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Interino, Delamore mostra convicções de futebol próprias e exige alma ao Cruzeiro no Mineirão

Assistente-técnico fixo do Cruzeiro herda base de Deivid, mas já impõe seus pensamentos ao elenco alterando o meio-campo e o comportamento tático

postado em 04/05/2016 20:48 / atualizado em 04/05/2016 21:29

Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

O Cruzeiro terá a base utilizada por Deivid diante do Campinense, nesta quinta-feira, às 21h30, no Mineirão, na partida de volta da primeira fase da Copa do Brasil, mas o assistente-técnico Geraldo Delamore, de 53 anos, já promete iniciar sua ‘era’ como treinador interino mostrando um time com identidade própria. Apesar dos poucos dias de trabalho na Toca da Raposa II, ele garante ter conseguido implantar algumas de suas convicções.

No meio-campo, o argentino Lucas Romero deixará de atuar pela direita e voltará a ser primeiro volante. Com isso, Henrique terá mais liberdade para sair ao ataque. ”Eu vejo o Romero com característica mais de primeiro volante. Conversei com ele, assisti a três jogos do Vélez, tive oportunidade de conversar com ele, se tinha feito aquela função e ele disse que sim. E vou trabalhar com ele como primeiro. O Henrique, eu vi jogando no Santos como segundo volante, pela direita, e ele atuará assim”.

O interino esclareceu que o Cruzeiro voltará a atuar no esquema 4-2-3-1, diferentemente da equipe de Deivid, que, com a bola sob seus domínios, formava o 4-3-1-2. Nesse novo padrão tático, Élber, pela direita, e Allano, pela esquerda, terão obrigações defensivas.

A inspiração de Geraldo Delamore é o Bayern de Munique vencedor da Liga dos Campeões 2012/2013, que passou pelo Barcelona na semifinal e bateu o Borussia na finalíssima. Naquele time, até então dirigido por Jupp Heynckes, os velozes Franck Ribéry e Arjen Robben tinham também obrigações de acompanhar os laterais adversários.

”Quando a gente pede ao nosso meia aberto para fazer recomposição próxima do lateral, a gente ouve crítica que o meia-atacante virou ajudante de lateral. E apresentei hoje para meus jogadores cenas de dois jogadores de nível mundial: Franck Ribéry, da Seleção Francesa, e Robben, da Seleção Holandesa. E mostrei para os meus jogadores os dois fazendo recomposição, acompanhando Dani Alves (do Barcelona) dentro do último terço do campo defensivo. Então, é normal para equipe que marca zona, que tem seus meias abertos, quando sendo atacado, fazer uma recomposição. É isso que espero que meus meias façam. Espero ter condição de sustentar postura em campo de não ser tão exigido, mas se forem exigidos nesse sentido, que eles tenham consciência de que têm que fazer”, explicou.

Aos jornalistas, depois da entrevista coletiva, o interino explicou que o volante argentino Ariel Cabral perdeu a titularidade no meio por conta de mau momento técnico. “O que a gente busca é que o grupo tenha intensidade. A gente buscou contar com jogadores que naquele momento estão no seu melhor momento técnico e físico”.

Delamore também se mostrou tranquilo em relação à estreia do lateral-direito Lucas, vindo do Palmeiras. O jogador foi confirmado no BID e está confirmado entre os 11. “Conheço o Lucas desde a época do Botafogo. Ele trabalha muito bem na linha de quatro, é lateral equilibrado, tem qualidades defensivas boas, tem qualidade boa para chegar na frente, tem bom cruzamento”.

Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Postura contra o Campinense

Como empatou por 0 a 0 no jogo de ida, em Campina Grande, o Cruzeiro precisa vencer o Campinense, nesta quinta-feira, para avançar à segunda fase da Copa do Brasil. O empate com gols dá a vaga aos paraibanos. Já novo 0 a 0 leva a decisão para as penalidades.

Delamore evitou fazer previsões sobre o jogo, mesmo diante de um adversário que virá com time praticamente reserva, já que decidiu priorizar as finais do Campeonato Paraibano. O que ele quer é um Cruzeiro vibrante do início ao fim. “O mais importante pra mim é ter alma para jogar. Essa questão de sair na frente, não sair na frente, são detalhes que você não tem controle no jogo. Nós temos controle do nosso rendimento, e estamos focados nisso. Claro que sair na frente é sempre benéfico. Estatísticas mostram que em 70% das partidas as equipes que saem na frente acabam vencedoras. Mas, fundamentalmente, o primordial é que a equipe tenha alma para jogar”, decretou.

Tem interesse no cargo?

Antes de sua estreia como interino no comando do Cruzeiro, Delamore se esquivou da pergunta sobre ter ou não a pretensão de assumir efetivamente o cargo deixado por Deivid. “Essa é a pergunta que todo mundo faz ao interino. Pra dizer a verdade, não quero responder, e vou explicar o porquê. Se eu digo que quero ser efetivado em função do resultado, deixo a direção do Cruzeiro em condição desconfortável. Se falo que não, vão dizer que eu não tenho personalidade profissional e que a camisa do Cruzeiro é muito pesada pra mim. Então eu prefiro não responder”.

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