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COPA LIBERTADORES

Tijuana vence com falha de Bruno, acaba com sonho do Palmeiras e vai pegar o Galo

Time mexicano vence por 2 a 1 em noite de infelicidade do goleiro no Pacaembu

postado em 15/05/2013 00:06 / atualizado em 15/05/2013 00:55

AFP PHOTO / Nelson Almeida

Bruno foi um dos jogadores mais festejados por torcedores quando o placar eletrônico do Pacaembu anunciou a escalação do Palmeiras para a partida contra o Tijuana, na noite desta quarta-feira. O goleiro já era candidato até a se firmar como titular no lugar do lesionado Fernando Prass. Foi uma falha dele, contudo, o estopim para a derrota por 2 a 1 para os mexicanos.

Agora fora da Copa Libertadores da América, o Palmeiras contava com a impressionante raça demonstrada na fase de grupos para ir além das oitavas de final do torneio. Aos 26 minutos do primeiro tempo, o desejo foi abalado quando Bruno deixou passar um chute fraco de Riascos. A situação piorou no início da etapa complementar, com gol de Arce. Nem o pênalti convertido por Souza e a expulsão de Aguilar foram suficientes para o Tijuana se abalar.

Leia a análise na coluna TIRO LIVRE: Longa jornada para o Galo

Os mexicanos, que haviam empatado por 0 a 0 com o Palmeiras no jogo de ida, enfrentarão agora o embalado Atlético nas quartas de final da Libertadores. Aos palmeirenses, acordados do sonho que alimentaram no primeiro semestre, resta se concentrar para a Copa do Brasil e principalmente para a missão de retornar à Série A do Campeonato Brasileiro.

O jogo

O Palmeiras era “sangue na veia” no Pacaembu, conforme propagaram o telão do estádio municipal, as faixas abertas por diversos torcedores nas arquibancadas e o presidente Paulo Nobre. Para seguir na competição, no entanto, o time também precisaria controlar os nervos e ser mais envolvente diante do Tijuana.

Sem entrar em campo desde a derrota nos pênaltis para o Santos, nas semifinais do Campeonato Paulista, o Palmeiras tentou mostrar a disposição que o caracterizou na Libertadores desde os primeiros minutos da partida com os mexicanos. A ansiedade se refletiu em alguns passes errados e falhas de marcação e de posicionamento.

Também faltava criatividade ao Palmeiras. A presença de Tiago Real no meio-campo não foi suficiente para as chances de gol aumentarem nesta terça-feira. A equipe insistia na correria, principalmente com Marcelo Oliveira do lado esquerdo do campo, e preferia apostar no jogo brigado. A torcida estava ali, afinal, para ajudar a pressionar o Tijuana.

A primeira oportunidade de o Palmeiras abrir o placar surgiu quando alguém vestido de verde colocou a bola no chão. Não porque queria fazer uma jogada mais trabalhada, porém em função de falta próxima da área assinalada pelo árbitro venezuelano Juan Soto. Aos 24 minutos, Ayrton cobrou com categoria e acertou o travessão. O gol parecia mais próximo.

De fato, demorou dois minutos para a rede do Pacaembu balançar. Quem alcançou o feito, contudo, não foi o Palmeiras. Aos 26, o irreverente Fidel Martínez desarmou Henrique, dominou a bola e passou para Riascos. O centroavante chutou fraco, no meio do gol, e já até se lamentava pelo erro. Só não contava que a falha do goleiro Bruno, aparentemente seguro no lance, fosse ainda maior: 1 a 0.

A torcida que cantava e vibrava desde o início do jogo demonstrou apoio de imediato. Gritou o nome de Bruno, que olhava desolado para o céu, e definiu o Palmeiras como “o time da virada”. Gilson Kleina também tentou incentivar seus comandados com berros, apesar de saber que, para fazer valer o mantra do público, necessitava da calma ainda não demonstrada.

Até o árbitro Juan Soto parecia afligido pelo nervosismo. Aos 31 minutos, ele puniu Richard Ruíz com um cartão amarelo e tirou o vermelho do bolso logo em seguida. O problema era que o jogador do Tijuana não havia sido advertido anteriormente. Restou ao venezuelano “cancelar” a expulsão, para frustração dos palmeirenses.

