria ocasionado as filas. “O sistema de vendas funcionou com tempo médio padrão de atendimento e todos os torcedores que estavam na fila foram atendidos”, declarou a Minas Arena, acrescentando que não mediu esforços para apoiar o Cruzeiro no atendimento aos sócio-torcedores – também foi registrado acúmulo de pessoas no portão C. Somente 12, das 60 bilheterias do Mineirão, funcionaram. O presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, disse à Rádio Itatiaia que não aceita mais a empresa que trabalha com a Minas Arena na confecção e venda de ingressos (Outplan) e que irá solicitar a substituição. Caso isso não ocorra, o clube pretende assumir a venda.

Diante da demora nas bilheterias, vários cruzeirenses recorreram ao lado de vendas do Tombense, que, com um menor número de torcedores, conseguia atender todos de forma mais ágil. Ainda assim, muita gente não conseguiu comprar um bilhete (com preços de R$ 60 a R$ 120) e foi embora ainda durante o primeiro tempo, manifestando aos gritos o descontentamento com a organização da concessionária Minas Arena – punida pelo governo mineiro com uma multa de R$ 1 milhão devido aos problemas operacionais ocorridos no clássico Cruzeiro x Atlético, na reinauguração do Mineirão em 3 de fevereiro.

O problema repercutiu bastante nas redes sociais. Vários torcedores deixaram clara sua indignação contra a Minas Arena e contra o clube no Twitter e no Facebook. Mas no estádio, chegar uma hora e meia antes do jogo não adiantou para o bancário Magno Rocha Baldoni, de 43. Morador de Vespasiano, ele trouxe o filho Isaac Moreira Baldoni, de 6, para assistir o Cruzeiro pela primeira vez no Mineirão, mas desistiu do confronto por causa das filas enormes. “Sem condições de atender um grande público, faltam até funcionários nos guichês. Não tem como fazer Copa aqui”, reclamou.

O sentimento de indignação era o mesmo para o comerciante Hernane Porto, de 59. Acompanhado da esposa Rosanea, natural de Tombos (na Zona da Mata) e torcedora do Tombense, e da filha Laura, ele encarou quase 400 quilômetros de estrada: veio de Caratinga. “Dirigi uma grande distância para chegar aqui e passar por este vexame. Estou aguardando na fila há mais de meia hora e pelo visto só vou entrar quase no final do segundo tempo. É a primeira vez que o Tombense participa do Estadual, e parentes da minha esposa não conseguiram comprar nem ingressos de R$ 100. É uma situação complicada, temos que nos preparar muito para o Mundial”, alertou.

Além disso, outro fato ocorrido no clássico e no segundo jogo do estádio se repetiu. Vários pedaços de concreto caíram durante a partida na área destinada a profissionais de imprensa que trabalhavam no jogo. Ninguém se feriu.