Futebol Nacional
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Início de uma era

Autoridades e ex-jogadores elogiam o palco reformulado, hoje referência mundial

postado em 04/02/2013 08:51

“Agora vamos cuidar de nosso patrimônio.” Foi o pedido feito pelo governador Antônio Anastasia ontem ao entregar oficialmente o Mineirão para o primeiro espetáculo, orgulhoso pela casa cheia para o clássico Cruzeiro x Atlético: “Que haja a rivalidade histórica, mas acima de tudo que tenhamos a paz”. Questionado se teria uma preferência sobre o placar, foi político: “Aqui estou como governador e espero que nesta casa Cruzeiro, Atlético, América, todas as equipes de Minas alcancem seus objetivos”.

Anastasia ressaltou que a obra está sendo elogiada por todos e que agora a Minas Arena tem o prazo de seis meses para fazer os ajustes: “O importante é que este é um sonho realizado e estou muito feliz, pois iniciamos uma nova era”. O governador ainda destacou que o tempo vai se encarregar de colocar tudo em seu devido lugar, com o aperfeiçoamento necessário e que não haverá nenhum milagre: “O governo fez a sua parte. Agora a Minas Arena, que ganhou a licitação para exploração do estádio, assume toda a responsabilidade”.

Para o vice-governador Alberto Pinto Coelho, que esteve no Mineirão em 5 de setembro de 1965, na inauguração do estádio, esta é outra grande vitória de Minas: “Do povo de Belo Horizonte, de toda a Minas, que ganha um espaço para seus espetáculos, essencialmente o futebol. Aqui vamos viver novamente momentos inesquecíveis e o mais importante, com segurança”.

O ministro do Esporte, Aldo Rabelo, fez questão de lembrar que acima de tudo o Mineirão entra na lista dos melhores estádios do mundo. Ele acompanhou a obra a partir de 2011, e está seguro de que os 12 estádios da Copa serão inseridos na lista das mais belas casas de espetáculos do mundo e o Mineirão em destaque: “Feliz é o futebol mineiro, que mostrou aqui gênios como Tostão, Reinaldo, Dirceu Lopes, Raul, Perfumo, Piazza, Natal, Zé Carlos, Evaldo, destaques como Humberto Monteiro, Humberto Ramos, Dario, Grapete, Oldair, Tião, Vaguinho. Agora vai construir uma nova história, tão bonita como esta construída por estes craques. A felicidade é imensa por ser amante do futebol e estar aqui para ver um dos maiores clássicos do futebol brasileiro”.

O prefeito Marcio Lacerda também estava orgulhoso. Lembrou que em 1965 era um dos torcedores que enfrentaram a terra vermelha que estava ao redor do estádio: “Acompanhamos os tempos e aquela mesma alegria vejo nos torcedores que chegam aqui para este novo templo. É parte também do nosso amor para podermos oferecer o melhor para o futebol nacional”. O diretor executivo de operações da Copa do Mundo, o mineiro Ricardo Trade (foi jogador de handebol do Ginástico e da Seleção Brasileira e depois preparador físico), não escondia a sua alegria por vários motivos.

O principal deles é a certeza de que, com os ajustes necessários, o estádio não vai dever a nenhuma praça de esportes do mundo: “Meu orgulho é enorme, mais ainda por saber que esta obra não depende mais do poder público para sobreviver. É o grande legado que Minas deixa para o Brasil depois do Mundial”.

De volta Dirceu Lopes fez questão de levar seus dois filhos e várias vezes ficou emocionado: “Voltei no tempo e vi um filme que me fez fortalecer. Foi bom recuperarmos o Mineirão para viver estas novas exigências do torcedor e dos jogos”. Já Dario foi além: “Uma pena que eu, Tostão, Dirceu, Nelinho, Lola e outros não vamos mais correr atrás da bola. Dá vontade de pedir a Deus para voltar o tempo e dizer que chegou novamente a nova vez. Maravilhoso. Tão espetacular que muitos que estão lá dentro de campo não são dignos de pisar neste gramado, porque a bola deles é muito curta”.

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