Futebol Nacional
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VICTOR

Campeão de audiência

Herói da classificação atleticana às semifinais da Libertadores é o protagonista da imagem mais exibida pelas emissoras de TV, sites e edições esportivas dos jornais

postado em 01/06/2013 08:53 / atualizado em 01/06/2013 11:15

Rodrigo Clemente EM DA PRESS
Poucas horas depois de deixar o Independência como herói da classificação do Atlético às semifinais da Copa Libertadores, ao defender o pênalti cobrado pelo atacante Riascos nos acréscimos, o paulista de Santo Anastácio Vítor Leandro Bagy teve dia dos mais agitados ontem. Foram poucas horas de sono e uma sequência longa de entrevistas que começou ainda de manhã e só terminou à noite. Em meio a tudo isso, o goleiro, de 1,93m e 84kg, ainda encontrou tempo para ir treinar na Cidade do Galo.

Mesmo com a agenda atribulada, ele se mostrava satisfeito. “Foram mais de 20 solicitações de entrevistas, fora as que concedi, que não foram poucas. Mas é gostoso, trata-se do reconhecimento do trabalho. Serve de inspiração para continuar trabalhando cada vez mais”, afirmou Victor, 53 jogos e 58 gols sofridos com a camisa atleticana.

Com o tempo contado, o novo herói alvinegro teve de se desdobrar para cumprir tantos compromissos. Por isso, tiveram sorte os torcedores que conseguiram tirar fotos e/ou pegar autógrafos dele, no fim de tarde no CT. Um grupo que se postou em frente à emissora de TV em que ele falou na hora do almoço, porém, não teve a mesma sorte. Atrasado para o treino, o goleiro só teve tempo para abrir a janela do carro e sorrir para os atleticanos em busca de contato com o ídolo. Eles compreenderam e garantiram não ter ficado decepcionados.

A dois dias do jogo contra o São Paulo, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro, o camisa 1 do Atlético não teve tempo de se preparar para reencontrar o adversário que enfrentou quatro vezes na Libertadores. Durante meia hora ele foi sabatinado na sala de imprensa da Cidade do Galo, talvez no primeiro dia em que o astro Ronaldinho Gaúcho foi coadjuvante.

O goleiro contou que ao chegar na madrugada de ontem ao condomínio em que mora, viu uma faixa simples no portão que o tocou forte no coração: “Muito obrigado, São Victor”. Ele lembrou que logo depois de cometer o pênalti, o zagueiro Leonardo Silva lhe pediu para se concentrar apenas na bola. “Mas o que me iluminou, me fortaleceu, foi a conversa que tive com Deus. Pedi a Ele que fosse feita a sua vontade, com o gol dos mexicanos ou com a defesa. Ele fez a opção pela defesa e aconteceu tudo isso”, disse, com simplicidade.

Mas ele não deixou de lado a explicação técnica. Riascos era o único adversário com o estilo de cobrar pênalti conhecido pelos atleticanos. Uma imagem dele fazendo uma cobrança foi exibida e analisada com a comissão técnica, no vestiário. Victor contou que sabia onde o atacante costumava chutar e por isso partiu para a queda com a convicção de que impediria o gol da eliminação alvinegra.

“O Atlético não poderia ter saído da competição daquela forma. Foi também uma justiça de Deus pelo trabalho que estamos fazendo, por nossa postura. O Tijuana nos forçou mais porque não fizemos uma preparação como a dos outros jogos, enquanto o nosso adversário entrou mais bem preparado, como franco-atirador. Mas time vencedor tem de superar essas situações.” Ele se referia à indisposição intestinal que incomodou Marcos Rocha e Diego Tardelli nos dias anteriores.

SEGUNDA VEZ Desde que estreou no gol do Galo, em 8 de julho de 2012, na vitória por 2 a 0 sobre a Portuguesa, no Independência, pelo primeiro turno do Brasileiro, Victor teve seis pênaltis batidos contra ele. Apenas um havia sido defendido, cobrado por Araújo na derrota para o Náutico por 1 a 0, em 16 de setembro, nos Aflitos, pelo returno do Nacional. Por causa do “milagre” diante do Tijuana, ele Foi o protagonista da imagem mais exibida ontem nos programas das emissoras de TV, nos jornais e nos sites esportivos.

Uma das imagens que o goleiro recebeu foi do presidente do clube, Alexandre Kalil, chorando e se juntando ao coro da massa: “PQP... é o melhor goleiro do Brasil. Victor!” Para o camisa 1, tudo lhe fortalece. Mas ele diz que não abre mão de ser o profissional humilde, comprometido com o trabalho e cumpridor de seus deveres que o Atlético foi buscar no Grêmio, fazendo alto investimento. “O torcedor, antes mesmo de tudo isso, me tratava com muito carinho. O que precisamos é nos concentrar cada vez mais pelas conquistas. E elas virão, com a graça de Deus.”

No momento, o herói atleticano espera que o Galo aproveite bem os quatro jogos que fará em sequência pelo Brasileiro e recupere amanhã, contra o São Paulo, os três pontos perdidos na derrota por 2 a 1 para o Coritiba, na estreia. Ele acredita que atuações como a de quinta-feira possam lhe reabrir as portas da Seleção Brasileira. “Quero disputar a Copa do Mundo no Brasil.”