Cruzeiro e América encaram o clássico de domingo, às 16h, no Mineirão, pela nona rodada do Campeonato Mineiro, de maneira bastante diferente. Enquanto a Raposa pretende terminar a primeira fase na primeira posição, o Coelho ainda luta para se garantir nas semifinais do Estadual. Além disso, a equipe celeste busca vingança, por ter sido alijada da final do Mineiro de 2012 justamente pelo tradicional rival, que venceu as duas partidas das semifinais. Já o time americano tenta vencer a terceira seguida sobre os cruzeirenses depois de quase 60 anos – a última vez foi entre 14 de dezembro de 1952 e 12 de julho de 1953.
Da equipe celeste que deverá começar jogando domingo, quatro atletas participaram das derrotas no ano passado: o goleiro Fábio, o zagueiro Leo, o lateral-esquerdo Éverton e o volante Leandro Guerreiro. Além deles, também estiveram em campo os zagueiros Thiago Carvalho, que deverá ficar no banco agora; o zagueiro Victorino, que está contundido; o armador Élber; e o atacante Anselmo Ramon, que voltou aos treinos esta semana depois de um mês se recuperando de contusão muscular na coxa esquerda.
Os remanescentes não admitem estar com o Coelho atravessado na garganta desde o ano passado, mas fica claro, no discurso deles, o desejo de dar o troco. “No ano passado nossa equipe vinha de uma mudança muito grande, haviam chegado muitos jogadores, além do treinador (Vágner Mancini). Isso prejudicou todo o nosso planejamento, mas aquela eliminação ficou no passado. No domingo temos a oportunidade de enfrentá-los e espero que a gente possa vencer para seguir na liderança”, disse Fábio, capitão da equipe.
Jogador do atual grupo com mais tempo de Cruzeiro, o goleiro acredita, de qualquer forma, que é possível tirar lições do que ocorreu em 2012 para que o resultado seja diferente neste domingo. “Naquela oportunidade, faltou atitude ao nosso time nos dois jogos. Foi crucial para que não chegássemos à final e sabemos disso, tanto quem permaneceu quanto quem chegou sabe da responsabilidade que é chegar o melhor possível na primeira fase. Temos que mudar a postura e estamos bastante cientes disso.”
Entre as preocupações da equipe celeste está a atenção especial sobre jogadores importantes no esquema do técnico Paulo Comelli. Entre eles estão o atacante Fábio Júnior, artilheiro do Campeonato Mineiro ao lado do atleticano Réver, com cinco gols cada um, e o armador Rodriguinho.
“São jogadores de muita qualidade. Joguei contra e também com o Fábio Júnior no Cruzeiro, fomos campeões (da Copa do Brasil) em 2000), sabemos que ele tem muita facilidade para finalizar. Já o Rodriguinho é rápido e bate muito bem na bola. Temos de ter atenção na marcação de todo o time deles”, diz Fábio.
No jogo de domingo, ele terá à sua frente a quinta zaga em nove jogos na temporada, agora formada por Bruno Rodrigo e Leo, uma vez que Paulão se machucou. Apesar da falta de entrosamento, a expectativa é de bom desempenho, já que nos treinamentos os dois mostraram muita consistência.
O armador Diego Souza se recusou a participar da entrevista coletiva. Mais tarde, se explicou no seu Twitter: “Sei que serei multado, mas fiz consciente. Achei melhor falar só depois do jogo”.
RESTAM QUATRO Do América que começou o jogo de volta das semifinais do Campeonato Mineiro do ano passado (2 a 1) diante do Atlético, restaram quatro jogadores que podem começar o clássico: o goleiro Neneca, o zagueiro Everton Luiz, o armador Rodriguinho e o atacante Fábio Júnior. Os demais serão opções na reserva ou não estão mais no clube, como os laterais Bryan, Pará e Rodrigo Heffner; o zagueiro Gabriel; os volantes Dudu e Moisés e, ainda, o atacante Bruno Meneghel.
