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COPA LIBERTADORES

Oxigênio para vencer

Tietado mais uma vez por torcedores bolivianos, o Atlético prepara esquema especial para suportar efeitos da altitude, apostando em marcação cerrada e nos contra-ataques

postado em 12/03/2013 08:00 / atualizado em 12/03/2013 08:35

Aizar Raldes/AFP
La Paz – Faltava uma hora para a delegação do Atlético deixar o Hotel Radisson, onde está hospedada em La Paz, mas o Estádio Simón Bolívar já estava cheio de torcedores na tarde de ontem. Não alvinegros ou brasileiros e, sim, jovens bolivianos da escolinha de futebol do Bolívar, que esperavam ansiosamente pelo treino da equipe de Cuca para a partida contra o Strongest, amanhã, às 22h (de Brasília), no Estádio Hernando Siles, pela Copa Libertadores. Pelo menos 80 garotos enfrentaram chuva e frio para ver Ronaldinho Gaúcho, que tem convivido com o assédio dos fãs desde que desembarcou em território boliviano.

Um dos mais felizes era Tadeu Paton, de 17 anos, que estava com uma foto do craque junto com Eto’o nos tempos de Barcelona. Acompanhado do amigo Luís Henrique Morales, de 14, ele não conseguiu ver o ídolo quando o Galo treinou na segunda-feira, mas ontem esperou pacientemente com uma caneta na mão e uma folha de papel. Quando o ônibus chegou, houve a invasão e a espera pelo ídolo. No entanto, devido ao tumulto, não conseguiu o objetivo. “Vou insistir. Amanhã vou ao estádio novamente para conseguir a foto e o autógrafo”, disse o jovem, que também fez festa para o garoto Bernard e para Gilberto Silva e Diego Tardelli.

No campo, os jogadores se queixaram do frio e treinaram de calças. A chuva fina causou ainda mais queda da temperatura, próxima de 8°C. Cuca comandou um treino tático com ênfase no posicionamento dos zagueiros e dos atletas do meio-campo. O treinador acompanhou atentamente o trabalho do preparador Chiquinho Cersósimo com os goleiros Victor e Giovanni. Até participou do bombardeio de chutes ao gol.

O volante Pierre trabalhou várias situações do jogo, pois o adversário explora bastante os contra-ataques. “Não podemos dar espaço e vamos ver se a gente consegue voltar ao Brasil com a vitória. Sabemos da qualidade do Strongest. Queremos encurtar os espaços para ganhar na velocidade.” Na entrada do vestiário havia dois cilindros de oxigênio para caso algum dos jogadores se sentisse mal. Mas desta vez ninguém se queixou. No domingo, o atacante Jô e Bernard alegaram dores de cabeça.

O treino do Galo foi acompanhado de perto pelo ídolo Dario, campeão brasileiro em 1971. Assim que reconheceram o currículo do ex-atacante do Galo, com passagem pela Seleção Brasileira tricampeã mundial em 1970, os bolivianos também o tietaram. “A altitude aumenta a velocidade e a impulsão dos atacantes. Então, o Atlético deve se aproveitar de seus pontos fortes para vencer o Strongest”, afirma o ex-camisa 9, que esteve presente em jogos na altitude – no Equador e no México.

RECONHECIMENTO
A imprensa estrangeira também não poupou elogios a Ronaldinho. Quinze profissionais do país fizeram questão de assistir à atividade. Alguns ficaram chateados porque não conseguiram entrevistar o craque. “Para mim, ele é um talento puro demonstrado em campo de jogo. Na minha visão, é o maior jogador do mundo”, afirma o jornalista Francisco Millares, da Rádio Gente.

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