Quarteto iluminado

Varginha – Quando a torcida do Cruzeiro, animada pela boa atuação da equipe, começou a gritar “o Melão é nosso”, não teve torcedor do Boa que não reconhecesse tal domínio. Os celestes eram em maior número nas arquibancadas, mas também mais bem posicionados na classificação e amplos favoritos dentro das quatro linhas. E em partida marcada pelo equilíbrio no primeiro tempo e fragilidade dos mandantes na etapa final, o Cruzeiro goleou o Boa por 4 a 1, nesse domingo, em Varginha, ampliando sua vantagem na liderança do Campeonato Mineiro.

Apesar de opor duas equipes em fases distintas, o jogo tinha ingredientes suficientes para torná-la interessante. A Raposa defendia uma invencibilidade de quase 17 anos e, pela primeira vez, o técnico Marcelo Oliveira teria à disposição o quarteto ofensivo considerado ideal, com os armadores Éverton Ribeiro e Diego Souza servindo os atacantes Dagoberto e Borges.

E eles não decepcionaram. Apenas Dagoberto passou em branco, apesar de ter se movimentado bastante. O entrosamento com Borges, com quem jogou no São Paulo, foi fundamental para o bom funcionamento do ataque. Na defesa, a equipe não teve muitos sustos. Paulão, que se consolida como o xerife da zaga, teve a companhia de Nirley e o auxílio de Leandro Guerreiro para impedir as investidas do adversário.

Apesar de o time celeste ter feito uma das melhores atuações da temporada, Marcelo Oliveira não quer se dar por satisfeito e afirmou que o time ainda tem muito a melhorar: “Não podemos achar que está tudo bem. É elogiável a vitória, mas não vamos nos empolgar tanto, nem nos abater quando tiver alguma dificuldade. Com o tempo, vamos melhorar o condicionamento físico, ritmo de jogo e produzir mais”.

FESTA Para muitos torcedores, a partida começou muitas horas antes de o árbitro Ricardo Marques Ribeiro apitar o início do jogo. Por ser um dos pólos mais importantes do Sul de Minas, Varginha sempre atrai torcedores de várias cidades da região, que não perdem a chance de ver o Cruzeiro em campo perto de casa. Na arquibancada, faixas de Elói Mendes, Alfenas e Lavras.

Os celestes festejaram o primeiro gol aos 25min, com Diego Souza, que recebeu na entrada da área, pela esquerda, e teve a calma de driblar o zagueiro Leandro Camilo antes de chutar no canto direito de Douglas. A bola tocou na trave e, caprichosamente, bateu nas costas do goleiro antes de entrar.

Marcando bastante, o Boa empatou com Fernando Karanga, aos 35. Mas dois minutos depois, o Cruzeiro voltou à frente no placar com Éverton Ribeiro. Para tristeza da atriz Viviane Araújo, que acompanhou o namorado Radamés da tribuna, o técnico Sidney Moraes tirou o volante no segundo tempo, o que desestabilizou o meio-campo do Boa. Com mais espaço, o Cruzeiro se impôs, marcou com Borges e Tinga, e perdeu outras chances, com Dagoberto, Egídio e com o próprio Borges. Na próxima rodada, o adversário será a Caldense, domingo.

FICHA TÉCNICA

Boa 1 x 4 Cruzeiro

Boa: Douglas; Robert, Leandro Camilo, Rodrigo Arroz e Aírton; Jair, Petros (Philip 15 do 2º), Radamés (Neílson, intervalo) e Marcelinho Paraíba; Betinho e Fernando Karanga (Fábio Silva 30 do 2º)
Técnico: Sidney Moraes

Cruzeiro: Fábio; Ceará (Mayke, intervalo), Nirley, Paulão e Egídio; Leandro Guerreiro, Nílton, Éverton Ribeiro (Tinga, 22 do 2º) e Diego Souza; Dagoberto (Élber 25 do 2º) e Borges
Técnico: Marcelo Oliveira

Estádio: Melão
Gols: Diego Souza 25, Fernando Karanga 35 e Éverton Ribeiro 37 do 1º; Borges 12 e Tinga 36 do 2º
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro
Assistentes: Márcio Eustáquio Santiago e Flamarion Sócrates da Silva
Cartões amarelos: Paulão, Diego Souza e Aírton

Viva
Para o quarteto ofensivo do Cruzeiro – Éverton Ribeiro, Diego Souza, Dagoberto e Borges –, que pode render bons frutos na temporada

Vaia
Apesar de ser atração na cidade, a partida não atraiu muitos torcedores ao Melão. Pouco mais da metade da arquibancada foi ocupada

Herói do jogo
Ainda em busca da melhor forma física, Diego Souza fez sua melhor partida com a camisa celeste. Em 90 minutos, mostrou habilidade, com direito a gol e assistência