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Ciganos do interior

Estádios em situação pendente forçam clubes a disputar pelo menos um jogo do campeonato mineiro longe de suas casas, enquanto outros mudam de vez

postado em 17/02/2013 08:11

(Jair Amaral/EM/D.A Press 14/6/12)

A volta do Mineirão ao futebol mineiro no clássico Cruzeiro 2 x 1 Atlético não só reforçou o retorno do futebol a Belo Horizonte – ciclo iniciado em 25 abril, com a reabertura do Independência. A despeito dos problemas do primeiro dia de operação do Gigante da Pampulha, as reformas no padrão Fifa trouxeram um novo nível de conforto aos clubes e à torcida. Uma realidade bem diferente da encontrada na disputa do Campeonato Mineiro’2013, tanto no Módulo I quanto no II, no interior: prejudicados por obras pendentes e, em alguns casos, a precariedade de estádios, América de Teófilo Otoni, Guarani, Villa Nova, Patrocinense e Social terão de jogar pelo menos uma partida fora de casa para fazer prevalecer o mando de campo. Betim (antigo Ipatinga) e Nacional já haviam mudado de cidade no início do ano.

Quem percorrerá a maior distância será o América de Teófilo Otoni, que terá de pegar 136km de estrada até Governador Valadares (região leste) para enfrentar o Tombense, às 10h de hoje. “Teremos que devolver cerca de 1.500 ingressos que já estavam vendidos para o confronto em Teófilo Otoni, fora despesas como transporte, hotel, alimentação e a perda na renda das placas do Nassri Matar. Fizemos tudo o que foi pedido”, reclama o presidente do Dragão, Nodje Neiva Diamantino. O veto ao estádio, considerado pelo cartola como desnecessário, foi motivado por uma análise do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), que considerou o laudo de vistoria de engenharia incompleto.

Por outro lado, não é muito perto dos desafios que o Guarani terá caso queira voltar a jogar em Divinópolis (no centro-oeste). Reformas exigidas pelo Corpo de Bombeiros e a ausência de estrutura para transmissão de TV no Waldemar Teixeira de Faria, o Farião, levaram o Bugre a adotar a Arena do Calçado, a 43km da origem. Até então a arena de Nova Serrana era utilizada pelo Nacional, que por sua vez migrou para Patos de Minas (no Alto Paranaíba). “Esses foram os principais motivos da nossa mudança. A prefeitura de Divinópolis não se propôs a resolvê-los. Então fomos para Nova Serrana e a cidade nos recebeu de braços abertos, com um estádio novo e sem cobrar taxas. Está sendo bom demais”, enaltece o presidente do Guarani, Edilson Oliveira.

Em Nova Lima (Região Metropolitana de BH), a expectativa é mais positiva. O Villa Nova aguarda apenas a Federação Mineira de Futebol (FMF) avalizar as intervenções realizadas pela prefeitura para que o Castor Cifuentes, o Penidão, seja liberado. Uma nova vistoria está agendada para esta segunda-feira. “Se o estádio não tiver condições, poderemos ir para o Independência ou Mineirão. Já conversamos com as duas concessionárias dos estádios. O Minas Arena estuda até a possibilidade de fazer um pacote com o Villa”, adianta o presidente do Leão do Bonfim, Jairo Gomes. O Cruzeiro, parceiro do administrador do Mineirão, é um dos rivais do clube, na 8ª rodada do campeonato, quando atuará como visitante.

Gomes alega que a demora na liberação do Castor Cifuentes, que recebeu jogos da Taça Minas Gerais e Mineiro de Juniores até o fim de dezembro, atrasou o andamento das obras. “Agora está tudo bem encaminhado e até amanhã está tudo pronto”, promete.

Falta de dinheiro Quem também garante casa pronta para os próximos jogos é o presidente do Social, Djalma Rodrigues de Freitas. A pendência na liberação do laudo de prevenção e combate a incêndio do Estádio Louis Ensch, em Coronel Fabriciano (Vale do Aço), foi causada pela ausência de corrimãos na área externa, além de um problema na bomba de abastecimentos dos hidrantes. “A questão será resolvida até quarta-feira”, garante Freitas. Para ele, o principal problema da manutenção dos estádios do interior é a falta de dinheiro. “Mas estamos tratando esse assunto com carinho para que no ano que vem não ocorra mais.” A diretoria da Patrocinense não foi localizada pela reportagem.

(Jorge Gontijo/EM/D.A Press-5/2/12)