Futebol Nacional
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Motivação é o que não falta

Reencontro com o Horto, retorno à competição internacional, volta de Tardelli e luta por um título inédito são estímulos do Atlético para jogo contra o São Paulo, esta noite

postado em 13/02/2013 08:06 / atualizado em 13/02/2013 08:09

Beto Magalhães/EM/D.A Press
Sem mistérios, o Atlético está pronto para enfrentar o São Paulo, nesta quarta-feira, às 22h, em sua estreia na Copa Libertadores, pelo Grupo 3, pouco mais de 12 anos depois de sua última participação. De volta ao clube e devidamente regularizado na CBF, o atacante Diego Tardelli está confirmado entre os titulares. A escalação do goleador, que vai jogar pela primeira vez ao lado de Ronaldinho Gaúcho, desperta na massa alvinegra a esperança de um triunfo contra um adversário tradicional no torneio continental.

O atacante deve ser escalado na ala esquerda. Com isso, Bernard será deslocado para a direita e Jô atuará isolado na área. A intenção do treinador Cuca, no entanto, é fazer um revezamento entre Tardelli e Bernard durante a partida para dificultar a marcação do adversário. Pelo menos foi assim durante os últimos treinos.

Para Ronaldinho Gaúcho, duas vezes melhor do mundo eleito pela Fifa (2005 e 2006), a entrada do goleador lhe dará mais opções na criação das jogadas. Mesmo tendo atuado ao lado de grandes estrelas ao longo da carreira, ele diz que será uma honra jogar com Tardelli. “É uma alegria porque ele é um jogador de muita qualidade e um ídolo da torcida. Isso tudo torna o ambiente ainda melhor.”

O que não falta a Gaúcho é motivação. Assim como o alvinegro, o craque jamais foi campeão da Libertadores, embora tenha disputado duas edições do torneio (por Grêmio e Flamengo). “É o título que me falta. Este é um ano importante para a minha carreira e espero conquistar todos os títulos que me faltam no currículo.”

Mas também é um ano especial para o Galo, pondera Ronaldinho, que volta a vestira a camisa 10 – no ano passado, o atacante Guilherme já estava registrado com a numeração quando o craque chegou ao Galo. Por isso, Gaúcho optou por utilizar a 49, em referência ao ano de nascimento da mãe. “O momento é importante não só para mim, mas para todos os jogadores. Muitos já disputaram a competição, mas não venceram. O clube também está há muitos anos sem disputar, Além disso tem a estreia de um grande jogador, que é o Tardelli, e tudo isso nos motiva.”

EXPECTATIVA
O confronto não será dos mais fáceis. O São Paulo tem tradição no torneio, do qual já foi três vezes campeão. Mas o Galo conta com a força da torcida. Para o goleiro Victor, que já disputou a Libertadores pelo Grêmio, será um grande jogo. Ele espera, no entanto, que os atleticanos estejam mais inspirados que as estrelas do tricolor: “É um momento de expectativa boa, positiva. Até pelo ano que a gente fez, a manutenção de uma estrutura de equipe. Isso nos dá boas perspectivas. Sabemos da importância do título para o Atlético e esperamos saber transformar a ansiedade em cautela e motivação”.

Nessa terça-feira, o clima foi de total descontração na Cidade do Galo. Os jogadores fizeram o tradicional rachão. O time de Pierre venceu o de Richarlyson, que tinha Diego Tardelli entre os titulares, por 2 a 1, com gols de Ronaldinho Gaúcho e Luan. Depois da atividade, Bernard, Ronaldinho e Richarlyson treinaram cobranças de faltas.

MEMÓRIA
Terceira arrancada contra o tricolor
Em sua quinta participação na Libertadores, o Atlético estreia pela terceira vez contra o São Paulo. Na primeira vez de ambos na competição, em 1972 – num grupo que teve ainda os paraguaios Olimpia e Cerro Porteño –, eles empataram por 2 a 2 no Mineirão e, no returno, por 0 a 0 no Morumbi. Na época, só o primeiro de cada chave ia à fase semifinal, disputada em dois triangulares. O tricolor foi o classificado. Em 1978, num grupo também com os chilenos Palestino e Unión Española, houve empate por 1 a 1 no Mineirão. Ao vencer por 2 a 1 no Morumbi, o alvinegro foi o classificado da chave. Mas caiu na semifinal diante do Boca Juniors. Em 1981, o primeiro adversário foi o Flamengo: 2 a 2 tanto no Mineirão quanto no Maracanã, no mesmo grupo dos paraguaios Olimpia e Cerro Porteño. Galo e Fla decidiram a vaga em jogo extra no Serra Dourada. Com arbitragem polêmica, José Roberto Wright expulsou cinco jogadores da equipe mineira e encerrou o jogo ainda no primeiro tempo. O time carioca teve a classificação confirmada pela Confederação Sul-Americana de Futebol. Em 2000, o Galo avançou em segundo na chave com Bolívar, Bella Vista-URU e Cobreloa-CHI, bateu o Atlético-PR nos pênaltis nas oitavas de final e parou no Corinthians nas quartas.

Atlético x São Paulo


Atlético
Victor; Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva e Junior César; Pierre, Leandro Donizete, Ronaldinho Gaúcho e Bernard; Diego Tardelli e Jô
Técnico: Cuca

São Paulo
Rogério; Paulo Miranda, Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Denílson, Wellington, Jádson e Douglas; Luís Fabiano e Osvaldo
Técnico: Ney Franco

Estádio:
Independência
Horário: 22h
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e Fabrício Vilarinho da Silva (DF)
TV: Globo, Sportv e pay per view
Ingressos: Restam apenas ingressos dos setores corporativos nos valores de R$ 400 e R$ 600

A CHAVE DO JOGO
Ídolo da massa, Diego Tardelli retornou ao Atlético na semana passada, depois de longa negociação com o Al-Gharafa. O atacante, que caiu nas graças da torcida alvinegra ao marcar 73 gols em 114 jogos em sua primeira passagem pelo Galo, é a grande esperança de gols diante do tricolor paulista, na estreia na Libertadores.