Futebol Nacional
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PARA PODER JOGAR

Dedé entra na Justiça para poder jogar e especialista explica passos para liberação

Cruzeiro já pagou valor da transferência, mas atleta está impedido de jogar no clube

postado em 25/04/2013 19:25 / atualizado em 25/04/2013 19:44

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
O zagueiro Dedé entrou com uma ação na Justiça do Trabalho nesta quinta-feira para pedir a liberação de sua transferência para o Cruzeiro. A medida é uma tentativa de evitar que a decisão se prolongue por causa da dívida do Vasco com a Fazenda Nacional, avaliada em R$ 50 milhões. O time celeste pagou ao Cruz-maltino 5,5 milhões de euros, e o dinheiro já foi utilizado pelo Vasco para pagar salários atrasados. Porém, os direitos do jogador estão presos na Federação de Futebol do Rio (Ferj) devido aos problemas do clube com a Receita Federal.

O Superesportes conversou com a advogada Gislaine Nunes, especialista em direito desportivo, e ela explicou os procedimentos para a liberação do atleta. “É dada uma liminar e pronto. O jogador tem direito de jogar, independentemente de qualquer débito que o clube tenha, seja com entidades governamentais ou particulares. Isso é fatal. Ele vai conseguir. O atleta jamais pode ser penalizado por isso. O que li do caso do Dedé é um absurdo. Um homem (Dedé) garantindo a dívida de um clube com o governo. Ele é cidadão e tem o direito de trabalhar”, disse.

Contudo, caso consiga a liminar, o zagueiro Dedé pode ser prejudicado se alguma das partes (Fazenda Nacional) conseguir cassá-la. Com isso, ele teria que recuperar o direito de jogar.

“Se ele conseguir a liminar, as partes podem tentar impedir. Mas se for cassada, isso iria até o STF (Supremo Tribunal Federal). Mas o advogado que ele contratar consegue restabelecer e colocá-lo em vigor novamente. É o primeiro caso que vejo assim. Se isso for para frente, como será com os outros? Pois todos os clubes devem ao governo”, concluiu Gislaine Nunes.

O Vasco tenta dividir o débito com a Fazenda em parcelas mensais que se estendem por mais de 10 anos. Porém, o órgão não abre mão de receber tudo em até 24 meses. Para Gislaine, o processo deve durar anos.

“O mérito (imbróglio entre Vasco e Fazenda Nacional) será julgado depois para definir esse pagamento. Considerando que é no Rio de Janeiro, a coisa deve demorar bastante. Acredito que a liminar saia rapidamente, mas o processo final demora dois ou três anos. O Vasco não pode usar o Dedé e nem a Fazenda transformá-lo em mercadoria. O exercício ao trabalho é garantido”, finalizou.

O advogado do Vasco, Marcelo Macedo, confirmou que o clube foi notificado e que o ex-jogador do clube entrou na Justiça. 

"O Vasco foi intimado de uma decisão ontem (quarta-feira), mas isso tudo se desenrolou desde sexta-feira, e os valores deveriam ser destinados ao pagamento da dívida com a Fazenda. O clube pode até prestar contas, mas não irá fazê-lo. O Dedé ingressou na Justiça do Trabalho para tentar sua liberação. O Vasco pedirá reconsideração a juíza e recorrerá dessa liminar", disse à Rádio Tupi.