Futebol Nacional
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Confusão

A violência chegou ao interior

Antes do jogo, rua ao lado do Luiz Lacerda virou praça de guerra entre as organizadas de Sport e Central

postado em 04/03/2013 09:25 / atualizado em 04/03/2013 09:28

Lucas Fitipaldi /Diario de Pernambuco

O vandalismo das facções organizadas migrou da capital para o interior. Ontem, Caruaru virou praça de guerra em mais uma tarde de “futebol”. O desfecho poderia ter sido trágico. Confronto entre vândalos trajados com a camisa da Torcida Jovem e outros, possivelmente, da organizada Comando Alvinegro apavorou quem estava na rua Campos Sales, a via de acesso da torcida do Central no Luiz Lacerda.

A vendedora Maria Gorete, de 45 anos, foi atingida por uma pedra na frente da filha. A marca da violência estava lá para quem quisesse ver, exposta em forma de hematoma no braço. Lucro, diante da selvageria dos agressores. Um dos três carros apedrejados serviu de escudo para Maria e sua filha Geysiane Maria, de apenas 14 anos, que visitava um estádio pela primeira vez na vida.

Outra vítima foi o comerciante Cícero Emanuel, 30, dono de um dos carros atingidos, e morador da rua Campos Sales. Ele estava dentro de casa quando tudo começou. “Ouvi os sinais da confusão e corri para perto da janela. Quando escutei o barulho, da pedrada no carro, fui abrir a porta de casa. Aí, minha mulher gritou para que voltasse. Os meninos (seus dois filhos) ficaram muito assustados”, relatou.

Os dois únicos policiais que estavam no local se desdobraram para conter o tumulto. Pedras voavam de todos os lados.

Um entulho de construção repleto de pedras e pedaços de tijolos exposto a céu aberto, na calçada, serviu de munição aos vândalos. Um dos envolvidos na briga foi encaminhado ao hospital com ferimentos no nariz. O incidente deu-se apenas duas semanas depois de Lucas Lyra ser baleado na avenida Rosa e Silva, em frente à sede do Náutico, minutos antes do início de Náutico x Central.

Judicialmente, as três maiores organizadas do estado - Jovem, Fanáutico e Inferno Coral - estão proibidas de frequentar até mesmo o entorno dos estádios em dia de jogo. A medida, posta em vigor dias após o caso de Lucas Lyra, tem se mostrado eficiente na capital. Ontem, mostrou-se meramente figurativa.