Futebol Nacional
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CAMPEONATO MINEIRO

Sem clima de revanche

Jogadores do Cruzeiro garantem que já esqueceram as derrotas nas semifinais do ano passado. América espera vencer a terceira seguida, repetindo o que fez há 60 anos

postado em 05/04/2013 08:00 / atualizado em 05/04/2013 08:54

Ramon Lisboa/EM/D.A Press
Cruzeiro e América encaram o clássico de domingo, às 16h, no Mineirão, pela nona rodada do Campeonato Mineiro, de maneira bastante diferente. Enquanto a Raposa pretende terminar a primeira fase na primeira posição, o Coelho ainda luta para se garantir nas semifinais do Estadual. Além disso, a equipe celeste busca vingança, por ter sido alijada da final do Mineiro de 2012 justamente pelo tradicional rival, que venceu as duas partidas das semifinais. Já o time americano tenta vencer a terceira seguida sobre os cruzeirenses depois de quase 60 anos – a última vez foi entre 14 de dezembro de 1952 e 12 de julho de 1953.

Da equipe celeste que deverá começar jogando domingo, quatro atletas participaram das derrotas no ano passado: o goleiro Fábio, o zagueiro Leo, o lateral-esquerdo Éverton e o volante Leandro Guerreiro. Além deles, também estiveram em campo os zagueiros Thiago Carvalho, que deverá ficar no banco agora; o zagueiro Victorino, que está contundido; o armador Élber; e o atacante Anselmo Ramon, que voltou aos treinos esta semana depois de um mês se recuperando de contusão muscular na coxa esquerda.

Os remanescentes não admitem estar com o Coelho atravessado na garganta desde o ano passado, mas fica claro, no discurso deles, o desejo de dar o troco. “No ano passado nossa equipe vinha de uma mudança muito grande, haviam chegado muitos jogadores, além do treinador (Vágner Mancini). Isso prejudicou todo o nosso planejamento, mas aquela eliminação ficou no passado. No domingo temos a oportunidade de enfrentá-los e espero que a gente possa vencer para seguir na liderança”, disse Fábio, capitão da equipe.

Jogador do atual grupo com mais tempo de Cruzeiro, o goleiro acredita, de qualquer forma, que é possível tirar lições do que ocorreu em 2012 para que o resultado seja diferente neste domingo. “Naquela oportunidade, faltou atitude ao nosso time nos dois jogos. Foi crucial para que não chegássemos à final e sabemos disso, tanto quem permaneceu quanto quem chegou sabe da responsabilidade que é chegar o melhor possível na primeira fase. Temos que mudar a postura e estamos bastante cientes disso.”

Entre as preocupações da equipe celeste está a atenção especial sobre jogadores importantes no esquema do técnico Paulo Comelli. Entre eles estão o atacante Fábio Júnior, artilheiro do Campeonato Mineiro ao lado do atleticano Réver, com cinco gols cada um, e o armador Rodriguinho.

“São jogadores de muita qualidade. Joguei contra e também com o Fábio Júnior no Cruzeiro, fomos campeões (da Copa do Brasil) em 2000), sabemos que ele tem muita facilidade para finalizar. Já o Rodriguinho é rápido e bate muito bem na bola. Temos de ter atenção na marcação de todo o time deles”, diz Fábio.

No jogo de domingo, ele terá à sua frente a quinta zaga em nove jogos na temporada, agora formada por Bruno Rodrigo e Leo, uma vez que Paulão se machucou. Apesar da falta de entrosamento, a expectativa é de bom desempenho, já que nos treinamentos os dois mostraram muita consistência.

O armador Diego Souza se recusou a participar da entrevista coletiva. Mais tarde, se explicou no seu Twitter: “Sei que serei multado, mas fiz consciente. Achei melhor falar só depois do jogo”.

RESTAM QUATRO Do América que começou o jogo de volta das semifinais do Campeonato Mineiro do ano passado (2 a 1) diante do Atlético, restaram quatro jogadores que podem começar o clássico: o goleiro Neneca, o zagueiro Everton Luiz, o armador Rodriguinho e o atacante Fábio Júnior. Os demais serão opções na reserva ou não estão mais no clube, como os laterais Bryan, Pará e Rodrigo Heffner; o zagueiro Gabriel; os volantes Dudu e Moisés e, ainda, o atacante Bruno Meneghel.

