Enviado especial a Tijuana, no México
Quando o Corinthians treinou no mesmo lugar, por exemplo, neste ano, cerca de 150 torcedores acompanharam a atividade, recordaram. “Apenas o Santos Laguna, que é muito popular na região, trouxe tantos torcedores aqui”, afirmou um dos repórteres. Depois de uma desgastante viagem, o Atlético fez um trabalho leve físico para começar a se acostumar com o gramado sintético. Em seguida, os jogadores se movimentaram com bola. Dois torcedores invadiram o campo para se aproximarem de Ronaldinho Gaúcho, mas foram contidos pela polícia, que os retirou do local.
O voo que levou o Atlético ao México atrasou uma hora, o que acabou aumentando a ansiedade entre os cerca de 200 torcedores e curiosos que foram ao aeroporto recepcionar a delegação alvinegra. Muitos mexicanos estavam genuinamente emocionados com a possibilidade de ver o camisa 10 do Galo de perto. Houve quem levasse jornais e fotos do Gaúcho, na expectativa de conseguir um autógrafo.
“Desde pequeno, ele é meu ídolo, desde os tempos de Barcelona. É um segundo Rei Pelé, posso dizer. Que ganhe o jogo, desejo o melhor para o Atlético e para o Ronaldinho”, afirmou Alfonso Aceves, de 34 anos, que usava uma camisa 10 da Seleção Brasileira e trazia consigo uma toalha de banho personalizada com imagem de Ronaldinho.
O comportamento dos mexicanos foi mais uma demonstração de que a idolatria pelo armador atleticano entre os fãs de futebol extrapola os limites de Minas Gerais, e até a fronteira brasileira. Os que não são torcedores do Tijuana fazem questão de avisar que desejam ver um triunfo atleticano no Estádio Caliente amanhã. “Vou torcer para o Atlético. Tomara que chegue à final e seja campeão. Acompanho todos os jogos do Atlético pela televisão, quando passa, da Libertadores. Ou então vejo pela internet”, contou Ismael de Angel, de 24, que torce pelo Cruz Azul.
Até mesmo os tijuanenses ficam divididos em relação ao jogo pela Libertadores. “Não gostaria de ver o Atlético vencer, porque sou torcedor dos Xolos. Prefiro que fique empatado por 1 a 1, com um golaço do Ronaldinho”, destacou Alonso Saldivar, de 27 anos.
Para conter os ânimos e manter a ordem no aeroporto, a polícia local armou um esquema especial de segurança nunca antes visto, segundo funcionários. “Assim, eu nunca vi. Geralmente, não tem essas grades. Jogadores e cantores passam no meio da população. Desta vez, está bem organizado para receber o Atlético e Dinho (apelido do armador alvinegro). Acho importante passarem no meio da torcida. Alguns preferem sair pelos fundos do aeroporto”, afirmou Ramon Sánchez, engraxate, que trabalha próximo ao portão de desembarque.
LONGA VIAGEM
O Atlético deixou a capital mineira na noite de segunda-feira e encarou quase 19 horas de viagem até Tijuana. Os jogadores chegaram cansados e a maioria passou direto pelo hall, sem parar para fotos e autógrafos – Bernard, Marcos Rocha, Leonardo Silva e Pierre atenderam alguns torcedores e a imprensa local. Ronaldinho, o mais aguardado, foi cercado por seguranças e levado imediatamente para o ônibus.