Uma vitória para corrigir o rumo leonino

O jogo com o América-MG agora faz parte do passado. Pelo menos esse foi o discurso dos jogadores do Sport nos últimos dias. Na prática, porém, não se esquece uma goleada por 5 a 0 assim tão fácil. Por isso, é difícil não relacionar o jogo da última terça-feira com o de hoje, diante da Chapecoense, às 16h20, na Ilha do Retiro. O resultado será decisivo para o grupo e para a torcida. A vitória é essencial para comprovar que o tropeço no confronto passado não passou de um acidente de percurso e para trazer a confiança, que andava tão em alta, de volta.

Antes da derrota para o América, o Sport vinha de quatro vitórias seguidas. Mais do que isso, apresentava um bom futebol, equilibrado. Pareceu ter esquecido tudo no jogo passado. O Leão entrou desligado em campo. Marcou mal, errou passes e foi inofensivo no ataque. Com isso, deixou uma dúvida na cabeça dos torcedores. Qual a verdadeira face desse time? É a resposta que terá que ser dada em campo hoje.

O técnico Marcelo Martelotte e os jogadores sabem bem disso. Uma conversa na reapresentação do elenco, na quinta-feira, foi importante para não deixar o ânimo baixar. Desde o fim do jogo com o América, o treinador já havia deixado claro que não ia deixar que a goleada repercutisse negativamente entre o grupo. Esse foi o grande trabalho da semana, até mais importante do que a preparação tática, pouco explorada nos dois dias de trabalho que antecederam a partida.

Martelotte não ficou só na conversa. Tomou uma atitude corajosa. Quando se esperava que a goleada se refletisse em mudanças na equipe, ele mantém a escalação e só muda uma peça porque foi forçado – na lateral esquerda, Marcelo Cordeiro, suspenso, dá lugar a Pery. Com isso, passa confiança ao grupo e reforça, na prática, o discurso empregado de que a derrota para o América foi um resultado ocasional. Ele saiu em defesa das peças criticadas: Fábio Bahia, que mostrou dificuldades ao ser improvisado na lateral direita, e Felipe Azevedo, que não vem tendo bom rendimento no ataque.

E não é apenas a recuperação de momento que está em jogo. A partida é contra um adversário direto do G4. A Chapecoense é vice-líder, mesmo com um confronto a menos. Ou seja, derrotá-lo significa roubar essa posição e permanecer como franco candidato ao título. “Sabemos que é o nosso concorrente direto. Temos que ter tranquilidade para saber jogar. Toda a equipe está ciente da responsabilidade de jogar dentro de casa. O torcedor vai cobrar esse resultado”, afirmou o atacante Marcos Aurélio.

Momentos distintos

Hoje, Marcos Aurélio vive uma fase bem diferente do início do ano. Cobrado pela grande expectativa que se criou na sua chegada, o atacante sofreu críticas. Chegou a ir para o banco de reservas. Mas reconquistou a confiança da torcida. Atualmente, é o artilheiro do time na Série B, com seis gols marcados. O número poderia ser melhor. Arriscar para o gol é com ele mesmo. Ele já acumula 44 finalizações em 11 jogos disputados: uma média de quatro por partida.

Felipe Azevedo está num momento delicado da sua trajetória no Sport. Embora o técnico leonino ressalte a sua importância tática na equipe, a torcida cobra gols. Em 11 jogos, ele marcou apenas uma vez. Por mais que não seja um centroavante nato, é um número baixo. As demais estatísticas ajudam a elucidar o baixo aproveitamento. Está faltando capricho. Acertar no gol não está sendo fácil para o atleta: das 19 finalizações feitas por ele, 15 foram fora  a met.

Adversário

A surpreendente Chapecoense conquistou nada menos do que 13, dos seus 23 pontos, jogando fora de casa. A campanha é arrebatadora: em seis jogos, são quatro vitórias, um empate e uma derrota. Esse resultado negativo aconteceu justamente na rodada passada, quando os catarinenses caíram frente ao Ceará, por 3 a 1. O segredo para uma campanha tão positiva? Um time bem postado defensivamente e com uma saída rápida no contra-ataque. Apesar da última derrota, a escalação da equipe foi mantida pelo treinador Gilmar Dal Pozzo. A novidade estará no banco: o lateral esquerdo Alan, que estava suspenso preventivamente por ter sido pego no exame antidoping, obteve liberação para atuar até seu julgamento no STJD.