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COPA LIBERTADORES

Olimpia, um clube com história

Com três títulos da Libertadores e sete finais, o Olimpia, adversário do Atlético nesta quarta-feira, em Assunção, costuma se impor pela tradição e pelo peso da camisa

postado em 17/07/2013 09:30 / atualizado em 17/07/2013 14:10

AFP PHOTO/GUSTAVO SEGOVIA


Um clube de muita tradição, camisa pesada e acostumado a complicar a vida dos brasileiros. Esse é o Olímpia, tricampeão da Copa Libertadores (1979, 1990 e 2002) e rival do Atlético na decisão deste ano.

AFP PHOTO / Luis Acosta
Em busca do quarto título, a equipe paraguaia se vale de um histórico invejável. É o terceiro clube com mais participações em finais, ao lado do Independiente, da Argentina: sete vezes. Neste quesito, está atrás apenas do Boca Juniors e Peñarol, ambos com dez decisões.

O Rei de Copas, assim conhecido pela tradição copeira, é dono de outra escrita notável. Sempre quando se sagrou campeão do torneio de maior prestígio das Américas deixou algum brasileiro pelo caminho. Foi assim com o Guarani em 1979, com o Grêmio em 1990 e em 2002 - ano em que derrotou o Flamengo na primeira fase e o São Caetano na decisão. Na atual edição, o Olimpia já eliminou o Fluminense nas quartas de final.

1960

A relação de sucesso do clube paraguaio com a Libertadores teve início na primeira edição, em 1960. Embora não tenha levantado a taça, foi vice-campeão. Naquela campanha, entrou diretamente nas semifinais pois o primeiro adversário, o Universitário do Peru, desistiu de participar. Antes da decisão, eliminou o Millonarios da Colômbia. Viu o título escapar para o Peñarol, na final: revés em Montevidéu por 1 a 0 e empate em Assunção, por 1 a 1.

O fato curioso desta edição é que o algoz do Olimpia, o uruguaio Luiz Cubilla, autor do gol de empate do Peñarol na última partida, que evitou um terceiro jogo, tornou-se o maior técnico do clube paraguaio, vencendo duas Libertadores.

Soraia Piva / Superesportes


1979

Dezenove anos depois, a primeira conquista. Em 1979, dos 12 jogos disputados, nove vitórias, dois empates e uma derrota. Na segunda fase, enfrentou o Guarani, então campeão brasileiro. Vitória do Olimpia em Assunção por 2 a 1 e empate em Campinas, por 1 a 1. Na decisão, bateu o Boca Juniors por 2 a 0 em Assunção e ficou no 0 a 0 em Bueno Aires.

“Foi uma final mítica. Era um time com personalidade, que foi campeão sobre o Boca Juniors no temido Estádio Bombonera. O marcante daquela campanha foi a montagem de um elenco competitivo sem muitos recursos. E isso graças ao grande técnico Luis Cubilla, que faleceu este ano”, destaca o repórter Fabián Sanabria, da rádio Uno e do jornal Hoy.

Hoje técnico do Olimpia, Hugo Almeida, recordista de jogos da Libertadores, era o goleiro titular daquela campanha. Ainda naquele ano, a consagração máxima para os paraguaios: o título mundial. O Rei de Copas enfrentou o Malmo, da Suécia - o Nottingham Forest, campeão europeu, havia desistido da decisão. Venceu os dois jogos: 1 a 0 na Suécia e 2 a 1 no Paraguai.

Soraia Piva / Superesportes


Três finais consecutivas: 1989/90/91

Em 1989, o Olimpia perdeu a decisão para o Atlético Nacional, da Colômbia. Depois de uma primeira fase irregular – classificou-se em terceiro, com três derrotas em seis jogos -, eliminou clubes tradicionais (Boca Juniors e Internacional) até chegar à decisão.

