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COPA LIBERTADORES

O mais forte

Galo faz valer sua superioridade técnica para driblar a altitude de La Paz, vencer o Strongest e assumir a liderança da Libertadores. Vaga nas oitavas está garantida

postado em 14/03/2013 08:10 / atualizado em 14/03/2013 09:48

AFP PHOTO/Aizar Raldes
La Paz – A temida altitude não foi suficiente para fortalecer o Strongest e parar o Atlético. Quem mostrou poderio nos 3.600m da capital boliviana foi o time alvinegro, que derrotou os donos da casa por 2 a 1, assumiu a liderança geral da Copa Libertadores (beneficiado também pela derrota do Tijuana por 3 a 0 para o Corinthans) e assegurou sua classificação às oitavas de final de maneira antecipada. Diego Tardelli e Méndez (contra) marcaram os gols do triunfo atleticano, com Reina fazendo o gol de honra dos bolivianos.

Era de se esperar que o Strongest saísse para o jogo, pois seu maior trunfo na Libertadores são justamente os jogos em casa, aproveitando-se da altitude: nas 56 partidas que o clube disputou em La Paz pela competição continental, foram 32 vitórias, 13 empates e 11 derrotas.

Também já era sabido que o Tigre apostaria nos chutes de fora da área, estratégia que funciona bem graças aos efeitos da grande distância do nível do mar. Além disso, o estádio, lotado, se transformou em um caldeirão, com torcedores dispostos a intimidar o Galo.

Nada disso, porém, atrapalhou o alvinegro na maior parte do primeiro tempo. A impressão inicial era de que os papéis estavam invertidos – enquanto o Strongest errava lançamentos longos e insistia em chutes que não assustavam Victor, o Atlético, apostando no toque de bola, administrava o nervosismo e abafava a pressão da torcida. A cada lance de ataque da equipe boliviana, as arquibancadas se agitavam e tremiam, animadas pelo locutor do estádio.

Nesse cenário, o gol atleticano acabou saindo naturalmente. Aos 9min, Ronaldinho Gaúcho lançou Jô, que bateu em cima de seu marcador, mas pegou o rebote e cruzou na medida para Diego Tardelli cabecear e abrir o placar.

A torcida boliviana começou a perder a paciência, irritada com os erros do Strongest. Ensaiou até um coro de palavrões e xingamentos aos próprios atletas e ao árbitro paraguaio Júlio Quintana. Em inferioridade no placar e ciente de que a derrota diminuiria, e muito, suas chances de classificação à próxima fase da Libertadores, o Tigre partiu de maneira mais incisiva para o ataque.

De tanto testar Victor em chutes de longa distância, o Strongest acabou chegando ao empate por meio da manjada jogada, já no fim da etapa inicial: aos 43min Cristaldo chutou forte, da intermediária, a bola bateu no peito de Victor e voltou para Reina, que apareceu entre a zaga, de frente para o gol, e marcou. No minuto seguinte, o time boliviano teve oportunidade de fazer o segundo, quando Pablo Escobar recebeu na área, pela direita, e tocou por cima de Victor. Para sorte do Galo, a bola foi para fora.

CONCENTRAÇÃO
“A altitude cansa, a gente tem dificuldades para dominar a bola, para correr. Mas a gente tem que se concentrar para voltar e tentar vencer”, afirmou Ronaldinho Gaúcho. Mas o aviso não adiantou muito e o time voltou abatido para a etapa complementar.

O Strongest, por sua vez, mostrou disposição redobrada, ainda que sem muita técnica, e por muito pouco não aproveitou o gás extra para passar à frente no marcador logo aos 10min, quando depois de um bate-rebate na área, Cristaldo chutou e Leonardo Silva tirou em cima da linha.

A etapa final foi assim: amplo domínio da equipe anfitriã, que continuou chutando de fora da área em todas as oportunidades, e o Galo acuado, tentando chegar ao gol por meio de contragolpes. Quando tudo caminhava para um sofrido empate, o Atlético buscou ar para mais um contra-ataque e foi recompensado pela sorte: aos 37min, Ronaldinho lançou Serginho na direita, que cruzou. Pressionado pela chegada do Gaúcho, Méndez acabou marcando contra. O gol premiou a persistência atleticana e foi a vez de os poucos torcedores do Galo no Hernando Siles fazerem barulho.

“É importante ser o primeiro, para ter vantagens na próxima fase. Foi difícil esta vitória, mas está todo mundo de parabéns”, disse Tardelli. Pelo Twitter, o presidente do Galo, Alexandre Kalil, mandou seu recado a um grupo que costuma ficar distante dos holofotes nas vitórias: “Hoje meus parabéns são especiais: preparadores físicos, fisiologistas, fisioterapeutas e nutricionistas. Vale a pena investir. Estou orgulhoso”.

The Strongest 1 x 2 Atlético

The Strongest
Vaca; Diego Bejorano, Méndez, Barrera e Torrico; Veizaga (Ramallo), Soliz, Chumaceroe Cristaldo (Melgar 22 do 2º); Pablo Escobar e Reina
Técnico: Eduardo Villegas

Atlético

Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Júnior César (Richarlyson 39 do 2º); Pierre, Leandro Donizete e Ronaldinho Gaúcho; Diego Tardelli (Luan 30 do 2º), Jô e Bernard (Serginho 17 do 2º)
Técnico: Cuca

Estádio: Hernando Siles
Gols: Diego Tardelli 9 e Reina 43 do 1º. Méndez (contra) 37 do 2º
Árbitro: Júlio Quintana (PAR)
Assistentes: Carlos Cáceres e Eduardo Cardozo (PAR)
Cartão amarelo: Marcos Rocha, Bejorano, Torrico e Pablo Escobar

VIVA
Para o fôlego da equipe alvinegra, que suportou a pressão da torcida e a altitude para vencer

VAIA
Para o Strongest, que não mostrou lances de técnica e se limitou a chutes de fora da área

HERÓI DO JOGO
Não dá para destacar um jogador individualmente. A força e a determinação do grupo atleticano, liderando por Ronaldinho Gaúcho, foram o diferencial para que o time conseguisse a suada e merecida vitória em La Paz

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