Santa Cruz vai ao MMPE pedir punição a torcedor do Náutico

"O Santa Cruz é o clube das três raças: dos vermelhos, pretos e brancos". A frase do presidente do clube, Antônio Luiz Neto, denotava o sentimento do clube em relação às postagens de cunho racista e preconceituoso de um torcedor do Náutico no Twitter após a eliminação do Timbu no último domingo. Na tarde desta terça-feira, o dirigente coral foi ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitar, através do procurador-geral da instituição, Aguinaldo Fenelon de Barros, que fosse investigada as declarações e que houvesse uma possível punição para o internauta. O mandatário da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, se solidarizou com o caso e acompanhou ALN.

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Os dirigentes chegaram para conversar com Fenelon por volta das 17h. Permaneceram cerca de 15 minutos trancafiados na sala da procuradoria-geral de Justiça com Aguinaldo Fenelon até que o acesso da imprensa fosse liberado. Assim que os repórteres e jornalistas se fizeram todos presentes, o procurador-geral do MMPE disse que vai tratar o caso com prioridade. "Vou pedir urgência para que isso incite brigas entre torcidas. Recebi do Santa Cruz e da FPF uma representação contra o torcedor e vou encaminhar já para os promotores", declarou Fenelon.

Quem também esteve na sala foi a coordenadora do Grupo de Trabalho sobre Racismo (GT Racismo), Maria Bernadete Azevedo. A convite do MPPE, fez duras crítias às postagens do torcedor do Náutico. "Este é um crime grave e deve ser rigorosamente punido. Casos de discriminação racial são danosos para a sociedade. Eles são ainda mais danosos nas redes sociasis, que propagam as informações com mais velocidade", disse. "É um crime de ordem pública, inafinançável e que o infrator pode pegar de dois a cinco anos de reclusão", acrescentou.

O presidente do Santa Cruz, por sua vez, enfatizou que espera por justiça. "Isso é um temor para a sociedade. Temos que evitar coisas desse tipo de todo jeito. Temos que evitar que declarações como essa se propaguem", contou. Evandro Carvalho também fez a sua parte "política" e recriminou a atitude do alvirrubro. "Isso não pode se tornar recorrente em Pernambuco. É nossa obrigação pedir punição", pontuou o homem de força máxima da FPF.