Na primeira partida, o time do técnico Cubilla abriu boa vantagem ao vencer por 2 a 0. Para o jogo final, o clube de Medellín precisou jogar em Bogotá pois o seu estádio não possuía a capacidade mínima exigida pela Conmebol - caso semelhante vivido hoje pelo Galo, que trocará o Independência pelo Mineirão, na próxima quarta-feira. Mesmo com a adversidade, o Atlético Nacional derrotou o Olimpia, por 2 a 0, e foi campeão nos pênaltis (5 a 4).

Soraia Piva / Superesportes


Internet
No ano seguinte, o Rei de Copas manteve a base dos últimos anos para levantar o caneco. O atacante Raúl Vicente Amarilla era o grande nome do time. “Depois de uma bela carreira na Europa, com passagem inclusive pelo Barcelona, Raul Amarilla voltou ao Paraguai para defender o Olímpia e foi o herói da Copa Libertadores de 1990. Inclusive, venceu o prêmio Rei da América pelas ótimas atuação na Libertadores”, frisou o jornalista Fabián Sanabria.

Na primeira fase da edição de 1990, venceu o Grêmio (1 a 0) e o Vasco (2 a 1), ambos em casa. Empatou no Rio Grande do Sul com o Tricolor (1 a 1) e perdeu para os cruz-maltinos, por 2 a 1, no Maracanã. Chegou à final e bateu o Barcelona de Guaiaquil, no Defensores Del Chaco, por 2 a 0. O 1 a 1 no Equador garantiu a conquista.

Soraia Piva / Superesportes

Em 1991, por ter sido campeão do ano anterior, o regulamento determinava a entrada do Olimpia nas oitavas de final. Eliminou o Atlético Colegiales, o Cerro Porteño e Atlético Nacional. Perdeu a decisão para o Colo Colo do técnico croata Mirko Jozi%u0107.

Soraia Piva / Superesportes


2002

Pasion Libertadores
Depois de um hiato de doze anos, o Olimpia voltou a levantar a Libertadores em 2002. No grupo da morte (Universidad Católica, Once Caldas e Flamengo), classificou-se em primeiro, com onze pontos, e, de quebra, ajudou a eliminar o Flamengo - venceu em casa (2 a 0) e empatou no Maracanã, por 0 a 0.

Nas quartas, o poderoso Boca Juniors, então atual campeão, mais uma vez voltou ao caminho do Olimpia. O Rei de Copas empatou por 0 a 0 no Estádio La Bombonera e venceu por 1 a 0 no Defensores del Chaco.

Nas semifinais, a vítima foi o Grêmio. O jornalista paraguaio Sanabria relembra a segunda partida em Porto Alegre. "O Olimpia venceu o primeiro jogo (3 a 2) e perdeu o segundo (1 a 0). A classificação foi decidida nos pênaltis. Teve muita confusão, o árbitro mandou voltar uma cobrança do Olimpia que o goleiro do Grêmio havia defendido. Dirigentes, jogadores reservas, técnico, muita gente do Grêmio invadiu o campo. Depois de restabelecida a normalidade, o goleiro Tavarelli garantiu a vaga na final".

No jogo de ida da final, surpreendentemente, o São Caetano conseguiu a vitória no Defensores del Chaco por 1 a 0. Na volta, o time do grande ABC ainda abriu o placar, com Aílton. O Olimpia, contudo, virou a partida no segundo tempo. Nos pênaltis, os paraguaios garantiram o terceiro caneco.

Soraia Piva / Superesportes

2013

“A imprensa paraguaia e torcida falam muito sobre a importância de se ter tradição na Libertadores. E, na verdade, acredito que seja um fator considerável, pode pesar. Mas os jogadores do Olimpia não falam sobre isso. Sabem que será uma final equilibrada contra o Atlético”, avaliou o jornalista Fabián Sanabria.

Novato em decisões de Libertadores, o Atlético enfrenta hoje, em Assunção, o Olímpia e sua tradição do torneio.