Futebol Nacional
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Diário Esportivo

Perdido e Perdedor

Confira a coluna esportiva desta quinta-feira.

postado em 07/03/2013 16:01

Fred Figueiroa /Diario de Pernambuco

Quando terminou o 1º tempo, Vadão parecia prever o que aconteceria. “O time perde chances e acaba complicando um jogo que poderia estar definido”.  Esta, no entanto, foi a única declaração aceitável do treinador. Depois do empate em 1 a 1 contra o Pesqueira, Vadão mostrou o quão perdido está ou - pior - o quão perdedor se tornou. Pelo menos, em seu discurso: “Não vou pedir demissão. Ainda não perdi um jogo aqui na Ilha”.  Será mesmo que ele considera os empates contra o Campinense (com eliminação na Copa do Nordeste) e o Pesqueira como resultados normais? Não são.

 

Talvez os anos que passou longe de equipes de massa tenham feito ele esquecer como funcionam as coisas em um clube como o Sport. Desde 2008, o único time fora de São Paulo (onde comandou Portuguesa, Guarani e São Caeatno) que treinou foi o Goiás e saiu de lá com três empates e três derrotas em seis jogos. Também achou normal? Com o elenco caro que tem em mãos - e do qual não consegue extrair um futebol sequer razoável - Vadão não pode minimizar o “buraco” em que está. Em 12 jogos contra equipes modestas - só uma delas integra a Série C, as outras nem isso - o seu time só venceu 5 jogos.

 

Difícil lembrar de um Sport tão apático e limitado enfrentando adversários dos mais baixos escalões do futebol nacional. Vadão é o único culpado? Não. Talvez nem seja o maior. Assumiu um clube em crise e apenas foi engolido por ela. Já fez variações, barrou jogadores, “inventou”, voltou atrás...Já tentou de tudo e nada muda efetivamente.  Se ele não vai pedir demissão, cabe ao presidente do Sport e ao seu braço direito, que agora recebe para isso, passar a encarar a situação como ela realmente é. Os dois insistem que as vaias e a revolta da torcida têm conotação política e são direcionadas por um pequeno grupo que “não desarmou o palanque” depois das eleições. Se ainda acreditam mesmo nisso, Bivar e Marcos Amaral estão errados.

 

Cada dia mais. A relação do clube com a torcida se deteriora e já afeta os jogadores. A barreira montada para “proteger” o banco de reservas dos sócios é um retrato do que o Sport se tornou. Um clube em séria crise com a sua própria essência.