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COPA LIBERTADORES

Palmeiras segura Tijuana no campo sintético e depende de vitória em casa

Alviverde contém ímpeto do time mexicano e volta para São Paulo com bom resultado

postado em 01/05/2013 00:39 / atualizado em 01/05/2013 01:25

AFP PHOTO/RAMIRO FUENTES

Toda a preocupação do Palmeiras com a grama sintética do Tijuana se tornou aplicação tática. Até com momento de domínio no campo ofensivo, o time alviverde ficou no 0 a 0 nesta terça-feira, no México, e precisa de qualquer vitória no dia 14, no Pacaembu, para avançar às quartas de final da Libertadores – o adversário passa se empatar com gols.

O Tijuana, melhor segundo colocado entre os que se classificaram na fase de grupos, ainda não sofreu gols em seu estádio na competição, nem o Palmeiras balançou as redes fora de casa no torneio. Mas o time de Gilson Kleina teve até uma falta que Wesley alegou ter sofrido na área em que o árbitro não marcou pênalti.

Empenhado na reta final para evitar a derrota, o Palmeiras, já desclassificado no Campeonato Paulista, tem duas semanas para se preparar para receber o Tijuana em São Paulo, onde o Corinthians, que tinha perdido no México, o venceu por 3 a 0 na fase de grupos. O clube mexicano, fora do torneio local, também tem o torneio continental como única competição em seu foco.

O jogo


Gilson Kleina e seus jogadores embarcam para o México preocupados com o gramado sintético do estádio Caliente, mas o piso não mudou as convicções do técnico. O Palmeiras começou a partida como seu treinador sempre manda: marcando sob pressão no campo adversário, dificultando a saída de bola.

Em cinco minutos de jogo, o Palmeiras já tinha roubado duas bolas no campo de ataque, embora tenha isolado ambas com Wesley e Kleber. Mas logo o domínio à frente do meio-campo gerou espaço para troca de passes. Em uma delas, aos oito minutos, Wesley entrou na grande área e foi derrubado na grande área, a ponto de ter ficado sem sua chuteira. O árbitro, para desespero do jogador e de Kleina, não deu pênalti.

O lance, porém, mostrou que o time brasileiro não precisava temer seu rival tanto quanto se pensava. A entrada de Tiago Real, um meia de ofício, ajudava para que a bola passasse de pé em pé, e o Tijuana passou a correr atrás dela por não conseguir se adequar à intensa movimentação entre Wesley, Charles e Vinicius.

Enquanto os toques saíam de primeira, um deles, vindo de Tiago Real, encontrou Vinicius entrando na grande área para bater rente ao pé da trave esquerda do goleiro Saucedo, aos 16 minutos. Se Kleber, referência mais para sofrer faltas na frente, tivesse acreditado em seu colega, talvez as redes fossem balançadas.

Mas o Palmeiras conseguia se manter na frente sem deixar espaços atrás. Os lançamentos para os pontas Fidel Martínez, o Neymar equatoriano, e Riascos não chegavam, o centroavante Moreno se tornava um espectador e Márcio Araújo, ajudado principalmente por Charles, fechava os espaços para arremates de longe, diminuindo a importância dos meias Fernando Arce e Corona. A facilidade na grama artificial não era aproveitada pela equipe mexicana.

Até que ações individuais mudaram a segunda metade do primeiro tempo. Primeiro, os sul-americanos que fazem parte do elenco do Tijuana, como já havia alertado Kleina, começaram a fazer faltas duras – Kleber e Vinicius levaram cotoveladas. E Wesley passou a estragar a estratégia palmeirense, prendendo demais a bola, atrapalhando ataques, contra-ataques e até deixando os anfitriões partirem para frente.

A partir dos 25 minutos, o jogo mudou completamente. Primeiro, um passe errado de Tiago Real e um corte falho de Henrique deram a Martínez a chance de abrir o placar, mas o atacante foi mal. Mesmo assim, os flancos da defesa palmeirenses estavam abertos, e por ali um cruzamento para Martinez, com Bruno já batido, só não virou gol do Tijuana aos 26 minutos porque Ayrton fez o corte na pequena área.

Quando respirou, o Verdão conseguiu passar do meio-campo novamente, mas ainda tinha Wesley. E em uma das muitas sequências de dribles que o camisa 11 tentou e errou surgiu um contra-ataque que encontrou Moreno livre à frente de Bruno, mas o centroavante isolou, aos 43. No último lance do primeiro tempo, Riascos ainda cabeceou rente ao ângulo esquerdo de Bruno, adiantado.

O Palmeiras teve 15 minutos para se reajustar, e o intervalo fez bem ao time. Wesley, por exemplo, voltou mais disposto a jogar coletivamente, e seu toque de bola propiciou chance para Kleber, quase da meia-lua, bater rente à trave direita de Saucedo, aos quatro minutos. O lance foi uma rara chance de gol, mas, defensivamente, o Palmeiras estava bem postado.

Até o apito final, o Tijuana só gerava duas preocupações: suas faltas violentas – um carrinho por trás em Vinicius fez o médico Rubens Sampaio ser advertido pela arbitragem – e Riascos, atacante que deixou a ponta para usar sua força físicas girando sobre os marcadores e obrigando Bruno a fazer importantes defesas em sue chutes.

O Palmeiras, porém, aproximou defensores e meio-campistas, posicionando-se para contra-atacar com Ronny, substituto de Vinicius, e Kleber na frente. Em jogadas isoladas, Richard Ruíz e Daniel Omar Márquez, apostas ofensivas do Tijuana, até levaram perigo, mas Bruno estava mais uma vez em uma boa noite. E não levou gols.

TIJUANA 0 X 0 PALMEIRAS

Local:
Estádio Caliente, em Tijuana (México)

Data: 30 de abril de 2013, terça-feira
Árbitro: Martin Vázquez (Uruguai)
Assistentes: Mauricio Espinosa e Mauricio Costa (ambos do Uruguai)
Cartões amarelos: Aguilar, Pellerano e Gandolfi (Tijuana); Charles e Marcelo Oliveira (Palmeiras)


TIJUANA:
Carlos Saucedo; Juan Núñez, Aguilar, Gandolfi (Madueña) e Edgar Castillo; Pellerano, Fernando Arce e Corona; Fidel Martínez (Daniel Márquez), Riascos e Moreno (Richard Ruíz)
Técnico: Antonio Mohamed

PALMEIRAS: Bruno; Ayrton, Henrique, Maurício Ramos e Marcelo Oliveira; Márcio Araújo, Charles (André Luiz), Wesley (Souza) e Tiago Real; Vinicius (Ronny) e Kleber
Técnico: Gilson Kleina