AFP/Nelson Almeida

Diferentemente dos demais, o Tijuana era bastante paciente. Seus jogadores passaram a parar a partida seguidas vezes, irritando a torcida da casa. Aos 38, quando Riascos saiu mancando de uma jogada perigosa e caiu em campo, o público já não queria que o Palmeiras seguisse a norma do fair play. Vinicius, contrariado, jogou a bola para fora – e foi muito hostilizado.

A atitude do Tijuana levou o primeiro tempo até os 50 minutos, quando Ayrton bateu falta e ganharia o escanteio. O árbitro determinou que a partida fosse para o intervalo antes da cobrança e acabou cercado pelos revoltados atletas palmeirenses. Todos decidiram extravasar a ira com a derrota parcial contra Juan Soto, protegido pela Polícia Militar.

Os policiais precisaram entrar em ação também nas cadeiras numeradas do Pacaembu, onde torcedores mais exaltados iniciaram uma pequena confusão. Pouco depois, já com a situação contornada, outra parte do público preferiu se entreter com o aquecimento de Bruno para a etapa complementar. Cada defesa do goleiro que falhou no gol do Tijuana foi comemorada com ironia.

Com a bola rolando, o ambiente voltou a ser favorável ao Palmeiras, que iniciou o segundo tempo com Souza no lugar de Wesley. O Tijuana retornou igual até em sua estratégia: retardar o jogo sem se importar com o acúmulo de cartões amarelos. Aos seis minutos, teve mais um motivo para seguir assim. Fernando Arce acertou um lindo voleio depois de cabeçada de Henrique, (desta vez) sem chances de defesa para Bruno, e ampliou o marcador.

Kleina não se deu por vencido com a desvantagem ainda maior. Sacou Charles para a entrada de Maikon Leite. Em seguida, quase foi premiado com uma jogada do velocista atacante, que avançou pela direita e cruzou para Souza cabecear na rede – mas pelo lado de fora. Muitos torcedores do Palmeiras chegaram a festejar o “gol”.

Aos 16, o Palmeiras conseguiu descontar de verdade. A zaga do Tijuana se atrapalhou em escanteio mal cobrado por Souza, Aguilar fez o toque de mão, e o árbitro assinalou o pênalti. O próprio meio-campista conferiu na cobrança, buscando a bola no fundo do gol defendido por Carlos Saucedo e reanimando as esperanças alviverdes.

O Palmeiras até acertou a meta novamente, aos 22 minutos. Para o contestado Juan Soto, entretanto, o centroavante Kleber estava impedido quando cabeceou a bola para o gol. Foi o que faltava para alguns torcedores sentados em setores mais caros do Pacaembu reclamarem pela última vez e começarem a ir para as suas casas.

A maioria do público, no entanto, ficou até o final para ver o Palmeiras permanecer no campo ofensivo – ainda sem qualquer sinal de criatividade – e oferecer espaços para contra-ataques perigosos do classificado Tijuana (que teve Aguilar expulso, aos 38 minutos). O sonho alviverde de ir adiante apenas com “sangue na veia” estava acabado no início da madrugada de quinta-feira.

PALMEIRAS 1 X 2 TIJUANA

PALMEIRAS
Bruno; Ayrton, Henrique, Maurício Ramos e Marcelo Oliveira (Juninho); Márcio Araújo, Charles (Maikon Leite), Wesley (Souza) e Tiago Real; Vinicius e Kleber
Técnico:Gilson Kleina

TIJUANA
Carlos Saucedo; Juan Carlos Núñez, Aguilar, Gandolfi (Ortíz) e Edgar Castillo; Pellerano, Fernando Arce, Corona (Madueña) e Richard Ruíz; Fidel Martínez (Tahulían) e Riascos
Técnico: Antonio Mohamed

Local:
Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)

Data: 14 de maio de 2013, terça-feira
Árbitro: Juan Soto (Venezuela)
Assistentes: Jorge Urrego e Carlos Lopez (ambos da Venezuela)
Público: 34.896 pagantes (total de 36.452)
Renda: 1.898.377,50
Cartões amarelos: Tiago Real, Charles, Kleber, Vinicius, Henrique (Palmeiras); Castillo, Aguilar, Richard Ruíz, Juan Carlos Núñez, Riascos, Fernando Arce, Fidel Martínez (Tijuana)
Cartão vermelho: Aguilar (Tijuana)
Gols:PALMEIRAS: Souza, aos 16 minutos do segundo tempo; TIJUANA: Riascos, aos 26 minutos do primeiro tempo, e Arce, aos 6 do segundo tempo

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