Futebol Nacional
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FAMÍLIA CONFIANTE

Confiança na casa de Tardelli

postado em 18/07/2013 09:03

Joao Miranda/Esp. EM/D.A Press

De um lado o Olimpia, chamado de Rei de Copas, com seis finais e três títulos da Copa Libertadores, um Mundial, duas Recopas, uma Supercopa Sul-Americana, jogando em seus domínios, no mítico Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai. Do outro, o Atlético, dono da melhor campanha da competição continental em 2013, que tem nos pés dos jogadores e nas mãos de Victor, no comando de Cuca e no coração da torcida o sonho da maior conquista de seus 105 anos de história. Falta um passo. A apresentação final, no Mineirão, para encerrar o espetáculo. E lema dos atleticanos continua: “Eu acredito”.

Depois de uma campanha épica, com toda a emoção que o atleticano nasceu para viver, luta, drama, sofrimento, raça, alegria, choro, ontem em Belo Horizonte a família de Diego Tardelli se reuniu para torcer por ele e pelo Galo e sentiu todas essas emoções. A mulher, Linda; o filho Dieguinho, de 1 ano e 11 meses; o pai Tadeu e sua esposa, Gisele; o amigo Lucas e a babá Bia fizeram uma corrente de boas vibrações. Na sala, todos vestidos com o manto atleticano, a bandeira do título do Campeonato Mineiro com as assinaturas dos jogadores emoldurava o ambiente. Tadeu, vestido com a camisa alvinegra, tinha ao lado um amuleto: “a camisa do Nacional, da Ilha da Madeira, preta e branca, que ganhei do meu amigo Marcelo Solha. Ela fica por perto porque deu sorte”.

Como torcedores comuns, vibraram, incentivaram, sofreram, reclamaram do árbitro, pediram cartão e, no primeiro gol, abaixaram a cabeça e silenciaram por alguns segundos. Em seguida, retomaram a confiança. Dieguinho incentivava: “Vai, vai, vai papai”. Tadeu garantia: “O time está bem, foi um vacilo”. Linda, mesmo nervosa e tremendo, assegurava “continuo confiante”.

Na etapa final, a agitação aumentou. Ficou mais difícil a família se manter sentada. Ansiosos, tensos, mas acreditando, gritavam “Vamos Galo”. Tadeu pedia “uma jogada genial de Ronaldo” e destacava “que as melhores jogadas ofensivas foram de Diego”. E Linda, entendida de futebol, reforçava “o Atlético voltou melhor”. Ao ouvir o hino, alertava com um sorriso “olhe a torcida”. Tadeu passou o resto do jogo em pé – “Nunca assisto sentado, não dá. O Atlético está mostrando porque chegou”, dizia Tadeu. “O time está ligadaço”, completava Linda.

Na bola tirada por Leonardo Silva, Tadeu exclamou: “Nossa, precisamos de uma chance. Não merecemos sair derrotados. Esse lance é sorte de campeão”. Como ex-jogador, Tadeu indicava as jogadas, falava para o jogador proteger a bola, mexia e corpo e chutava junto. Sobre o desfalques dos dois laterais para a decisão, o pai de Diego lembra que “toda foto de campeão tem um jogador que esperou a chance a competição inteira”.

SOFRIMENTO No fim, veio a derrota por 2 a 0 para os paraguaios, resultado que não abala a família de Tardelli. “Desde que o Victor pegou o pênalti contra o Tijuana, eu acredito no título. E atleticano é isso aí, nunca é fácil”. E Tadeu, com toda experiência, foi enfático: “Vamos reverter. O 1 a 0 era tranquilo, mas veio o 2 a 0, que não vai nos abalar. Não é otimismo, é capacidade. Está escrito na biografia do Atlético que as conquistas têm de ser com dificuldade, com sofrimento. Assim será”. De Assunção, o filho parecia ouvir o pai: “É continuar acreditando”.