Futebol Nacional
None

Bizarrice

Arbitragem vítima do regulamento no PE2013

Pressionados, árbitros economizam cartões amarelos. No caso de Gleydson Leite, até demais

postado em 23/04/2013 07:24

Lucas Fitipaldi /Diario de Pernambuco

Gleydson Leite mostrou oito cartões amarelos no primeiro Clássico das Emoções do ano. E apenas dois no do último domingo. A redução de 75% dá margem a críticas que colocam em xeque mais uma face do inaceitável critério de desempate estabelecido para as semifinais do Pernambucano. Se a intenção era coibir a violência, o tiro saiu pela culatra. Lances ríspidos passaram impune no segundo Santa Cruz x Náutico da temporada. Por exemplo, a entrada forte de Luciano Sorriso em Martinez aos 26 minutos do primeiro tempo.

Ricardo Fernandes/DP/D. A. Press
A vista grossa do árbitro chamou a atenção de quem acompanhava o jogo de perto. Gleydson, porém, é muito mais vítima que vilão. Vítima de um critério sem cabimento. Domingo, ele precisou lidar com uma pressão bem acima da média. Pressão que já seria grande por si só dado o caráter decisivo do jogo. O apito nunca teve tanto peso em Pernambuco.

Os árbitros, no entanto, evitam tecer críticas ao regulamento. Postura natural para quem é subordinado à Federação Pernambucana de Futebol (FPF), principal responsável - junto aos clubes - pela elaboração e aprovação do inconcebível regulamento. Nunca é demais lembrar: em caso de vitória alvirrubra, domingo, nos Aflitos, pelo mesmo placar do Arruda, 1 a 0, os cartões (acredite!) decidirão qual time avançará à final. Fica com a vaga quem tiver o menor número de vermelhos. Se igual, contam-se os amarelos. Permanecendo o empate, um sorteio definirá o classificado.

Gleydson garante não ter administrado a situação no clássico de domingo passado, mesmo tendo mostrado apenas um amarelo para cada lado. O primeiro, para o lateral esquerdo alvirrubro Douglas Santos, foi comemorado como gol pela torcida tricolor. “Para falar a verdade, nem notei a reação da torcida. Estava focado no jogo. Dei apenas dois cartões porque considerei que foram os únicos lances merecedores. Não houve nenhuma orientação para aliviarmos”, afirmou.

O presidente da Comissão Estadual de Arbitragem (Ceaf), Erich Bandeira, blinda o árbitro. “Ele pode, sim, ter deixado de dar um outro cartão. Mas não interferiu no resultado. Isso é o mais importante. Nenhum time saiu prejudicado pela arbitragem”.