Futebol Nacional
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Arbitragem

O Passo a passo da crise do apito

O que poderia ser um dia comum, sem jogo algum previsto, se transformou num turbilhão de frases de impacto e atos desfeitos

postado em 19/03/2013 08:24

 (BERNARDO DANTAS/DP/D.A PRESS)
Foi apenas o primeiro clássico. O jogo em si, na Ilha do Retiro, transcorreu sem grandes polêmicas. Uma ou outra falta, um cartão amarelo a mais ou a menos e a discussão normal após uma grande partida. Mas as declarações do presidente alvirrubro, Paulo Wanderley, chamando o árbitro Sandro Meira Ricci de “frouxo” respingaram na segunda-feira. Bastante. O que poderia ser um dia comum, sem jogo algum previsto, se transformou num turbilhão de frases de impacto, atos e atos desfeitos. O dia começou com a escalação de Ricci para o jogo Central x Náutico, no Lacerdão, nesta quarta. Seria uma desmoralização para Paulo Wanderley. Não fosse uma regra interna, desconhecida do público, que proíbe a escalação de juiz em jogos seguidos de um mesmo time. Assim, a escalação foi devidamente desfeita pelo presidente da FPF, Evandro Carvalho. Mesmo seguindo para um evento em Caruaru, por telefone, o dirigente tachou de “pirraça de criança” o sorteio de Ricci. Na verdade, a frase colocou em xeque até mesmo a existência do sorteio para definir a presença do árbitro integrante do quadro da Fifa. A consequência foi a entrega dos cargos de toda a comissão de arbitragem do estado, deixando a Ceaf vaga. Ou seja, a história ainda não acabou. E, vale relembrar, foi apenas o primeiro clássico…


O desafio de Paulo Wanderley

A derrota do Clássico dos Clássicos no domingo gerou a ira do presidente alvirrubro, Paulo Wanderley. O mandatário timbu declarou que Sandro Meira Ricci era um “frouxo” e desafiou a FPF a escalar o juiz em outra partida do Náutico. Segundo Wanderley, o juiz tentou intimidar os jogadores de sua equipe, enquanto, com os atletas do Sport, Ricci teria sido complacente e economizado nos cartões para os leoninos.

Sorteio de Sandro Meira Ricci

Na tarde de ontem o sorteio para a arbitragem do jogo entre Central e Náutico, amanhã, em Caruaru, teve Sandro Meira Ricci como o vencedor. O “sorteio” em tom de resposta da CEAF para Paulo Wanderley, não soou muito bem aos ouvidos do presidente alvirrubro, que quando procurado pela imprensa, disse desconhecer a escolha, pois estava em um velório.

Evandro Carvalho

O presidente da FPF estava em Caruaru e declarou que o sorteio não teria validade. Segundo Evandro, existe uma “regra” interna na Federação que um juiz não pode ser escalado para trabalhar em duas partidas seguidas de um mesmo time. Novo sorteio seria feito para definir o trio de arbitragem que conduziria a única partida de amanhã. A regra mencionada por Carvalho não é oficial e não está prevista nos regulamentos da FPF e CBF.

Segundo Sorteio

Um segundo sorteio é feito e Gilberto Freire será o árbitro para Central x Náutico. Em entrevista ao Superesportes, Evandro Carvalho classifica como “pirraça de criança” a atitude da CEAF de colocar Sandro Meira Ricci como árbitro da próxima partida dos alvirrubros. Ele ainda lembrou que se a “regra” interna não for desrespeitada, Ricci voltará a apitar jogos do Náutico.

Reação do Central


O Central não aprovou o fato do juiz do jogo com o Náutico ter sido mudado. Para o presidente do clube, Sivaldo Oliveira, o correto seria a manutenção do nome de Sandro Meira Ricci, um árbitro Fifa, em vez do segundo sorteado, Gilberto Freyre. O presidente centralino ainda reclamou das más atuações dos árbitros do quadro estadual em partidas do Central

Erich Bandeira entrega o cargo de presidente da CEAF


Após às 20h de ontem, Erich Bandeira e Salmo Valentim entregam a direção da CEAF. Erich justifica a saída por divergências na filosofia de trabalho. Ele não quis comentar as declarações de Evandro Carvalho. Disse apenas não lembrar claramente da “regra” interna que não permitia a participação de Sandro Meira Ricci no sorteio.