Futebol Nacional
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CAMPEONATO BRASILEIRO

Recorde em noite sem brilho

Ao empatar com o São Paulo por 0 a 0, no Independência, Atlético alcança maior série invicta do Brasil como mandante, com 50 jogos, mas chega à quinta partida sem vitória

postado em 03/06/2013 08:30 / atualizado em 03/06/2013 08:54

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Visivelmente longe de ser o Atlético que encantou sua torcida, com vitórias espetaculares na Copa Libertadores, o Galo apenas empatou com o São Paulo por 0 a 0, na noite de ontem, no Independência, mesmo o rival jogando os 33 minutos finais com 10 jogadores, depois da expulsão do volante Denilson. O alvinegro completa o segundo jogo sem vencer no Brasileiro. Pior é a sequencia de cinco partidas sem dar a alegria da vitória a sua torcida, com três empates (os outros dois foram contra o Tijuana, por 2 a 2 e 1 a 1) e duas derrotas, para Cruzeiro e Coritiba,, ambas por 2 a 1.

Em contrapartida, com o empate de ontem o Atlético chegou a 50 jogos invicto como mandante, contando jogos na Arena do Jacaré, Mineirão e Independência. A série começou na 21ª rodada do Brasileiro de 2011, no estádio de Sete Lagoas, quando a equipe alvinegra venceu o Avaí por 2 a 0, gols de Arlan (contra) e Daniel Carvalho.

Mas para ontem, a previsão era de que seria um grande jogo – o quinto duelo entre os dois times na temporada. Mas não foi o que se viu, porque o Atlético, ainda sentindo o efeito da sequência de jogos – 30 em quatro meses –, não agrediu como se esperava como mandante. Está cansado. Dois de seus jogadores, Rosinei e Diego Tardelli, questionados sobre a queda de produção, foram decisivos: “Ninguém é de ferro. Impossível aguentar tantas viagens e jogos difíceis, cansando física e mentalmente”, disse Tardelli. O técnico Cuca completou: “Realmente estamos sentindo muito. Mas até que conseguimos fazer um jogo equilibrado na primeira etapa, e na segunda fomos melhores. Criamos as chances e não conseguimos fazer. A tendência é o crescimento, porque não seremos mais exigidos em viagens tão longas”.

A ida para a Argentina, para o primeiro jogo das semifinais, contra o Newell’s Old Boys, será dentro de um mês, tempo suficiente para os jogadores atleticanos recuperarem sua força, porque depois do jogo contra o Santos, dia 12, na Vila Belmiro, o time ficará 15 dias se preparando para a Libertadores. Haverá até uma folga de alguns dias. Nada mais justo para quem faz da temporada a sua melhor dos últimos tempos. Muita eficiência nos objetivos para serem alcançados.

Esperava-se uma grande atuação do São Paulo (vinha de duas vitórias) também para vingar a eliminação na competição continental, especialmente o chocolate que levou no Independência nos 4 a 1. Só que veio sem peças importantes, como Jádson, na Seleção; Luiz Fabiano e Ganso, machucados. O que foi possível ver foi um tricolor obediente taticamente, marcando com segurança. Mostrou por que em três jogos levou apenas um gol no Brasileiro, mas lhe falta muito para ser o grande São Paulo de vitórias e conquistas memoráveis. Em toda a partida, criou duas reais chances de gols: uma com Oswaldo e outra com Douglas, quando já atuava com 10 jogadores, com um forte chute do lateral, que o goleiro atleticano defendeu para escanteio.

NA MALANDRAGEM

O Atlético, quando viu que era impossível furar o bloqueio, usou da malandragem, como na falta em que Ronaldinho Gaúcho rolou rápido para Jô e os tricolores estavam pensando como armar a barreira. O atacante chutou e Ceni mandou para escanteio. Na pressão, houve outros lances de perigo, com Guilherme, Jô e Tardelli. Mas a melhor chance foi ainda no primeiro tempo, com Luan, que completou muito mal, mesmo totalmente livre.

Os torcedores não ficaram decepcionados com o resultado. Mais uma vez aplaudiram os jogadores quando saíam do gramado, especialmente o goleiro Victor, mas claro que ainda pelo heroísmo da última quinta-feira, quando fez a milagrosa defesa em cobrança de pênalti nos instantes finais contra o Tijuana, que levou o Galo para as semifinais da Libertadores.

Atlético 0 X 0 São Paulo

Atlético

Victor; Marcos Rocha (Josué, no intervalo), Leonardo Silva, Gilberto Silva e Richarlyson; Pierre (Rosinei, 19 do 2º), Leandro Donizete, Ronaldinho Gaúcho e Diego Tardelli; Luan (Guilherme, 32 do 2º) e Jô
Técnico: Cuca

São Paulo
Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Paulo Miranda e Carleto (Juan, 20 do 1º); Denilson, Maicon, Rodrigo Caio e Lucas Evangelista (Wellington, 19 do 2º); Osvaldo e Aloísio (Rhodolfo, 40 do 2º)
Técnico: Ney Franco

Estádio: Independência
Árbitro: Sandro Meira Ricci (PE)
Assistentes: Alessandro Rocha de Matos (BA) e Altemir Hausmann (RS)
Cartão amarelo: Denilson, Marcos Rocha, Leandro Donizete, Diego Tardelli, Leonardo Silva, Maicon e Ronaldinho Gaúcho
Cartão vermelho: Denilson
Pagantes: 10.830
Renda: R$344.250

Vaia
A partir da expulsão de Denilson, aos 16mim da segunda etapa, o São Paulo, liderado por Rogério Ceni (FOTO), usou de toda a catimba para que o jogo não andasse

Viva
Mesmo ainda visivelmente cansado, pelas viagens e sequência de jogos, o Atlético completa 36 jogos sem perder no Independência, com 27 vitórias e nove empates

Herõi do jogo
Esse empate por ser creditado a Rogério Ceni, que soube usar sua experiência e capacidade para que o São Paulo chegasse à liderança. Segurou a bola quando preciso, fez defesas importantes e ainda foi um líder, orientando toda a equipe, como um técnico dentro de campo