Secretário da Conmebol critica atuação da PM: "Imperdoável e incompreensível"

A confusão envolvendo jogadores do Arsenal-ARG e a Polícia Militar no Independência, quarta-feira, logo após a partida do Atlético pela Copa Libertadores, promete render desdobramentos na Conmebol. O secretário-geral da organizadora da Copa Libertadores, José Luis Meiszner, condenou a forma de atuação do PM mineira.

“O que a polícia do Brasil fez ontem (quarta) à noite aos jogadores do Arsenal é imperdoável e incompreensível, e não pode se repetir. No entanto, nós não podemos garantir, de maneira séria e responsável, que isso não voltará a acontecer, porque temos limitações”, declarou Meiszner à agência estatal de notícias da Argentina, Télam.

Jogadores do Arsenal confrontaram a Polícia Militar no final da partida, que terminou com vitória do Atlético por 5 a 2. Os argentinos tentavam reclamar com o trio de arbitragem paraguaio, que foi protegido pela PM.

Segundo Meiszner, a atuação da polícia não foi adequada. “O ocorrido ontem no Brasil foi um caso de má aplicação das medidas de segurança, porque o que a polícia local fez foi um ato antinatural para uma sociedade moderna”.

Após as devidas investigações, a Conmebol promete agir com rigor, mas José Luis Meiszner foi vago sobre quem será punido, uma vez que ele coloca o elenco argentino como vítima. “As punições aplicadas nos tribunais agora serão publicadas para que todo mundo saiba do que se trata e são muito severas. Os dois exemplos mais notórios são os castigos ao campeão Corinthians, pelo sinalizador que matou um menino na partida contra o San José, em Oruro, e ao Vélez Sarsfield, depois dos incidentes protagonizados por seus torcedores no estádio Centenário, no jogo contra o Peñarol”, afirma o secretário-geral.

O presidente do Arsenal, Julio Grondona, já afirmou que espera ver seu clube punido, mas torce para que as sanções sejam brandas. O mandatário alvinegro, Alexandre Kalil, diz estar “absolutamente tranquilo” já que o clube não se envolveu na confusão.

Atlético

O Superesportes ouviu o representante da Conmebol no Brasil, Hildo Nejar. Em uma primeira análise, Nejar tranquiliza o Atlético. Mas o relatório do delegado do jogo será importante para as medidas que a entidade deverá tomar.

“Eu não posso falar nada agora porque não vi o relatório do delegado. Só depois disso é que eu posso emitir uma opinião. Mas pelo que vi na televisão, o Atlético não teve interferência nenhuma. O problema foi causado pelo Arsenal. Porém, é preciso verificar o origem da confusão. Até amanhã, o relatório deve ser enviado à Conmebol e aí o Tribunal poderá tomar uma decisão”, disse o representante nacional da entidade.

O diretor jurídico do Atlético, Lásaro Cândido Cunha, reitera as palavras de Kalil e diz que o clube está tranquilo.

“O Atlético tomou as providências que lhe cabia. Apresentou relatórios ao delegado, elementos para o árbitro redigir a súmula e juntou as imagens. O que tinha que fazer era isso e o Atlético fez”, disse à reportagem.