Futebol Nacional
None

COPA LIBERTADORES

Com espírito de vingador

Atlético vence o São Paulo por 2 a 1 no Morumbi, de virada, e fica a um empate das quartas de final da Libertadores. Decisão será diante da massa, no Independência

postado em 03/05/2013 08:00 / atualizado em 03/05/2013 08:28

Nelson Almeida/AFP
São Paulo – A saga do Atlético na Copa Libertadores tem sido especial para cada torcedor que viaja para acompanhar o time, num misto de confiança, entusiasmo e doses maciças de emoção. Não foi diferente nessa quinta-feira, no Morumbi. Dentro de campo, os jogadores conseguiram responder com superação e inteligência depois de um início com muito sofrimento e ansiedade. Diante de mais de 57 mil torcedores adversários, a equipe de Cuca, mesmo não jogando bem, resistiu à pressão e se ergueu no tempo certo para vencer o São Paulo por 2 a 1 no jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores.

O resultado dá vantagem ao alvinegro para a partida de volta, na quarta-feira, às 21h50, no Independência. Um empate ou mesmo uma derrota por 1 a 0 colocará o Galo nas quartas de final da competição continental contra o vencedor do confronto entre Palmeiras e Tijuana, que no primeiro confronto, no México, empataram por 0 a 0. O placar fora de casa também recupera o prestígio do Galo, posto em xeque depois da derrota por 2 a 0 para o São Paulo no encerramento da primeira fase. O espírito de luta foi um dos pontos fortes do Atlético, que soube também se aproveitar de ter um jogador a mais desde os 35min do primeiro tempo, com a expulsão do zagueiro Lúcio.

Mas, mais do que fazer valer seu poderio no Horto, o Galo precisa recuperar o bom futebol dos primeiros cinco jogos da Libertadores. Antes, tem o compromisso diante do Tombense domingo pelas semifinais do Campeonato Mineiro, em que pode poupar titulares.

A força dos torcedores era o principal amuleto do São Paulo, que investiu alto na temporada e vem sendo alvo de críticas por causa das más exibições no Campeonato Paulista e na Libertadores. Das arquibancadas os tricolores foram essenciais para tentar intimidar os visitantes. Com vaias, pegaram no pé de Ronaldinho Gaúcho e de Diego Tardelli, revelado no Morumbi.

Do outro lado estava o Galo, disposto a retomar a condição de grupo respeitado e vingar os 2 a 0 da primeira fase que ressuscitaram o time de Ney Franco. Acuado no início, o alvinegro se acalmou graças aos gritos insistentes de Cuca. O técnico estava nervoso, sobretudo com o lateral Marcos Rocha, o volante Leandro Donizete e o atacante Tardelli, que ocuparam o lado direito, principal alvo dos anfitriões.

É verdade que o jogo ofensivo atleticano não funcionou no primeiro tempo. No entanto, gradativamente o Galo se encorpou e se organizou taticamente. Não foi tão brilhante, mas jogou com inteligência, como determinou Cuca. Principalmente depois que ficou com um jogador a mais, já que o experiente Lúcio levou o cartão vermelho após uma segunda advertência, com falta dura sobre Bernard. Foi um divisor de águas. A partir daí, os são-paulinos ficaram sem força no ataque – Ademílson, que substituiu o contundido Aloísio, perdeu três gols incríveis – e Osvaldo praticamente sumiu.

ANSIEDADE

A estratégia do São Paulo era nítida: pressionar o Galo desde a hora em que a bola começou a rolar. E o time de Ney Franco inicialmente conseguiu, dominando o meio-campo. No segundo ataque, abriu o placar, graças a uma boa jogada envolvendo Aloísio e Paulo Henrique Ganso pela direita. A bola sobrou para Jádson chutar forte à esquerda de Victor. Os anfitriões se impuseram até os 30min e desperdiçaram várias oportunidades. O empate ocorreu ainda no primeiro tempo numa jogada ensaiada. Bernard cobrou escanteio da direita e Ronaldinho Gaúcho testou com precisão, vencendo Rogério Ceni.

Na etapa final, bastou um lance de ataque para o Galo sair do Morumbi em alta e com a missão cumprida. E ele ocorreu depois de investida com velocidade e habilidade. A virada de jogo de Bernard para Marcos Rocha na direita tinha endereço certo. O lateral encontrou Tardelli à frente para fuzilar Rogério Ceni. Foi o momento em que o alvinegro tomou conta da partida e quase chegou ao terceiro gol. Mas o que importa é que o time jogou com sabedoria e colocou um pé nas quartas de final da Libertadores. Cuca relativiza: “Levamos uma vantagem boa, mas nada que nos deixe tranquilos, porque a competição é dura”.

São Paulo 1 x 2 Atlético


São Paulo
Rogério Ceni; Paulo Miranda, Lúcio, Rafael Tolói e Thiago Carleto; Wellington, Denílson, Jadson e Paulo Henrique Ganso; Osvaldo e Aloísio (Ademílson 11 do 1º, depois Rodolpho 37 do 1º, depois Douglas 26 do 2º)
Técnico: Ney Franco

Atlético
Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete (Josué, intervalo) e Ronaldinho Gaúcho; Diego Tardelli (Rosinei 41 do 2º), Jô e Bernard (Luan 32 do 2º)
Técnico: Cuca

Estádio: Morumbi
Gols: Jadson 8, Ronaldinho Gaúcho 41 do 1º; Diego Tardelli 13 do 2º
Árbitro: Antônio Arias (PAR)
Assistentes:
Carlos Cáceres e Dário Gaona (PAR)
Cartão amarelo: Marcos Rocha, Rafael Tolói, Leandro Donizete, Bernard e Josué
Cartão vermelho: Lúcio
Pagantes: 57.401
Renda: R$ 2.971.070

VIVA
Para o técnico Cuca, que soube corrigir a marcação e recuperar a vibração do time alvinegro na hora certa

VAIA
Para o zagueiro Lúcio, expulso no primeiro tempo e o atacante Ademílson, que perdeu três boas chances. Juntos, eles destruíram a confiança do time de casa

HEROI DO JOGO
Formado nas categorias de base do São Paulo, o atacante Diego Tardelli atuou com inteligência com a intenção de se beneficiar dos erros do adversário. Além de correr muito e ajudar na marcação, ele calou os torcedores da casa ao marcar o gol da vitória no segundo tempo

Tags: morumbi oitavas paulo sao libertadores copa galo atletico