Futebol Nacional
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Doce reencontro com a América

Depois de 13 anos, torcida alvinegra voltou a sentir a emoção da principal competição do continente. E mostrou que o Independência será arma poderosa em busca do título

postado em 14/02/2013 08:18 / atualizado em 14/02/2013 08:42

O sol ainda estava presente e o torcedor do Atlético, quatro horas antes do início da partida, já se misturava às pessoas que iam trabalhar no Independência. Policiais, vendedores ambulantes,seguranças, bilheteiros, faxineiros e ainda os funcionários da BWA,usando a tradicional camisa “Posso ajudar”.

A confiança era total em um belo espetáculo, como resumiu Ricardo André de Oliveira, de 38 anos, estudante, morador do Bairro São Cristóvão. “ Esperamos 13 anos por este momento. Muito bom, porque valoriza o clube, os jogadores e a sua torcida. Estamos realmente muito felizes.”

Ricardo gosta muito de ir ao Independência, garantindo que chega fácil ao estádio, não viu grandes tumultos e acredita que a tendência é cada dia mais um melhor comportamento do torcedor. “Principalmente o atleticano, porque aqui é a nossa casa e o nosso terreiro. Não podemos abrir mão nunca deste estádio. Vai ter a hora de jogar no Mineirão, mas agora é aqui”. Uma única reclamação: “Se um amigo liga dizendo que está do outro lado, não podemos ir lá. Se estamos no sol nos jogos durante o dia, nãopodemos ir para a sombra. Apenas isso. Falta a circulação”.

Osvaldo da Silva, de Justinópolis, era só alegria. “Sou são-paulino. Nunca tive problemas em torcer pelo meu time aqui”. Foi o que garantiram também dois outros torcedores do tricolor, também de BH – Túlio Marconi de Lima, analista de TI, de 28 anos, da Nova Cachoeirinha, e Vinicius Cassiano Zamora Cano, de 28 anos, do Bairro Fernão Dias, servidor público.

“A gente não se expõe, toma os devidos cuidados e normalmente não temos problemas em vir aos jogos”, garante Túlio. Para ele, o time ainda vai sentir a falta de Lucas, mas tem tudo para fazer uma campanha vitoriosa, pelo grupo e o comando de Ney Franco.

Foi muito seguro em seu pensamento: “Libertadores se joga com o coração. Não é necessario ter um grande time.Tem é de saber jogar. Não importa se perde por um ou 10 a zero,tem de procurar fazer três pontos e seguir em frente. Já Vinicius preferiu falar da emoção de receber a delegação do São Paulo no aeroporto. “Falei para o Ney Franco que daqui a dez anos vou estar com uma camisa com a foto dele no peito, como esta que carrego, do Telê Santana, homenagem pelos 20 anos do título mundial. Temos uma equipe forte e será muito justo no último ano do Rogério Ceni ganharmos esse título.

O que não acontecerá, se depender da vontade de Roger Tadeu Cardoso, de 38 anos, engenheiro do Bairro Cidade Nova. “Vamos começar nossa caminhada pelo título.O Atlético fez o melhor time dos últimos tempos. E temos de apreender com o Corinthians, que apanhou, apanhou e depois chegou. A experiênciado Ronaldinho e do Tardelli será muito importante.”

Roger explica que o Independência é o caldeirão do Galo. “Aqui tem de ir para cima de qualquer um. Não importa o adversário. Lá fora o Cuca precisa aprender a jogar fechado e não perdermos tanto como na segunda fase do Brasileiro.”

BARES Felizes mesmo estavam os comerciantes da Rua Mário de Andre Gomes,vendendo cerveja (latão) a R$ 4; espaguete e tropeiro a R$5, refrigerante a R$3 e água a R$2. Praticamente o estoque de todos foi consumido pelo torcedor. Às 20h33, quando o ônibus do Galo entrou no estádio, parte da torcida já estava lá para dar as boas-vindas de 2013 e o primeiro grito, de “Galôôô”. Um minuto depois chegou o ônibus do São Paulo, ambos com a proteção dos batedores da PMMG. A festa começou. Quem não teve a comemorar foram os cambistas, que, diante da pouca procura (a informação era de lotação esgotada), vendiam as entradas de R$ 120 a R$ 50 e acabaram com ingressos na mão.