Futebol Nacional
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ESPERANÇA

Vencer, vencer, vencer

Depois de perder por 2 a 0 em Assunção, Galo terá de fazer valer a letra do seu hino e superar o Olimpia por mais de dois gols de vantagem no Mineirão para ser campeão

postado em 18/07/2013 08:21

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Roger Dias
Enviado especial a Assunção

Era difícil vencer em um caldeirão de torcedores apaixonados e dispostos a se entregar de corpo e alma por uma equipe. Por outro lado, era necessário mostrar que o grande futebol da primeira fase da Copa Libertadores e a classificação à inédita final não foram por acaso. A tentativa de voltar do Paraguai com um triunfo foi frustrada para o Atlético, que perdeu para o Olimpia por 2 a 0, na noite de ontem, no Defensores del Chaco, em Assunção.

Com o resultado, o Galo terá agora de derrotar os guaranis por mais de dois gols de diferença na quarta-feira, às 21h50, no Mineirão. Vitória por dois gols de vantagem levará a decisão para prorrogação e, caso necessário, haverá disputa de pênaltis. Ao Olimpia, basta o empate ou até uma derrota por um gol de desvantagem para levantar o troféu do torneio continental pela quarta vez. Agora, mais do que nunca, a fé dos jogadores e do técnico Cuca (que não terá Richarlyson, expulso, e Marcos Rocha, suspenso pelo terceiro cartão amarelo) tem de prevalecer.

Talvez o fato de o Galo não ter treinado no palco da partida na véspera tenha feito diferença a favor dos donos da casa. O Atlético demorou a se encontrar justamente devido aos constantes erros de passe, sobretudo no ataque. A força da torcida foi um combustível a mais para os paraguaios. No entanto o time de Cuca não encontrou seu jogo ofensivo. Pelo contrário, ficou tímido em excesso, às vezes sem objetividade.

Ronaldinho Gaúcho sentiu-se acuado depois que foi cobrar um escanteio e levou pedradas dos torcedores do Olimpia. Foi o primeiro contato dele com os paraguaios, já que o craque fugiu do assédio nos dias que esteve em Assunção. Os próprios atletas da equipe local fizeram gestos para que o público parasse e respeitasse o astro atleticano.

Cuca apostou nas jogadas pelas laterais, sem muito sucesso. Os guaranis conseguiram marcar os dois lados do Galo e anular o meio-campo atleticano. Ainda assim, o alvinegro mineiro teve duas oportunidades, ambas com Tardelli. Na primeira, impedido, o atacante marcou e o árbitro invalidou o gol. Depois, ele se infiltrou na área e chutou, mas a bola foi para fora.

O Olimpia que marcou primeiro. Depois de um vacilo da defesa atleticana, Alejandro Silva, em bela jogada pela direita, passou por Luan, Tardelli e Réver e chutou cruzado, da entrada da área. A bola raspou na trave esquerda e entrou. O gol acordou os torcedores paraguaios na arquibancada do Defensores del Chaco, até então calados diante do domínio do time de Cuca. O Galo sentiu os reflexos do gol e começou a falhar, facilitando o jogo adversário.

NERVOS À FLOR DA PELE Cuca estava nitidamente nervoso com os erros de passes de seus comandados e as investidas perigosas dos anfitriões, mas manteve a calma. No intervalo, o treinador tentou impor seu estilo de paizão e disciplinador para acalmar os ânimos dos atleticanos e, assim, fazer os setor ofensivo funcionar. Mas a estratégia não deu muito certo. Só Tardelli aparecia.

O Olimpia adiantou a marcação e dificultou a saída de bola do Galo. Ronaldinho foi completamente anulado e errou tudo o que tentou fazer. Acabou substituído por Rosinei. O Atlético criou algumas chances, mas se mostrou com a pontaria descalibrada. O Olimpia, da mesma forma, só não ampliou por falta de capricho dos finalizadores em duas ocasiões. No fim, Richarlyson levou o segundo cartão amarelo e acabou expulso, para dificultar ainda mais a vida do Galo. Nos acréscimos, Rosinei fez falta na entrada da área. Em cobrança bem colocada, Pittoni definiu o triunfo guarani por 2 a 0 e complicou a caminhada do Galo rumo ao título inédito da Libertadores.

Olimpia 2 X Atlético 0

Olimpia
Martín Silva; Candía, Manzur, Miranda e Benítez; Aranda, Pittoni, Giménez (Ferreira, intervalo) e Alejandro Silva; Salgueiro (Paredes 43 do 2º) e Bareiro (Prono 45 do 2º)
Técnico: Hugo Ever Almeida

Atlético
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Pierre, Josué, Diego Tardelli e Ronaldinho Gaúcho (Guilherme 20 do 2º); Luan (Rosinei 18 do 2º) e Jô (Alecsandro 33 do 2º)
Técnico: Cuca

Estádio: Defensores del Chaco
Gols: Alejandro Silva 22 do 1º; Pittoni 48 do 2º
Árbitro: Néstor Pitana (ARG)
Assistentes: Hernán Maidana e Juan Pablo Belati (ARG)
Cartão amarelo: Alejandro Silva, Giménez, Miranda, Josué, Marcos Rocha e Pittoni
Cartão vermelho: Richarlyson