Futebol Nacional
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CAMPEONATO MINEIRO

7 clubes e uma dura realidade

postado em 23/04/2013 09:00 / atualizado em 23/04/2013 09:37

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Decepção pela ausência entre os quatro primeiros, tristeza por não ter obtido vaga nem na Série D do Campeonato Brasileiro ou humilhação com o rebaixamento marcam o início de uma dura fase para sete clubes de Minas Gerais, alguns dos quais ficarão parados até janeiro de 2014. Em comum, eles guardam a esperança de nova parceria, de um bom trabalho de base e, acima de tudo, da ajuda de sua cidade.

BOA
Série A é ideia fixa
O erro que cometeu no Estadual, ao buscar jogadores em má condição física – como Rodrigo Arroz, Betinho e André Luís, que estavam havia mais de três meses sem jogar –, não será repetido na Série B. Os dirigentes prometem reforços de peso. Marcelinho Paraíba, a maior estrela da cia., permanece em Varginha, onde sua família está bem adaptada, com os dois filhos estudando. Os jogadores estão de folga até segunda-feira. O presidente Rone Moraes não abre mão de que a cidade seja a segunda do Sul de Minas a ter um representante na Série A do Brasileiro – a Caldense disputou a edição de 1979. Mas, depois de investimento de R$ 600 mil, o time sofreu com o drama do rebaixamento. Conseguiu escapar, mas ao custo do sacrifício de dar prioridade à Copa do Brasil, na qual caiu diante do Salgueiro-PE.

ARAXÁ

Atenção à garotada
Dizer que os dirigentes e torcedores estão revoltados é pouco diante da decepção pelo rebaixamento no mesmo ano da volta à elite. Com o histórico de cinco títulos nas divisões de acesso, os dirigentes acreditavam que finalmente o Araxá havia chegado para ficar. A torcida também, tanto que foi a terceira colocada em média de público como mandante (3.547), superada apenas pelas de Cruzeiro e Atlético. O investimento até o fim do ano será na equipe de juniores, aproveitando os jogadores profissionais ainda com idade para a categoria. Os demais serão dispensados. Nem o técnico João Martins deve permanecer. Será feito um planejamento para formar um time digno para a próxima temporada.

GUARANI
Nada de jogar na casa alheia
Quinta-feira haverá reunião da diretoria. Nela, o presidente Edílson de Oliveira decidirá se continua no cargo ou passa o bastão ao vice, Gílson Antônio Morais. Há possibilidade de que seja convocada nova eleição em 90 dias. Apenas seis dos 24 jogadores pertencem ao clube. Os demais estão liberados, mas se Gílson assumir, ele já tem um objetivo traçado: a prioridade será recuperar o Estádio Farião. Jogar novamente em Nova Serrana, que tem estádio muito melhor, está fora de cogitação. O dirigente pretende partir para a armação de nova equipe, com a manutenção do técnico Lester Júnior, pelos resultados satisfatórios. “Só não foram melhores porque não é fácil dirigir um time pequeno, principalmente diante da concorrência financeira com os grandes.” O custo mensal do Bugre é de R$ 450 mil.

AMÉRICA-TO
Fechado para balanço
A partir de hoje, os 32 jogadores estão liberados. O técnico Gilmar Estevam, no cargo desde 2008, estará à frente do projeto para reconduzir a equipe de Teófilo Otoni à elite. Nesta semana, os dirigentes se reúnem para acertar o pagamento das dívidas e discutir a estrutura de que o clube necessitará para chegar ao objetivo. O presidente Nodje Walter espera participação maior do poder público para que o Dragão possa ter sucesso. Semifinalista em 2011, o time no ano passado já havia escapado da queda na última rodada, ao vencer e rebaixar o Democrata-GV. Agora, desde a primeira partida figurou nas duas últimas posições. O Estádio Nassri Mattar será fechado. É grande a revolta dos americanos com as taxas cobradas pela Federação Mineira de Futebol, que para eles deixou o clube em situação ainda mais complicada para honrar seus compromissos. Outro problema foi o fato de a equipe só ter disputado quatro jogos em casa. Na estreia recebeu o Tombense (perdeu por 2 a 1) em Governador Valadares, onde, além da despesa superior a R$ 20 mil no jogo, ainda precisou gastar R$ 4 mil com a viagem da delegação.

CALDENSE
Quando novembro vier
A Veterana projetou um Campeonato Mineiro sem altos investimentos para que a partir de agora não enfrentasse o drama de outros clubes, sem arrecadação e parceiros para custear as despesas. Há dois anos ela segue essa política. Hoje, a Caldense acerta a rescisão de contrato da maioria dos jogadores ou empresta alguns destaques, como o atacante Nena, seu artilheiro, com seis gols, e o experiente goleiro Glaysson. A Caldense, que disputou o Estadual com 28 jogadores, pagando no máximo R$ 5 mil de salário, não tem interesse em disputar a Série D nem a Taça Minas Gerais. Só vai retornar às atividades em novembro.

TUPI
Aposta nos desempregados
Os próximos 10 dias serão de folga para os jogadores. Nesse período, o clube decidirá o que fazer com os 14 jogadores emprestados – pretende ficar com 10. Outros tantos serão contratados até dezembro. Com o fim dos estaduais, os dirigentes apostam que haverá 5 mil jogadores desempregados no país e entre eles há bons nomes em quem o Galo Carijó pode apostar, conservando a política do bom e barato. O Tupi foi um dos clubes que menos investiram no Campeonato Mineiro. Gastou R$ 200 mil mensais. A comissão técnica será mantida. O time, que retorna à Série D depois de cair na C do ano passado, não pretende disputar a Taça Minas Gerais, cujo campeão tem vaga na Copa do Brasil, porque não tem patrocínio e precisaria fazer investimento de R$ 50 mil por jogo.

COELHO NA EXPECTATIVA
Ainda sem a confirmação oficial das dispensas de Geovanni, Vinícius e Felipe, cujos contratos terminaram com a participação do time no Campeonato Mineiro, o América inicia hoje à tarde a preparação para enfrentar Avaí ou Volta Redonda pela segunda fase da Copa do Brasil, a partir de 1º de maio. Nesta semana o técnico Paulo Comelli pode receber reforços para as laterais, o meio-campo e o ataque. Como terá muito tempo para treinamentos, ele finalmente saberá o que tem em mãos. No Coelho é voz corrente que os jogadores não usados com frequência não farão parte do grupo no restante da temporada.

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