2013
Público fantasma no Pernambucano
Na maioria dos públicos do Estadual, os estádios estão "lotados" somente no borderô
postado em 05/02/2013 09:09 / atualizado em 05/02/2013 09:24
Pesqueira e Chã Grande se enfrentaram a 46 quilômetros da cidade da Águia porque o estádio local não atendia aos requisitos mínimos exigidos pela Federação Pernambucana de Futebol. Ao que parece, isso não afastou o público no domingo. Pelo menos não no borderô. Apesar do estádio Mendonção às moscas, o público oficial foi de 6.014 torcedores. As imagens na televisão dos gols, 2 a 1 para o Pesqueira, correram o estado, aumentando ainda mais a desconfiança sobre o público real do Estadual, turbinado pelos ingressos promocionais da campanha Todos com a Nota, mas nem sempre com o público in loco.
Mesmo com o primeiro turno sem chamar atenção, tendo apenas o Náutico entre os grandes, a média de público após cinco rodadas é de 5.316 pessoas, com quase 80% do público oriundo do programa do governo. A princípio, uma dúvida sobre os jogos “virtualmente” lotados. Seria necessário contabilizar no borderô a carga de ingressos do TCN para receber a verba estatal?
Não, é o que garante o coordenador do programa, Fabiano Gomes. “A gente tem ouvido muitas informações a respeito disso (suspeita de público abaixo do anunciado). Em relação ao Todos com a Nota, nós pagamos pelo que é trocado, um dia antes. O torcedor pega o vale-cidadão através das notas fiscais e troca por um ingresso. Depois, quando o clube for prestar conta, a diretoria vai apresentar os vales-cidadão recebidos”, explica. O processo é válido mesmo que a troca seja feita pelo próprio clube, arrecando notas fiscais junto ao seu torcedor – só no interior, pois na capital ocorre via cartões magnéticos. A burocracia clube/estado é feita através de um ofício à Secretaria da Fazenda, com o repasse mensal. Ou seja, o público presente não interfere no andamento do programa, o que interliga o assunto à propalada média de público do Pernambucano, que no ano passado estabeleceu a maior marca do país, com 9.133 pessoas.
Ainda que o dado atual se mantenha entre os principais do Brasil, a distorção em alguns jogos, fato constatado pelo Superesportes inclusive na competição do ano passado, deverá resultar numa fiscalização maior, segundo o presidente da FPF, Evandro Carvalho. "Fizemos novos laudos sobre a capacidade dos estádios para acabar com o achismo. Antes, tinha jogo com 40 mil pessoas, anunciavam 20 mil e todo mundo acreditava. O que ninguém está assimilando é a capacidade real”, argumenta o presidente, rechaçando a “maquiagem”.
Questionado sobre os públicos do Pesqueira, que jogou três vezes com seis mil torcedores, o mandatário da federação aponta o fato como uma distorção. “Não existe orientação para aumentar o público, mas vamos ver o que aconteceu. No próximo jogo lá irei mandar mais um fiscal, para tirar fotos”, prometeu. Para Evandro, o borderô deveria registrar apenas o público presente – mas sem esquecer do pagante, até porque a FPF fica com 8% da renda bruta. Apesar do foco no Pesqueira, a situação se estende a boa parte dos jogos no interior. Das dezoito partidas fora do Recife no campeonato atual, treze tiveram a presença de 100% dos ingressos promocionais. Quantas delas no estádio? Difícil saber.
Todos com a Nota em 2013
R$ 7,5 milhões
é o investimento do governo do estado para o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste desta temporada
1.287.000
ingressos é o total de entradas do TCN à disposição
R$ 5,82
é o valor médio pago pelo poder público para cada bilhete
13
jogos no interior, de um total de 18 até agora, tiveram 100% de presença entre os ingressos promocionais à disposição
Público do PE2013
106.330 torcedores, o público absoluto
5.316
é a média após 20 jogos no primeiro turno
78,3%
é o percentual de torcedores com o Todos com a Nota.
Recordes de público no Pernambucano
10.895
pessoas, a maior média da história, em 1998
1.260.458
o maior público absoluto, registrado em 2012
80.203
o maior público oficial na competição. Náutico 0 x 2 Sport, no Arruda, em 1998, com o Todos com a Nota
Mesmo com o primeiro turno sem chamar atenção, tendo apenas o Náutico entre os grandes, a média de público após cinco rodadas é de 5.316 pessoas, com quase 80% do público oriundo do programa do governo. A princípio, uma dúvida sobre os jogos “virtualmente” lotados. Seria necessário contabilizar no borderô a carga de ingressos do TCN para receber a verba estatal?
Não, é o que garante o coordenador do programa, Fabiano Gomes. “A gente tem ouvido muitas informações a respeito disso (suspeita de público abaixo do anunciado). Em relação ao Todos com a Nota, nós pagamos pelo que é trocado, um dia antes. O torcedor pega o vale-cidadão através das notas fiscais e troca por um ingresso. Depois, quando o clube for prestar conta, a diretoria vai apresentar os vales-cidadão recebidos”, explica. O processo é válido mesmo que a troca seja feita pelo próprio clube, arrecando notas fiscais junto ao seu torcedor – só no interior, pois na capital ocorre via cartões magnéticos. A burocracia clube/estado é feita através de um ofício à Secretaria da Fazenda, com o repasse mensal. Ou seja, o público presente não interfere no andamento do programa, o que interliga o assunto à propalada média de público do Pernambucano, que no ano passado estabeleceu a maior marca do país, com 9.133 pessoas.
Ainda que o dado atual se mantenha entre os principais do Brasil, a distorção em alguns jogos, fato constatado pelo Superesportes inclusive na competição do ano passado, deverá resultar numa fiscalização maior, segundo o presidente da FPF, Evandro Carvalho. "Fizemos novos laudos sobre a capacidade dos estádios para acabar com o achismo. Antes, tinha jogo com 40 mil pessoas, anunciavam 20 mil e todo mundo acreditava. O que ninguém está assimilando é a capacidade real”, argumenta o presidente, rechaçando a “maquiagem”.
Questionado sobre os públicos do Pesqueira, que jogou três vezes com seis mil torcedores, o mandatário da federação aponta o fato como uma distorção. “Não existe orientação para aumentar o público, mas vamos ver o que aconteceu. No próximo jogo lá irei mandar mais um fiscal, para tirar fotos”, prometeu. Para Evandro, o borderô deveria registrar apenas o público presente – mas sem esquecer do pagante, até porque a FPF fica com 8% da renda bruta. Apesar do foco no Pesqueira, a situação se estende a boa parte dos jogos no interior. Das dezoito partidas fora do Recife no campeonato atual, treze tiveram a presença de 100% dos ingressos promocionais. Quantas delas no estádio? Difícil saber.
Todos com a Nota em 2013
R$ 7,5 milhões
é o investimento do governo do estado para o Campeonato Pernambucano e a Copa do Nordeste desta temporada
1.287.000
ingressos é o total de entradas do TCN à disposição
R$ 5,82
é o valor médio pago pelo poder público para cada bilhete
13
jogos no interior, de um total de 18 até agora, tiveram 100% de presença entre os ingressos promocionais à disposição
Público do PE2013
106.330 torcedores, o público absoluto
5.316
é a média após 20 jogos no primeiro turno
78,3%
é o percentual de torcedores com o Todos com a Nota.
Recordes de público no Pernambucano
10.895
pessoas, a maior média da história, em 1998
1.260.458
o maior público absoluto, registrado em 2012
80.203
o maior público oficial na competição. Náutico 0 x 2 Sport, no Arruda, em 1998, com o Todos com a Nota