Uma prova da popularidade de Ronaldinho foi vista na partida de quinta-feira no Horto. No intervalo, vários jogadores disputaram sua camisa, que acabou ficando com o atacante Pablo Escobar. Depois do jogo, mais tietagem: durante cerca de 10 minutos, o ídolo ficou no campo tirando fotos com jogadores e integrantes da delegação boliviana. Ele só deixou o Independência de madrugada, pois ainda foi escolhido para o exame antidoping – a exemplo do que tinha ocorrido na goleada sobre o Arsenal por 5 a 2, na Argentina, em que também desequilibrou, com participação nos três gols do garoto Bernard. Muitos fãs de Ronaldinho o esperaram na portaria do estádio, na esperança de conseguir um autógrafo ou ganhar sua camisa, mas não obtiveram sucesso.
Ronaldinho foi exaltado dentro e fora do país. Famoso pela rixa com os brasileiros, até o irreverente diário espanhol argentino Olé se rendeu ao craque do Galo, produzindo até um clipe com os principais lances da partida com os bolivianos, embalado pela música Viva la vida, da banda inglesa Coldplay.
“O Galo vive uma fase muito boa. Tudo tem dado certo, pois estamos vencendo nossas partidas e os adversários estão tropeçando. Temos de continuar essa caminhada”, diz a estrela alvinegra, que novamente deve ser o mais assediado hoje, no desembarque em La Paz, na Bolívia, para onde o Galo viaja às 10h50.
Na Libertadores, o camisa 10 tem protagonizado episódios de inteligência – como o momento em que pediu água e distraiu Rogério Ceni para receber livre e passar para Jô marcar o primeiro gol da vitória sobre o São Paulo por 2 a 1, no Horto. Ou o lance de quinta-feira em que enganou a marcação do Strongest ao olhar para a lateral esquerda e passar para Marcos Rocha, na direita, avançar e sofrer o pênalti.
Aliás, o tiro dos 11 metros não lhe causa mais arrepio. Mesmo que tenha pedido a cobrança diante do Arsenal, ele se apresentou para a cobrança no jogo no Horto e acertou o canto direito do goleiro Vaca. “Nunca perdi a confiança. Tenho minha responsabilidade e estou sempre disposto a lutar pelos nossos objetivos.”
Antes de marcar seu primeiro gol na temporada, contra o Strongest, ele havia perdido três pênaltis consecutivos: os outros foram no clássico com o Cruzeiro, no ano passado, e, pela Seleção Brasileira, na derrota para a Inglaterra, em Wembley.