PM deve radicalizar ações para evitar vandalismo e proibir acesso das facções

Não insista em ir ao estádio com qualquer material alusivo às três maiores torcidas organizadas de Pernambuco. Não saia de casa sem o documento de identidade. Evite qualquer tipo de incitação ao tumulto, como gritos de guerra com tons de ameaça. Facilite o trabalho da polícia, pois o cerco à violência promete se fechar a partir deste fim de semana, com a estreia do segundo turno do Estadual. O atentado do último sábado, nos Aflitos, onde um estudante de 19 anos acabou baleado por um segurança de uma empresa de ônibus, resultou em uma série de medidas. A exemplo da liminar de proibição do acesso às arenas para Fanáutico, Inferno Coral e Jovem. Para a teoria sair do papel e garantir a segurança dos torcedores, várias corporações se reuniram, ontem à tarde, para discutir e traçar planos de ação.

Criado segunda-feira passada, o comitê de segurança em eventos esportivos, interligado ao programa Pacto Pela Vida, vai reunir diversas corporações todas as terças-feiras, para discutir e modernizar as ações. O titular da Coordenação de Operações de Recursos Especiais (Core), José Silvestre, garantiu o aumento gradual da fiscalização policial. “As atenções não serão voltadas apenas às três torcidas com proibição de acesso, mas a outros grupos, como a Gang da Ilha, o Bonde do Lampião e outras organizações”, declarou.

A Polícia está atenta para ninguém burlar as medidas. “Não vamos proibir uma pessoa de ir ao estádio com uma camisa de um certo tipo de cor. Mas se juntarem dez, 20, 30 pessoas andando em conjunto, entoando cânticos… estarão caracterizando um grupo organizado”, explicou o delegado.

Ações da Polícia

Impedir o acesso ao estádio de quem estiver com camisa, short, boné ou qualquer adereço das torcidas Fanáutico, Inferno Coral ou Jovem, mesmo se a pessoa não provocar tumulto ou se juntar com um grupo uniformizado.

Mirar atenção a outras torcidas organizadas. Os grupos não vão ser impedidos de ir ao estádio uniformizados, mas podem ser detidos, caso os agentes percebam qualquer tipo de incitação ao tumulto.

Monitorar os torcedores dentro do estádio e do perímetro de segurança esportiva (raio de cinco quilômetros), bem como em áreas de maior fluxo de pessoas, como os terminais rodoviários.

Controlar a ação dos seguranças contratados por companhias privadas, com o intuito de evitar abusos.

Evitar o cambismo e desvio de ingressos.

Restringir o acesso de sinalizadores e instrumentos sonoros, como charangas.

Se a pessoa em conduta inadequada não portar documento de identidade, levá-la à delegacia para a identificação junto a um datiloscopista (impressão digital).