Futebol Nacional
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COPA DO BRASIL

Sobrou torcida, faltou futebol

Mesmo sem atuação brilhante, Flamengo conta com a ajuda dos quase 20 mil torcedores em Juiz de Fora para bater Campinense e avançar. Time voltará no Brasileiro

postado em 16/05/2013 09:35 / atualizado em 16/05/2013 09:40

Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
Juiz de Fora – O Flamengo se despediu ontem dos 19.286 torcedores que lotaram o Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora, com agradecimentos, palmas e um “até breve”. Gratificado pelo apoio juiz-forano ao futebol rubro-negro, o clube vai voltar a jogar na Zona da Mata mineira daqui a duas semanas, quando recebe a Ponte Preta, dia 29, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Ontem, a equipe venceu o Campinense por 2 a 1 e se classificou para a terceira fase da Copa do Brasil. Após a paralisação do calendário para a Copa das Confederações, a equipe enfrenta o ASA de Arapiraca.

Se desde o início da semana as camisas rubro-negras coloriam as ruas, era de se esperar que o estádio seria um verdadeiro caldeirão para receber a equipe do técnico Jorginho. “A gente já saiu de casa para ver o Flamengo no Maracanã, no Engenhão, não podia perder a chance de vê-lo aqui”, comentou a vendedora Cíntia Silva, de 26 anos, que viajou com os amigos de Ubá, a pouco mais de 100 quilômetros de Juiz de Fora, para ver o time do coração.

Emoção igual viveram os 15 alunos da escolinha de futebol do Flamengo, onde mais de 150 crianças e jovens da cidade treinam com a camisa rubro-negra. Eles tiveram a chance de ser mascotes dos jogadores, entrando de mãos dadas com os ídolos. “Cara, eu segurei a mão do Leo Moura”, contou um garoto para um companheiro. “E eu falei para o Felipe que quero ser goleiro igual a ele”, retrucou entusiasmado.

Com bandeiras e gritos ensaiados, a torcida fez sua parte. Teve até Parabéns para o craque Adílio, meia-direita campeão do mundo em 1981, que completou 67 anos ontem. Ele retribuiu o gesto saudando os torcedores.

SEM INSPIRAÇÃO Em campo, no entanto, o Flamengo não apresentou futebol à altura do empenho dos torcedores. Desorganizado e sem criar lances perigosos, o time dependia dos avanços do lateral-direito Leo Moura. Em um das subidas ao ataque, aos 5min, o camisa 2 cruzou, Edvânio tentou tirar e a bola bateu nas costas de Roberto Dias, que fez contra. Um minuto depois, o Campinense aproveitou a falha defensiva causada pelo posicionamento de Leo Moura e empatou com Bismarck.

Desanimada com o jogo, a torcida passou a se entreter com olas e uma modesta banda de percussões e metais. Os aplausos ficaram escassos e a torcida passou a reclamar da atuação sem inspiração da equipe. O Campinense chegou a marcar o segundo, com Panda, que estava impedido.

Foram poucos lances de emoção nos 45 minutos restantes. A torcida até ensaiou uma vaia ao técnico Jorginho, quando ele trocou Rafinha pelo estreante Paulinho. Mas o jogador vindo do XV de Piracicaba teve estrela. No primeiro toque de bola, fez tabelinha com Elias, que entrou na área e fez um belo gol. Lance suficiente para decretar a festa dos torcedores.

AJUSTES


O técnico Jorginho terá pouco mais de uma semana para fazer os últimos ajustes no Flamengo para a estreia no Brasileiro, contra o Santos, dia 26, no Mané Garrincha, em Brasília. Eliminado da Taça Rio, o segundo turno do Carioca, vencido pelo Botafogo, o rubro-negro se refugiou em Pinheiral, sul fluminense, antes do jogo de ontem. O objetivo era recuperar a confiança e unir o grupo para não decepcionar no Nacional.

Sem contratação de peso – dos cinco reforços, apenas Marcelo Moreno tem passagem por clubes de expressão –, Jorginho aposta no entrosamento. Ele manteve a formação nas últimas quatro partidas, o que deve ser repetido contra o Peixe. A única dúvida é justamente, o encaixe de Moreno entre os titulares, uma vez que o destaque do rubro-negro na temporada é outro centroavante, Hernane, artilheiro do Carioca.

As outras apostas são pouco conhecidas: o volante Val (Mogi Mirim), o armador Bruninho (Atlético de Sorocaba) e o volante Diego Silva e o atacante Paulinho (XV de Piracicaba). Apesar da desconfiança de parte da torcida, o treinador é otimista. “O futebol paulista é muito forte e eu vi a competitividade desses jogadores contra grandes equipes. Antes de contratar, acompanhamos vários jogos. Foi feita avaliação ampla”, ressalta.

FOGÃO NO MINEIRÃO


O Botafogo recebeu ontem autorização da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) para mandar jogos em outros estados, enquanto o Engenhão estiver interditado por problemas com a cobertura. Assim, o Fogão estuda convites de algumas cidades para disputar a partida contra o Santos, dia 29, pela 2ª rodada do Brasileirão, seu primeiro jogo como mandante, e uma das possibilidades seria o time atuar no Mineirão. Mas Volta Redonda e Macaé também aparecem como opções, e até mesmo Juiz de Fora não é descartada. Pela Copa do Brasil, o time encara o CRB-AL, na partida de volta do confronto, em jogo a ser disputado em Volta Redonda. Na ida, empate em 0 a 0.