Futebol Nacional
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R10 comanda a festa

Como um maestro, Ronaldinho canta jogadas e participa dos dois gols do Galo

postado em 14/02/2013 08:15 / atualizado em 14/02/2013 08:25

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
A sensação era diferente, ainda mais empolgante e mágica. Momentos inéditos para uns e vividos por outros em épocas passadas. Depois de 13 anos, o torcedor do Atlético voltava a ver a equipe disputar a Copa Libertadores. A ansiedade estava visível nos rostos dos mais de 18 mil presentes na noite dessa quarta-feira, no Independência. Dentro das quatro linhas, o time de Cuca tentou fazer da festa nas cadeiras o incentivo maior para estrear com pé direito diante do poderoso São Paulo. E conseguiu. Com disposição de grupo que tenta ganhar um campeonato, conquistou difícil vitória por 2 a 1.

A esperança de boa exibição da massa fazia crescer ainda mais a responsabilidade dos jogadores. Principalmente pela missão de triunfar sempre diante da torcida. O Galo terá partidas difíceis fora de casa – inclusive contra o próprio tricolor, no Morumbi – e Cuca sempre enalteceu a obrigação da vitória na estreia, objetivo conquistado.

Mas o resultado foi construído com dificuldade e sustos, sobretudo na etapa final. Enquanto o alvinegro ia para seu terceiro jogo oficial em 2013, o São Paulo partia para o oitavo compromisso, muito mais entrosado e com ritmo de jogo. O Galo pecou pela falta de entrosamento, mas o preparo físico foi o melhor possível. Se há um aspecto em que o Atlético levou vantagem foi a marcação no meio-campo. Bernard valorizou justamente a raça dos companheiros quando a técnica não fez diferente no equilibrado duelo: “É esse o espírito na Copa Libertadores: Muita luta em campo e entrega”.

Diego Tardelli, que reestreou com a camisa atleticana, teve atuação discreta e acabou substituído por Luan no segundo tempo. Em fase de adaptação no Brasil, o camisa 9 tende a melhorar daqui para a frente, se enquadrando ao esquema tático do técnico Cuca. Diante do São Paulo, foram três finalizações feitas pelo recém-chegado, todas sem direção. Mesmo assim, quando ele deixou o campo, foi aplaudido de pé pelo público.

COCHILO E GOL No primeiro tempo, o São Paulo não incomodou o goleiro Victor, embora a zaga alvinegra tivesse cedido espaços a Douglas e Luís Fabiano. O Galo até controlou a posse de bola e as melhores ações, mas faltou mais capricho. Sobretudo do estreante Tardelli. Bernard e Jô também assustaram o goleiro do time paulista, Rogério Ceni, em lances individuais.

Os donos da casa só abriram o placar graças ao cochilo da defesa adversária. Marcos Rocha cobrou lateral para Ronaldinho, que estava bem à frente da zaga, quase na linha de fundo. Curiosamente, o atleticano havia acabado de tomar água em uma garrafa cedida pelo goleiro do tricolor. Gaúcho recebeu a bola e cruzou na medida para Jô marcar o primeiro gol e dar início à festa no Horto.

O segundo tempo começou sofrido para os atleticanos. O time cometeu falhas de posicionamento e permitiu que o tricolor chegasse com perigo. No entanto, Victor apareceu bem em defesas em chutes de Osvaldo e Luís Fabiano. Foi aí que os anfitriões tiraram força da dificuldade e acordaram. Novamente Ronaldinho Gaúcho estava à frente no lance. O cruzamento perfeito do astro , vindo pela direita, encontrou o capitão Réver, que, de cabeça, encobriu Rogério, marcando 2 a 0. Um golpe de alívio para Cuca e o grupo, cuja vitória estava começando a se consolidar.

O São Paulo demonstrou vontade ao diminuir no placar, com Aloísio, depois de tabela com Luís Fabiano – no lance, os atleticanos pediram falta do camisa 19 em Júnior César. E quase chegou à igualdade no último lance, depois que Marcos Rocha rebateu uma bola de dentro da área usando o ombro. A bola sobrou nos pés de Paulo Henrique Ganso, que chutou para fora, bem rente à trave esquerda de Victor. A ansiedade pela estreia estava superada e o grupo atleticano continuará a preparação para os próximos desafios.

Ainda pelo Grupo 3, o Strongest, da Bolívia, recebe os argentinos do Arsenal, hoje, às 22h, na estreia das duas equipes.

Atlético 2 x 1 São Paulo

Atlético
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Júnior César; Pierre, Leandro Donizete e Ronaldinho Gaúcho; Bernard (Richarlyson 42 do 2º), Jô (Alecsandro 45 do 2º) e Diego Tardelli (Luan 22 do 2º)
Técnico: Cuca

São Paulo
Rogério Ceni; Paulo Miranda (Aloísio 12 do 2º), Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington (Maicon 31 do 2º), Denílson, Douglas e Jadson (Paulo Henrique Ganso 23 do 2º); Osvaldo e Luís Fabiano
Técnico: Ney Franco

Estádio: Independência
Gols: Jô 12 do 1º; Réver 27 e Aloísio 38 do 2º
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Assistentes: Altemir Hausmann (RS) e Fabrício Vilarinho da Silva (GO)
Cartão amarelo: Paulo Miranda, Jadson, Luan e Lúcio
Pagantes: 18.187
Renda: R$ 961.230

VIVA
Para a estrutura tática do Atlético. A movimentação e troca constante de posições de Bernard, Jô e Diego Tardelli confundiu a defesa tricolor

VAIA
Para o gramado do Independência, mais duro e em piores condições do que no ano passado. Os jogadores dos dois times escorregavam a todo tempo

HERÓI DO JOGO
Ronaldinho começou 2013 como terminou o ano passado: dando assistências perfeitas e transformando seus companheiros em heróis. Além de participar diretamente dos dois gols alvinegros, esbanjou determinação para marcar o adversário