Futebol Nacional
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Última escala para o sonho

Atlético embarca para Assunção levando na bagagem a esperança de milhões de torcedores em uma boa atuação na primeira partida da final da Libertadores

postado em 16/07/2013 08:01

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Enquanto na Cidade do Galo os jogadores do Atlético e o técnico Cuca participavam de um descontraído treino tático ontem à tarde, torcedores mais fanáticos – que acompanharam a trajetória alvinegra na Copa Libertadores – já se preparavam, no aeroporto de Confins, para a última viagem pela competição. O destino, o Paraguai, onde o Galo enfrenta o Olimpia amanhã, às 21h50, no Defensores del Chaco, em Assunção, na grande final. Restando dois atos para a definição do título, os atleticanos foram levar mais do que o tradicional incentivo a Ronaldinho e cia. Eles queriam transmitir confiança e desejar sorte, para que o alvinegro tenha êxito em sua primeira decisão do torneio mais importante da América.

Cerca de 500 torcedores foram a Confins acompanhar o embarque do Galo para a capital paraguaia. O presidente Alexandre Kalil, que integrou a delegação, foi o primeiro a descer do ônibus, que chegou ao aeroporto pouco antes das 20h. Ovacionado pela torcida, o dirigente retribuiu com acenos e sorrisos. Jogadores e comissão técnica foram saudados aos gritos de “é campeão” e “eu acredito”. A torcida também entoou o hino do clube. Ronaldinho Gaúcho foi o último a aparecer no saguão. Todos seguiram direto para a área de embarque, sem pausa para fotos ou autógrafos.

Os jogadores já encarnaram o espírito de final. Disposto a afastar a ansiedade natural pela partida, Cuca comandou uma atividade leve no CT, sem a participação daqueles que atuaram na vitória sobre o Corinthians por 1 a 0, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. O atacante Bernard exibiu sua nova tatuagem, com um provérbio romano. “Pode ter certeza de que nada pode nos separar do amor de Deus...”, dizia a inscrição. Cuca e Ronaldinho estiveram no mesmo time em grande parte do treino e até procuraram ensaiar jogadas de efeito. No fim, mais uma vez o camisa 10 treinou cobranças de falta.

De olho na superstição, o treinador levou a camisa com a imagem de Nossa Senhora da Conceição, usada na épica vitória nos pênaltis sobre o Newell's Old Boys, no Independência. A camisa foi presente de sua esposa, Rejane Stival, na semana passada, quando ela esteve em Belo Horizonte para assistir à partida. Outro item na bagagem do treinador é a bola da classificação nas quartas de final diante do Tijuana, também no Horto – a mesma que o goleiro Victor defendeu na cobrança de pênalti nos acréscimos.

O atacante Diego Tardelli diz que a partida no Paraguai é fundamental para a história do clube: “Depois de tudo que passamos nas últimas semanas, com tensão, emoção e sofrimento, conseguimos o mais importante, que é chegar à final. Mas não vai parar por aí. O sacrifício será o mesmo e estamos mais preparados para sofrer bem menos que nos últimos jogos. O time tomou a consciência depois de perder para o Newell's. A chance de acerto tem de ser boa, porque não há mais volta e muitas vezes se decide um campeonato no jogo de ida”.

DELEGAÇÃO Cuca levou todo o grupo de jogadores para o Paraguai, inclusive o lateral-direito Carlos César, que está no departamento médico, e o atacante Bernard, suspenso do primeiro jogo da decisão – o goleiro Paulo Victor ficou de fora por não estar inscrito na competição. A expectativa é de que a equipe fique ainda mais unida e tenha o melhor ambiente possível antes do importante confronto contra o Olimpia.

O volante Leandro Donizete ainda se recupera de estiramento na coxa direita, mas tem chance de jogar. Ele continua o treinamento intensivo no departamento médico e fará um teste hoje à noite, no treino de reconhecimento do gramado do Defensores del Chaco. Para o lugar de Bernard, o volante Rosinei e os atacantes Guilherme e Luan são as opções.

Tardelli espera que a equipe se comporte de forma diferente na final, com futebol ofensivo e de velocidade: “Temos de fazer algo a mais, pois é a hora da verdade. Sabemos que vamos ter de pressionar o Olimpia, algo que não fizemos contra o Newell's. A pressão será grande, mas queremos mostrar o mesmo que fizemos na Argentina, contra o Arsenal, e na altitude da Bolívia”.