O poderio ofensivo do Galo voltou a funcionar, embora tivesse atacado menos do que na goleada sobre o Arsenal de Sarandi por 5 a 2, pela Copa Libertadores. Foi o baixinho Luan quem teve as principais chances, mas Cuca teve a oportunidade de ver em ação jogadores pouco aproveitados, como o volante Rosinei, o armador Morais e o próprio Guilherme, que tiveram lesões musculares no início do ano. A fragilidade do Boa, quase todo o tempo na defesa, também ajudou os donos da casa a manter o bom restrospecto no Horto.
Pela primeira vez na temporada, o estádio do Horto não estava totalmente cheio, diferentemente dos jogos da Copa Libertadores. Com os desfalques de Réver, Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Bernard, a partida perdeu em atração, até por causa do clássico entre América e Cruzeiro, no mesmo horário, no Mineirão.
Sem seu principal quarteto, o Galo usou esquema diferente contra a Coruja. Devido à falta de entrosamento, demorou a acertar e neutralizar o adversário e errou passes. Mesmo assim, poderia ter marcado no início. Além de Richarlyson acertar a trave depois de escanteio da esquerda, Josué chutou para fora ao aproveitar cruzamento de Marcos Rocha. O Boa assustou Victor, em tabela de Betinho e Marcelinho Paraíba, que chutou para grande defesa do goleiro .
O talento de Guilherme começou a fazer diferença a partir da metade do primeiro tempo. Na posição de Ronaldinho Gaúcho, ele tinha sido útil em lançamentos a Luan e Josué, que a dupla não aproveitou. Mas o ex-cruzeirense estava disposto a fazer a torcida esquecer as vaias antes da partida. Com um belo passe na ponta direita, ele pôs Jô na cara do gol para chutar no ângulo e abrir o placar no Horto. O camisa 7 agradeceu ao companheiro: “Consegui marcar, mas foi uma bela assistência do Guilherme, que está indo muito bem e fazendo seu papel direito”, reconheceu o autor do gol.
BAIXINHO MATADOR O Boa não incomodou a zaga no restante da partida e Luan foi o dono do segundo tempo. Praticamente sem marcação, ele destruiu a partida e deu tranquilidade ao time de Cuca. Primeiro, ele aproveitou passe de calcanhar de Richarlyson na esquerda, cortou para a direita e chutou no canto de Douglas para marcar o segundo.
Superior, o Galo intensificou a pressão e aproveitou a fragilidade da equipe alvirrubra. E Luan deu as caras outra vez. Desta vez, o garçom foi Morais, em seu primeiro lance na partida. Ele acionou o baixinho, que outra vez cortou para direita e chutou no ângulo, marcando belo gol no Independência.
O Galo continuou pressionando com Pierre (que quase fez o primeiro pelo Galo) e Alecsandro, e Jô deu números finais ao placar, de cabeça, aproveitando cruzamento de Marcos Rocha. Pela 13ª vez na temporada o Galo sai vitorioso e em paz com a massa, o que cresce ainda mais a confiança de todos no grupo alvinegro. O técnico Cuca elogiou a atuação de Guilherme: “Hoje não existe o típico atacante. Ele tem que se movimentar, mudar de função e estar na ativa o tempo todo. Caso não tivesse essa evolução, não teríamos condições de escalar Jô, Bernard, Guilherme e Luan. Guilherme está aproveitando as chances e hoje fez mais um bom jogo, criando e participando”.
FOLGA Os jogadores ganharam dois dias de folga e só se reapresentam quarta-feira de manhã. O próximo compromisso é apenas no domingo, diante da Caldense, em Poços de Caldas. Cuca aguarda a recuperação de Diego Tardelli e os retornos de Réver e Ronaldinho, que desembarcaram ontem em Belo Horizonte depois de defender a Seleção Brasileira na Bolívia.