Futebol Nacional
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Confiança que vem do interior

Torcida atleticana se concentrou em várias cidades para empurrar o Galo no Paraguai. Apesar do revés, discurso é um só: todos esperam uma virada no jogo no Mineirão

postado em 19/07/2013 08:45

Divinópolis – A quinta-feira começou fria em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. O coração dos torcedores atleticanos, que um dia antes lotaram os bares da cidade, foi posto à prova mais uma vez. Apesar das lágrimas, eles seguem confiantes. Maria Fernanda, de apenas 8 anos, não se importou com o horário do jogo e prestava atenção em cada passe. A pequena torceu, se emocionou, gritou e, no fim, acabou consolada pela mãe. “Ela é atleticana doente, como eu. Não é um jogo que vai nos abalar. Somos Galo até morrer e vamos que vamos. Esperar o próximo e acreditar”, diz. A menina, fã de Ronaldinho Gaúcho, confirma as falas da mãe. “Vamos assistir a todos os jogos. Somos Galo”.

Pelo menos 200 atleticanos acompanharam o jogo no bar Divina Gourmet, onde foram instaladas seis televisões de 42 polegadas para que ninguém perdesse os lances. Os que não conseguiram mesa, ficaram do lado de fora, tentando ver de longe a partida.

Enrolado numa bandeira preta e branca, Wesley Donato Vieira, de 29 anos, fez promessa antes de sair de casa. “Fico sem beber até o final do ano se meu time for campeão”. No fim do jogo, já com a voz rouca de tanto gritar, o atleticano estava desconsolado, mas tentava achar um pouco de otimismo para seguir em frente na torcida pela Libertadores. “É muita tristeza. Mas não é o fim”, declara.

Com lágrimas nos olhos, Vítor Aguiar de Oliveira, de 30 anos, abraçou forte uma bandeira alvinegra no final do jogo e comentou: “Tem que sofrer para ter mais valor. Eu acredito”.

PROMESSA Romina Vasconcelos, de 38 anos, chegou a fazer promessa de raspar a cabeça caso o Galo ganhasse. Apesar de o corte de cabelo ter sido mantido, ela garante: o próximo jogo será diferente. “Não podemos deixar de acreditar”, diz. Ao lado da filha, Maria das Graças Vasconcelos Rocha, de 60 anos, afirma que a paixão pelo galo vem do berço. “Somos apaixonadas pelo Atlético. É muita paixão. Não é um resultado ruim que vai abalar esse sentimento”.

Ronaldo Teixeira Costa, de 50 anos, assistiu ao primeiro tempo no bar, mas decidiu ir para casa logo no intervalo. O atleticano chegou a ficar alterado no primeiro gol do Olimpia. “Não há coração que aguente uma coisa dessas. Que é isso, meu Galo?”