O campeonato, que não voltou a ser disputado até 1987 (o título mineiro teria feito com que paulistas e cariocas perdessem o interesse pela competição), começou em novembro de 1962. Minas Gerais entrou direto nas quartas de final, já em janeiro do ano seguinte, e seu primeiro adversário foi Paraná. A equipe montada pelo técnico Mário Celso de Abreu, de 37 anos e que havia se destacado no Renascença, não teve dificuldade para se classificar. Já no primeiro jogo, no Estádio Durival Britto e Silva, em Curitiba, os mineiros golearam por 6 a 1, em 10 de janeiro. Marco Antônio (3), Ari (2) e Amauri fizeram os gols de Minas. No jogo da volta, no Independência, dia 13, nova goleada: 4 a 0, gols de Marco Antônio (2), Luiz Carlos e Ari.
Na semifinal, o oponente foi São Paulo, campeão nas quatro edições anteriores. A partida na capital paulista, dia 20, não deixou dúvida sobre qual seleção era a melhor: Minas Gerais 3 a 0. “Mineiros, gigantes do Pacaembu” foi o título do Esportes do Estado de Minas. Os gols foram de Marco Antônio, Luiz Carlos e Ari.
No Independência, dia 23, os paulistas abriram o placar logo aos 15 segundos, num chute de Davi, que desviou em Ílton Chaves e enganou o goleiro Marcial. O gol do empate e da classificação para a final contra os cariocas foi marcado ainda no primeiro tempo, por Ari.
No primeiro jogo decisivo, no Independência, dia 27, Minas Gerais venceu por 1 a 0, gol de Ari, aos 26min do primeiro tempo. O goleiro Castilho evitou que os cariocas, do técnico Flávio Costa, levassem uma goleada. “Minas deu uma autêntica lição de futebol”, anunciou o EM. No Maracanã, dia 30, a Seleção Mineira voltou a vencer os cariocas: 2 a 1. A conquista foi a manchete do jornal no dia seguinte, algo raríssimo na época para as notícias esportivas: “Mineiros pela primeira vez campeões do Brasil”. O quadro dos campeões também mereceu destaque na capa.
VIRADA E TÍTULO Os donos da casa saíram na frente, com Dida, aos 7min. Minas não demorou a empatar, com Luiz Carlos, aos 19min. Marco Antônio virou aos 35mim do segundo tempo. No mesmo dia, João Havelange, presidente da Confederação Brasileira de Desportos, antecessora da CBF, anunciou que Minas Gerais representaria o Brasil no Sul-Americano na Bolívia, em abril.
Curiosamente, a escalação mineira foi a mesma nas seis partidas: Marcial (Atlético), Massinha (Cruzeiro), William (Atlético), Procópio (Atlético) e Geraldino (Cruzeiro); Ílton Chaves (América) e Amauri Horta (América); Luiz Carlos (Atlético), Rossi (Cruzeiro), Marco Antônio (América) e Ari (América). Apenas uma substituição foi feita em todo o campeonato: Nerival no lugar de Luiz Carlos, por contusão, na segunda partida da decisão.