Futebol Nacional
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Sem paciência

Enquanto Sport não rende em campo, time e torcida não se entendem

No último jogo, jogadores rubro-negros não digeriam a postura dos torcedores quem estavam na arquibancada

postado em 01/03/2013 07:58 / atualizado em 01/03/2013 08:13

Brenno Costa /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
O Sport acabava de entrar em campo para jogar contra o Serra Talhada na última quarta-feira. Enquanto Vadão se encaminhava para o banco de reservas, os primeiros e tímidos gritos de insatisfação já surgiam. “Burro!” Começa o jogo. O Leão da Ilha sai na frente do placar. A torcida vibra, mas veio o gol do Cangaceiro e novas vaias foram entoadas. O som ambiente entimidador se repetiu no segundo gol do adversário. Os jogadores, por sua vez, não digeriam a postura de quem estava na arquibancada. Expulso, Hugo jogou a camisa para as sociais em gesto de protesto. Roger, ao ouvir um insulto que atingiu sua família, ficou revoltado. A relação entre a torcida do Sport e os jogadores está estremecida.

Curiosamente, o estopim veio no jogo em que a Ilha do Retiro abrigou o menor público, com 7.101 torcedores. Uma pequena massa de insatisfeitos. Que acostumou-se a ver o Sport tropeçar desde que foi eliminado na Copa Libertadores de 2009. Foram dois rebaixamentos à Série B. Duas eliminações vexatórias na Copa do Brasil. Duas derrotas em finais de Pernambucano - ambas para o Santa Cruz. Nesta temporada, os rubro-negros remoem uma saída inesperada na Copa do Nordeste e assistem a um time longe da forma ideal.

Como consequência, protestou em quase todos os jogos deste ano. Não precisa muito. Um passe errado. Um chute que toma um rumo para longe da meta adversária. Contra o Serra Talhada, vale lembrar, a insatisfação foi endereçada até para o presidente Luciano Bivar. O cartola também foi xingado e, obviamente, não gostou do que ouviu. Gilsinho, outro perseguido, ouviu a comemoração de alguns rubro-negros quando pediu para sair da partida. Detalhe: ele estava machucado.

A reação implacável da arquibancada provoca queixas no elenco. A Ilha do Retiro virou só insatisfação. Os Atletas não gostam do comportamento da torcida. E a torcida não gosta do comportamento dos atletas com a bola nos pés. Com a experiência de quem conhece o ambiente do clube há oito anos, Magrão se mostra surpreso.

“A cobrança está forte. Em oito anos de clube, nunca tinha visto esse tipo de manifesto. Nem mesmo nos dois rebaixamentos. O torcedor do Sport não é esse. Nesses oito anos de clube, eu vi uma torcida que sempre cobrou, mas que jogava junto com a equipe”, disse.