Everton Luiz diz que, com César Lucena, que chegou esta semana do Santa Cruz e treinou ontem como titular pela primeira vez, a zaga do Coelho terá a marca da experiência: “Vamos precisar estar atentos do início ao fim. Toda equipe tem que estar bem postada, não ceder contra-ataques, porque o Cruzeiro tem um ataque rápido. A gente tem de ser organizado e isso a equipe vem fazendo nas últimas partidas”. A falta de entrosamento com um novo zagueiro (Lula é quem vinha jogando) ele entende que será superada pelo diálogo e, acima de tudo, o empenho: “Queremos muito uma vitória”.
Durante a semana, o armador Rodriguinho foi o que mais destacou o amadurecimento do time, a confiança readquirida e o desejo de três pontos para consolidar a chegada também do técnico Paulo Comelli, com a terceira vitória consecutiva. Se o América chegar aos 15 pontos, restando mais seis em disputa (Villa Nova e Tombense), os jogadores têm a certeza de que terminarão entre os quatro primeiros: “É o que nos motiva. No ano passado, queríamos a final e fizemos dois grandes jogos. Agora, temos a que nos apegar e a confiança é grande”. O armador pede a presença do torcedor: “Pode ser este o nosso melhor jogo do ano, porque teremos espaços para atacar”.
O goleiro Neneca se posiciona mais pelo lado da concentração, da ansiedade, as conversas e a preparação, para que erros não sejam cometidos: “Cometemos algumas falhas no clássico contra o Atlético (derrota de 5 a 2) que não podem ser repetidas. Tivemos uma longa preparação e estamos seguros de que será difícil, mas também temos totais condições de vencer. Nós vamos em busca disso, até para nos dar tranquilidade para a classificação”.
O Coelho trabalhou ontem em tempo integral. Agora não existem dúvidas quanto à formação, já que o meio-campo foi formado por Claudinei, Doriva, Juninho e Rodriguinho e, na frente, Nikão e Fábio Júnior. Hoje às 16h, haverá mais uma atividade, só que desta vez no Mineirão, onde muitos vão pisar pela primeira vez, pois não conheciam o estádio nem mesmo antes da reforma, entre eles Juninho e Wanderson.
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Patrick
O América deve começar o clássico com apenas um jogador revelado na base: Patrick, que ganhou a condição de titular da lateral direita, barrando Gedeílson. Já o zagueiro Lula perdeu a posição para o recém-contratado César Lucena. O goleiro Matheus e o volante China serão opções na reserva.
Contra dengue
A campanha “Dengue: tem que acabar. É hora de todo mundo agir” vai ao Mineirão domingo. O objetivo é convocar os torcedores para lutar contra o mosquito transmissor da doença que já causou 37 mortes no estado este ano. As mascotes dos dois clubes vão entrar em campo com a camiseta da campanha e carregando balões. E no intervalo da partida, o Teatro Saúde em Cena, da Secretaria de Estado de Saúde, faz apresentação no gramado, com a participação da Raposinha, do Raposão e do Coelhão. As mascotes vencerão o mosquito da dengue eliminando pneus e lixo.
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No gramado
Enquanto os companheiros participavam de coletivo no campo 4 da Toca da Raposa II, no campo 3 o atacante Martinuccio e o zagueiro Victorino deram sequência ao processo de recuperação de cirurgia nas tíbias e de contusão no tendão de Aquiles direito, respectivamente. Ambos vinham passando a maior parte do tempo na área interna do CT celeste e tiveram a oportunidade de trabalhar ao ar livre. Ainda não há previsão para a volta dos dois atletas.
Data alterada
A Federação Mineira de Futebol (FMF) anunciou ontem o adiamento do jogo entre Cruzeiro e Nacional, pela 10ª rodada do Estadual, do dia 14, às 16h, para o dia 16, às 19h30, no Mineirão. Segundo a nota oficial, a alteração foi motivada por “acordo entre as agremiações, bem como solicitação da TV”. De qualquer forma, nos dias 12 e 13 está programado um festival de música baiana no Gigante da Pampulha.
CAMPEONATO MINEIRO
Sem clima de revanche
Jogadores do Cruzeiro garantem que já esqueceram as derrotas nas semifinais do ano passado. América espera vencer a terceira seguida, repetindo o que fez há 60 anos
postado em 05/04/2013 08:00 / atualizado em 05/04/2013 08:54
Paulo Galvão /Estado de Minas , Antônio Melane /Estado de Minas
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