Futebol Nacional
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NOVO MINEIRÃO

Raposa ameaça ir ao governador

Cruzeiro e Minas Arena podem travar uma disputa além do acordo de fidelização

postado em 23/05/2013 10:10 / atualizado em 23/05/2013 10:14

Estado de Minas

A crise na relação comercial no novo Mineirão pode levar Cruzeiro e Minas Arena a travar uma disputa além do acordo de fidelização válido pelos próximos 25 anos. Depois de o clube manifestar publicamente insatisfação quanto à atitudes da concessionária na decisão do Campeonato Mineiro’2013 – contra o Atlético, no último domingo –, e o descumprimento de cláusulas contratuais, o presidente da Raposa, Gilvan de Pinho Tavares, afirmou ontem que pretende procurar o governo mineiro para reclamar do trabalho “mal prestado” na operação do Gigante da Pampulha.

Em entrevista ao Estado de Minas, por telefone, o dirigente, que está em Londres para acompanhar a final da Liga dos Campeões, sábado, entre Bayern de Munique e Borussia Dortmund, revelou que o faturamento no estádio está “amolando muito” o Cruzeiro, porque nem todas as cláusulas estão sendo cumpridas. Segundo ele, a Minas Arena – administradora do estádio até 2037, por meio de um contrato de parceria público-privada (PPP) com o estado – está demorando meses para repassar o dinheiro do Cruzeiro nos bares e estacionamento do estádio. Gilvan adiantou que irá procurar o secretário de Estado Extraordinário da Copa, Tiago Lacerda, e em último caso, o governador Antonio Anastasia (PSDB), assim que retornar a Belo Horizonte, na segunda-feira. “O fato deles (a concessionária) terem tocado o hino do Atlético no fim do jogo só foi parte do nosso descontentamento. O Cruzeiro assinou contrato para jogar no Mineirão e paga regiamente em dia. O estado não pode manter um concessionário negligente. Isso gera desgaste para Minas Gerais e inclusive as três empreiteiras grandes que fazem parte do consócio. A Minas Arena administra muito mal o Mineirão”, reclamou.

Além do governo mineiro, Gilvan disse que pretende expor os problemas para as três construtoras – Hap, Egesa e Construcap – que compõem o consórcio. “Eles são muito ruins para pagar a gente. Nós fazemos o espetáculo, levamos a torcida e quem arrecada é a Minas Arena. Como não prestaram contas conosco, não sabemos nem quanto foi arrecadado com lanchonete e estacionamento.” O lucro líquido do Cruzeiro no clássico de domingo, apontou o dirigente, foi de cerca de R$ 800 mil.

FORTALECIMENTO

A Minas Arena, porém, alega que não tem desentendimento algum com o Cruzeiro, que continua parceira do clube e entende que o contrato tende a se fortalecer, uma vez que o Campeonato Brasileiro está começando. Por meio de sua assessoria de imprensa, a concessionária informou que está adimplente e até abril tudo foi acertado com a Raposa. O fechamento do faturamento dos jogos é feito mensalmente. “O acerto está acontecendo de acordo com as condições combinadas com o clube. O valor referente à partida Cruzeiro x Atlético, do último domingo, entrará com os jogos deste mês de maio. No jogo de domingo, incluindo todas as áreas de responsabilidade, tivemos um faturamento líquido de R$ 533 mil”, declarou a concessionária, através de nota.

A Secopa, por sua vez, informou que o governo não irá intervir, uma vez que se trata de uma relação comercial entre as partes.

FMF NEGA INICIATIVA DO HINO DO ATLÉTICO

O presidente da Federação Mineira, Paulo Schettino, negou responsabilidade sobre a execução do hino do Atlético após o segundo jogo da final do Mineiro, domingo, no Mineirão. “Em hipótese alguma determinamos que tocasse o hino de time algum. Nós, tradicionalmente, providenciamos o pódio, as medalhas e os troféus. Essa questão não cabe à Federação”, disse ao portal Superesportes. A execução do hino gerou revolta do Cruzeiro, mandante do jogo e parceiro da Minas Arena que, em nota, Arena respondeu que o áudio fazia parte da solenidade de entrega do troféu promovida pela organizadora, a Federação.