Everton Luiz diz que, com César Lucena, que chegou esta semana do Santa Cruz e treinou ontem como titular pela primeira vez, a zaga do Coelho terá a marca da experiência: “Vamos precisar estar atentos do início ao fim. Toda equipe tem que estar bem postada, não ceder contra-ataques, porque o Cruzeiro tem um ataque rápido. A gente tem de ser organizado e isso a equipe vem fazendo nas últimas partidas”. A falta de entrosamento com um novo zagueiro (Lula é quem vinha jogando) ele entende que será superada pelo diálogo e, acima de tudo, o empenho: “Queremos muito uma vitória”.

Durante a semana, o armador Rodriguinho foi o que mais destacou o amadurecimento do time, a confiança readquirida e o desejo de três pontos para consolidar a chegada também do técnico Paulo Comelli, com a terceira vitória consecutiva. Se o América chegar aos 15 pontos, restando mais seis em disputa (Villa Nova e Tombense), os jogadores têm a certeza de que terminarão entre os quatro primeiros: “É o que nos motiva. No ano passado, queríamos a final e fizemos dois grandes jogos. Agora, temos a que nos apegar e a confiança é grande”. O armador pede a presença do torcedor: “Pode ser este o nosso melhor jogo do ano, porque teremos espaços para atacar”.

O goleiro Neneca se posiciona mais pelo lado da concentração, da ansiedade, as conversas e a preparação, para que erros não sejam cometidos: “Cometemos algumas falhas no clássico contra o Atlético (derrota de 5 a 2) que não podem ser repetidas. Tivemos uma longa preparação e estamos seguros de que será difícil, mas também temos totais condições de vencer. Nós vamos em busca disso, até para nos dar tranquilidade para a classificação”.

O Coelho trabalhou ontem em tempo integral. Agora não existem dúvidas quanto à formação, já que o meio-campo foi formado por Claudinei, Doriva, Juninho e Rodriguinho e, na frente, Nikão e Fábio Júnior. Hoje às 16h, haverá mais uma atividade, só que desta vez no Mineirão, onde muitos vão pisar pela primeira vez, pois não conheciam o estádio nem mesmo antes da reforma, entre eles Juninho e Wanderson.

E MAIS...
Patrick
O América deve começar o clássico com apenas um jogador revelado na base: Patrick, que ganhou a condição de titular da lateral direita, barrando Gedeílson. Já o zagueiro Lula perdeu a posição para o recém-contratado César Lucena. O goleiro Matheus e o volante China serão opções na reserva.

Contra dengue
A campanha “Dengue: tem que acabar. É hora de todo mundo agir” vai ao Mineirão domingo. O objetivo é convocar os torcedores para lutar contra o mosquito transmissor da doença que já causou 37 mortes no estado este ano. As mascotes dos dois clubes vão entrar em campo com a camiseta da campanha e carregando balões. E no intervalo da partida, o Teatro Saúde em Cena, da Secretaria de Estado de Saúde, faz apresentação no gramado, com a participação da Raposinha, do Raposão e do Coelhão. As mascotes vencerão o mosquito da dengue eliminando pneus e lixo.

E MAIS...
No gramado
Enquanto os companheiros participavam de coletivo no campo 4 da Toca da Raposa II, no campo 3 o atacante Martinuccio e o zagueiro Victorino deram sequência ao processo de recuperação de cirurgia nas tíbias e de contusão no tendão de Aquiles direito, respectivamente. Ambos vinham passando a maior parte do tempo na área interna do CT celeste e tiveram a oportunidade de trabalhar ao ar livre. Ainda não há previsão para a volta dos dois atletas.

Data alterada
A Federação Mineira de Futebol (FMF) anunciou ontem o adiamento do jogo entre Cruzeiro e Nacional, pela 10ª rodada do Estadual, do dia 14, às 16h, para o dia 16, às 19h30, no Mineirão. Segundo a nota oficial, a alteração foi motivada por “acordo entre as agremiações, bem como solicitação da TV”. De qualquer forma, nos dias 12 e 13 está programado um festival de música baiana no Gigante da Pampulha.

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