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Proibição

Liminar proíbe reunião das três maiores torcidas de PE em dias de jogo

Os torcedores das facções organizadas como a Fanáutico, a Inferno Coral e a Torcida Jovem estão proibidos de entrarem nos estádios pernambucanos até o credenciamento

postado em 21/02/2013 09:59 / atualizado em 21/02/2013 10:56

DP/D.A/Press
A sociedade ganhou mais um round na luta contra a impunidade. Ontem, o juiz titular do Juizado Especial do Torcedor (Jetep), José Raimundo, acatou em caráter liminar o principal ponto da ação impetrada pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF) contra as facções Fanáutico, Inferno Coral e Torcida Jovem. A partir de hoje, as três organizadas estão proibidas de se reunir nos estádios de futebol em dias de jogos e sequer frequentar o entorno da área. A suspensão é por tempo indeterminado.

“Espero que a sociedade possa sentir a diferença já nos próximos jogos. O caso do torcedor baleado do Náutico foi a gota d’água para que fosse tomada uma medida mais enérgica. Já faz tempo que o clima é tenso nos estádios”, afirmou o magistrado. Uma audiência pública entre as partes envolvidas – Federação e organizadas – é o próximo passo do processo.

Mas o presidente da FPF, Evandro Carvalho, parece disposto a fechar o cerco das facções. Ele não descartou que o processo avance para a extinção das três maiores organizadas do estado. De fato, mais um passo foi dado. Esta é a segunda suspensão em menos de um ano, ambas provocadas pela FPF. Ano passado, Inferno Coral e Torcida Jovem passaram longe das finais do Campeonato Pernambucano.

À época, a proibição decorreu de uma decisão administrativa da FPF, sem respaldo judicial e, portanto, de natureza distinta à de ontem. Na prática, porém, o resultado foi exemplar. Fazia tempo que não se viam clássicos tão tranquilos fora de campo como os dois embates decisivos entre Sport e Santa Cruz.

A validade da medida expirou com o fim do Estadual, e as organizadas voltaram a ter acesso a partir do Campeonato Brasileiro. Com elas, a violência voltou a manchar o futebol em Pernambuco. O mais grave episódio recente deixou em estado gravíssimo o torcedor do Náutico Lucas de Freitas Lyra, baleado no último sábado, em frente à sede do Náutico, pouco antes de Náutico x Central.

Vândalos trajados com camisas de Fanáutico e Torcida Jovem iniciaram o tumulto na Avenida Rosa e Silva. O autor do disparo foi o funcionário contratado pela empresa de ônibus Pedrosa, José Carlos Feitosa Barreto, cuja função seria monitorar alguns coletivos, entre eles, o que foi apedrejado pelos vândalos. A medida judicial de ontem sucedeu a prisão temporária de José Carlos, capturado na manhã de terça-feira. Dois passos dados em dois dias contra a impunidade. Que esta luta, passo a passo, seja um caminho sem volta.

 

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