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CRUZEIRO

Para ficar na história

Numa função que lembra a de Elivélton, autor do gol no título de 1997, Marquinhos também chegou sem badalação, mas vai marcando seu nome na trajetória do Cruzeiro na Libertadores

postado em 23/05/2015 07:45

Juan Mabromata/AFP
Para chegar à vitória por 1 a 0 sobre o River Plate, na noite de quarta-feira, em Buenos Aires, no jogo de ida das quartas de final da Copa Libertadores, o Cruzeiro contou com a participação fundamental de dois jogadores que chegaram ao clube sem badalação, mas que, aos poucos, mostram sua importância a todos. Tanto o atacante Marquinhos, autor do gol no Monumental de Núñez, quanto o armador Gabriel Xavier retornaram a Belo Horizonte como heróis do triunfo e renovam as esperanças da torcida celeste de que o time pode novamente alcançar o topo da América.

No caso do homem de frente, ele aportou na Toca da Raposa II há pouco menos de um ano, vindo do Vitória, inicialmente para compor o grupo. Com a saída de jogadores importantes, como Éverton Ribeiro, porém, ganhou espaço e se tornou peça fundamental no esquema do técnico Marcelo Oliveira, atacante pela direita e marcando o lateral-esquerdo adversário.

Ele comemora o gol que deixa o Cruzeiro muito perto das semifinais da Libertadores, mas sabe que não pode relaxar. “A função que faço é difícil, tem de ter fôlego para ir à frente e também ajudar na marcação. Mas, felizmente, conto com a confiança do treinador e com a ajuda dos companheiros para fazer tudo da melhor forma”, afirma Marquinhos, de 25 anos. O gol de quarta-feira foi seu segundo nesta Libertadores – havia feito nos 2 a 0 sobre o Mineros, em Puerto Ordaz, na Venezuela.

Até se transferir para o Cruzeiro, ele havia tido passagens sem brilho por Palmeiras e Flamengo. Em ambos os casos, voltou ao Vitória, de onde saiu com o claro objetivo de fazer história no Cruzeiro. “Agradeço a Deus pela oportunidade de jogar mais uma vez em um clube grande como o Cruzeiro. Mas procuro sempre manter os pés no chão e a cabeça erguida. Também é importante o apoio da família, que sempre está ali, dando o suporte para que eu possa desempenhar minha profissão da melhor forma”, argumenta.

A trajetória se assemelha à de um atleta que tem seu nome eternizado na história celeste: Elivélton. Autor do gol do título continental de 1997, “Gaguinho”, como era chamado pelos companheiros, chegou à Toca da Raposa com um ano a mais que o atual camisa 30 e com muito mais bagagem – já havia sido campeão Brasileiro, da Libertadores e Mundial com o São Paulo, além de ter ganhado a Copa do Brasil com o Palmeiras. Mesmo assim, não era tão badalado quanto outros atletas, como o goleiro Dida, o armador Palhinha e o atacante Marcelo Ramos.

O ex-jogador aponta diferenças e também semelhanças entre eles. “O Marquinhos usa mais a velocidade, eu era mais técnico. Mas a função é quase a mesma, ambos colaboram com a marcação”, declara Elivélton, para quem é natural que os torcedores demorem a valorizar atletas operários. “Normalmente, as pessoas só enxergam quem faz gol. Quem carrega o piano não tem tanto valor. Eu e outros atletas, como o Cleison, fomos importantes em 1997, pois corríamos muito, defendíamos e ainda íamos à frente. Tanto que o Cleison marcou gol contra o Colo Colo nas semifinais e eu fiz o gol do título”.

Atualmente empresário em Alfenas, ele considera a campanha atual do Cruzeiro na Libertadores parecida com a de 1997. A diferença seria que a equipe de hoje se classificou às oitavas de final com mais facilidade, ainda que não tenha jogado bem na primeira fase. “Quando chega no mata-mata, as coisas mudam. São oito jogos para ser campeão, só decisão. Então, você dá a vida em cada um deles. Por isso, vejo o Cruzeiro com todas as condições de ser campeão novamente”, diz.

PADRINHO Quem também se mostra otimista com a campanha celeste é o músico Gabriel, o Pensador. Ele vem acompanhando de perto o desempenho do time mineiro desde o começo do ano, quando um de seus pupilos, Gabriel Xavier (o artista é amigo do empresário do atleta), foi contratado.

Na quarta-feira, o armador substituiu De Arrascaeta no início do segundo tempo e ajudou a equipe a melhorar em campo, criando boas jogadas e participando do lance que resultou no gol de Marquinhos. Assim, começa a fazer jus a mais chances na equipe.

“O Gabriel Xavier está indo no tempo certo, sob a supervisão de um treinador competente, que sabe administrar um grupo numeroso e de qualidade. Ele está aproveitando as oportunidades com muita consciência, sem medo de arriscar, o que tem ajudado a conquistar os cruzeirenses”, afirma O Pensador, que vem sendo muito assediado por torcedores para falar do camisa 18 tanto em apresentações em Minas Gerais quanto em seu perfil no Facebook (facebook.com/gabrielopensadoroficial).


Tendência de misto
O técnico Marcelo Oliveira definirá, no treino que comanda hoje, na Toca da Raposa II, a escalação do Cruzeiro que pegará a Ponte Preta, amanhã, às 18h30, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. A tendência é que ele poupe a maior parte dos titulares, pois a prioridade é o jogo de volta das quartas de final da Copa Libertadores, contra o River Plate, quarta-feira. Mesmo que o Cruzeiro, na lanterna, ainda não tenha pontuado no Nacional e que este seja o primeiro jogo da equipe celeste no Mineirão na competição, o próprio presidente Gilvan de Pinho Tavares defende a escalação de reservas diante da Macaca. Afinal, a delegação desembarcou no início da manhã de ontem em Belo Horizonte e mal haveria tempo para a recuperação dos que aturam no Monumental de Núñez.

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