Futebol Nacional
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COPA LIBERTADORES

Agora é vitória ou adeus

Na retranca, Galo perde jogo e invencibilidade de 18 partidas com gol nos descontos e terá de derrotar o Nacional em BH por dois gols de diferença para seguir na Libertadores

postado em 24/04/2014 08:44

Estado de Minas /

Como na última temporada, o caldeirão do Independência terá de ser o principal trunfo do Atlético na tentativa de buscar a vaga nas quartas de final da Copa Libertadores. O desempenho fora de casa continua a ser o principal problema do alvinegro, que agora precisa mostrar bom futebol, algo que não vem ocorrendo. Ontem, o Galo passou o tempo todo se defendendo e acabou batido pelo Nacional-COL por 1 a 0, em Medellín, graças a um gol de Cárdenas nos acréscimos. O resultado pôs fim à invencibilidade de 18 partidas na temporada.

Mas a preocupação é o baixo rendimento, sobretudo do ataque, que não faz gols há quatro jogos. As críticas ao trabalho do técnico Paulo Autuori começam a ser mais pesadas, especialmente nas redes sociais. Na próxima quinta-feira, o alvinegro terá de vencer por pelo menos dois gols de diferença em Belo Horizonte para garantir a classificação. Antes, enfrenta o Grêmio, domingo, em Porto Alegre, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

Questionado, Autuori evitou a autocrítica e responsabilizou o posicionamento tático dos atletas pelo mau resultado. “Não tivemos iniciativa, não trabalhamos a bola no campo do adversário. Jogamos muito atrás e deixamos de segurar a bola no ataque”. Ele projeta a chance de classificação no Horto, mas fez uma cobrança indireta ao grupo: “Desde que arrisque mais ofensivamente e faça o gol, o que não ocorreu nos últimos quatro jogos”.

Os jogadores reconheceram que faltou ousadia. Foram apenas duas finalizações, contra 25 dos donos da casa. “A intensidade do adversário foi alta. Nossa defesa foi inteira o tempo todo e o Victor nos salvou. Mas é um resultado que dá para inverter no Independência. Precisamos caprichar nas finalizações”, afirmou o atacante Guilherme, que deu criatividade à equipe na reta final. O volante Leandro Donizete foi mais crítico: “Temos de arriscar. Não é só ficar nos defendendo. Não seguramos a bola na frente. Eles chegaram ao ataque mais de 30 vezes e uma hora íamos ser vencidos. Praticamente não criamos”.

Como em todas as cidades estrangeiras em que o Galo atua pela Libertadores, Ronaldinho Gaúcho foi homenageado com faixas o saudando como “o melhor jogador do mundo de todos os tempos”. Diferentemente dos outros confrontos, pelo menos no primeiro tempo o camisa 10 teve ligeira evolução, fazendo bons lançamentos e protagonizando lances de habilidade. Só faltou-lhe maior aproximação com o trio ofensivo. Na segunda etapa, contudo, o craque praticamente não apareceu.

O Galo foi a Medellín ciente de que sofreria intensa pressão tanto em chutes de longa distância quanto no jogo aéreo. Por esse motivo, a marcação foi reforçada por Autuori, que escalou Otamendi improvisado na lateral direita no lugar de Alex Silva. Mesmo assim, o time levou muitos sustos e outra vez contou com a estrela do goleiro Victor. Em pelo menos cinco lances de reflexo o camisa 1 evitou que os brasileiros saíssem em desvantagem no primeiro tempo. No segundo, o bombardeio à meta atleticana continuou.

Duas das belas defesas ocorreram numa mesma jogada dos colombianos aos 27min. Ele salvou o time no cruzamento de Valencia, que vinha na direção do gol. Na sequência, o atleticano defendeu a cabeçada de Duque. Cinco minutos depois, o goleiro mais uma vez levou a melhor em chute de Bocanegra.

Somente aos 40min o Atlético ameaçou o gol de Armani. Depois de falta cobrada por Ronaldinho Gaúcho, a zaga afastou mal e Tardelli chutou cruzado de primeira, mas Jô não alcançou. Parecia o início de uma pressão dos mineiros. Porém, as investidas pararam por aí.

Na etapa complementar, os alvinegros recuaram mais, R10 sumiu, Tardelli e Fernandinho continuaram mal, e o sufoco aumentou. As poucas chances de contra-ataque foram desperdiçadas com erros de passes. Com maior posse de bola, o Nacional chutava de fora da área a todo momento. Já o Atlético se defendia de qualquer maneira e praticamente não se arriscava. Novamente Victor teve papel de herói, em chutes de Cárdenas, aos 19min, e Díaz, aos 28. Foi a gota d’água para que o goleiro se irritasse com os companheiros, tamanha a apatia nos combates combinada com falhas na saída rumo ao campo adversário.

MELHORA E CASTIGO
O Galo só melhorou no poderio ofensivo depois das entradas de Guilherme e Marion, nos lugares Ronaldinho e Fernandinho, respectivamente, já na parte final do jogo. Passou a ser um time mais ágil e rápido. Em seu primeiro lance, Guilherme recebeu de Jô e ajeitou para Marion chutar para defesa milagrosa de Armani.

A estratégia do Nacional surtiu efeito nos acréscimos. Mais perigoso jogador do time anfitrião, Cárdenas foi premiado por tudo o que fez no duelo. Ele arriscou de longe, mas desta vez Victor ficou sem reação. O castigo no fim agora obriga o Galo a ser ofensivo no Horto, onde terá o incentivo da torcida na semana que vem.


ATLETICANAS
Galo no Pantanal
A Arena Pantanal, em Cuiabá, vai receber a partida entre Santos e Atlético, em 18 de maio, às 18h30, pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para este confronto, o estádio, que hoje recebe a visita da presidente Dilma Rousseff, deverá ter toda sua capacidade liberada ao público, com 41 mil lugares.

Massa mobilizada
Começou ontem a venda de ingressos para o jogo de volta das oitavas de final da Copa Libertadores, diante do Nacional de Medellín, na próxima quinta-feira, às 19h15, no Independência. À exceção da cadeira Minas, ao preço de R$ 50, já esgotada, havia bilhetes para todos os setores. A venda prossegue hoje, das 10h às 20h, na sede de Lourdes.


Nacional-COL 1 x 0 Atlético

Nacional-COL
Armani; Henríquez, Nájera e Murillo; Bocanegra, Bernal (Diego Arias 12 do 2º), Mejía, Díaz, Cárdenas e Valencia; Duque (Tréllez 23 do 2º)
Técnico: Juan Carlos Osório

Atlético
Victor; Otamendi, Leonardo Silva, Réver e Emerson Conceição; Pierre, Leandro Donizete e Ronaldinho Gaúcho (Guilherme 39 do 2º); Diego Tardelli, Jô e Fernandinho (Marion 36 do 2º)
Técnico: Paulo Autuori

Estádio: Atanasio Girardot
Gols: Cardenas 46 do 2º
Árbitro: Martín Vázquez (URU)
Assistentes: Miguel Nievas e Carlos Changala (URU)
Cartão amarelo: Murillo e Leonardo Silva