Futebol Nacional
None

ENTREVISTA

Feliz em BH, Nilton fala sobre metas, sonhos e a amizade com o zagueiro Dedé

Volante recebeu equipe do Superesportes em sua casa e falou sobre momento no clube

postado em 30/04/2013 06:30 / atualizado em 29/04/2013 20:32

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Nilton chegou ao Cruzeiro este ano respaldado pelas boas atuações e títulos conquistados no Vasco, e foi justamente a crise financeira do clube cruz-maltino que fez com que as portas da Toca da Raposa fossem abertas ao volante. Depois de quatro meses em BH, o jogador tem orgulho de ser o único atleta do elenco que disputou todas as partidas na temporada e só recebeu o primeiro cartão amarelo no último domingo, contra o Villa.

Nilton recebeu a equipe do Superesportes em casa e conversou sobre a adaptação a BH, a alegria de jogar no Cruzeiro, a confiança de Marcelo Oliveira, o sonho em chegar à Seleção Brasileira e a amizade com o zagueiro Dedé. A entrevista completa você acompanha abaixo.

Como está sua adaptação a BH?

Se puder dar uma nota, dou 9,9. Adaptei-me à cidade rapidamente, não tem mistério para se locomover, achar pontos turísticos bacanas. Antes eu ouvia falar e agora conheço todos. A cidade me proporcionou uma chegada legal, os torcedores me recebem muito bem pelas ruas e fico muito feliz com isso. O Cruzeiro nos oferece uma estrutura ótima e dá tranquilidade para trabalhar.

O que você gosta de fazer nas folgas na cidade?

Eu ando de bicicleta na lagoa da Pampulha, é uma terapia, lugar verde, gostoso, tem um parque, que posso levar minha filha e minha esposa, uma diversão boa em família. Estou morando na região metropolitana e fico muito em casa na folga também, curtindo uma rede, tranquilo com a família.

E a adaptação ao Cruzeiro?

Eu já tinha amizades no grupo, já tinha até trabalhado com o Marcelo Oliveira no Vasco, isso facilitou o entrosamento, o vínculo. Não há dificuldade nenhuma. Tem também outros jogadores que eu jogava contra e hoje tenho amizade, como o Tinga, o Borges, o Dagoberto, que é uma pessoa maravilhosa. Fui muito bem recebido no Cruzeiro.

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Você é o único jogador que disputou todas as 14 partidas, isso é sinal de confiança do técnico?

O professor me deu uma função de segundo volante e estou me saindo muito bem. Estou me sentindo mais solto aqui, mais à vontade do que no Vasco. Estou trabalhando também no meio-campo com jogadores talentosos e inteligentes, isso me motiva e ajuda o meu trabalho. Estou gostando de ser um jogador de confiança do Marcelo.

Qual o segredo para um volante de marcação levar poucos cartões, como você?

É legal isso, saber que tenho a função de marcar e receber poucos cartões amarelos. O negócio é ser disciplinado e leal nas disputas, trabalhar com concentração. No Vasco, eu recebia mais cartões também porque só tinha a função de marcar, aqui eu posso sair mais para o jogo.

Quais suas metas principais no Cruzeiro?

O primeiro é levar o Cruzeiro de volta à Libertadores. Joguei esta competição ano passado e gostei muito. Quero dar ao torcedor cruzeirense o gostinho de voltar à Libertadores, que é um torneio que o clube tem grande tradição e ficou fora nos últimos dois anos. Também temos plenas condições de conquistar títulos este ano, vamos focar o trabalho para isso.

E seus objetivos pessoais no clube?

Sempre penso em jogar fora do país, uma Champions League, por exemplo. Tenho também vontade de defender a Seleção Brasileira. Fico buscando e mirando isso, me aprimorando cada vez mais para chegar neste objetivo, a disputa está aberta, todos estão tendo oportunidade na Seleção com mudança de técnico. Se um dia eu for convocado, espero mostrar meu potencial e ajudar a Seleção.

Dos torneios que o Cruzeiro disputará este ano, o clube priorizará algum?

O Cruzeiro tem um histórico bom na Copa do Brasil, é a equipe que mais conquistou, então a gente entra forte neste sentido, com tradição. Não existe favoritismo ainda, mas vamos entrar para tentar o título.

Quando você foi contratado, outros clubes queriam você. Por que você escolheu o Cruzeiro?

Tenho carinho grande pelo Vasco, passei quatro temporadas por lá. Quando saí, o Inter e o Grêmio tentaram me contratar, mas eu acabei vindo para o Cruzeiro por causa do planejamento que o Alexandre Mattos mostrou para mim. Os jogadores que eles estavam trazendo, a estrutura da Toca da Raposa. Tudo isso me motivou a trabalhar no clube.

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
Quais jogadores o Alexandre prometia trazer? Trouxe todos?

Trouxe sim. Naquela época, por incrível que pareça, ele disse que ia trazer o Dedé, que estava fazendo um esforço tremendo para trazer. Depois eu comecei a ligar para o Dedé, para ajudar na negociação, convencê-lo a vir. Chegou um momento que ele não podia mais ficar no Vasco, da maneira que o clube estava.

E como será essa reaproximação com o Dedé em BH?

Espero que ele seja tão feliz como eu estou sendo aqui. Vou apresentar os pontos turísticos para ele, vou sair pela cidade com ele para ele se enturmar. Tenho certeza que todo o grupo vai abraçar o Dedé e a torcida do Cruzeiro também.

Além do Dedé, o Diego Souza também é daquela geração campeã no Vasco. Esperam repetir a dose no Cruzeiro?

Estamos tentando. O pessoal na rua já está pedindo para comemorarmos fazendo o Trem Azul, porque no Vasco fazíamos o Trem Bala da Colina. Isso é legal, a torcida reconhece isso. A gente pode repetir a dose no Cruzeiro, quem sabe? Mas temos que ir com calma, pés no chão, para as pessoas não entenderem errado.

E a importância do Dedé para o grupo do Cruzeiro?

O Diego e eu sabemos a segurança que o Dedé proporciona. Ali atrás ele é um gigante de 1,94, tem muita força, dá uma segurança ótima. Sei que posso confiar no potencial dele, no desarme. Na frente, temos jogadores que podem desequilibrar e agora temos o Dedé atrás.

O que esperar deste Cruzeiro no Brasileiro? Quais serão os principais adversários?


Tivemos uma preparação ótima, com pré-temporada, todos se dedicaram. O Estadual está sendo importante para o time ser formado. Passamos pelo primeiro teste, que foi o clássico, com um jogador a menos no segundo tempo. Agora é esperar o Brasileiro, que terá várias equipes fortes. Os principais adversários, para mim, serão o Atlético, o Corinthians, o Grêmio, o São Paulo e o Fluminense. O Coritiba pode surpreender. Não vejo a hora de começar.