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Técnico Pernambucano

Nas semifinais do Paulistão, Dado Cavalcanti recebe o apoio da família

Esposa, mãe e irmãs de Dado viajam hoje para acompanhar a disputa do estadual

postado em 03/05/2013 08:30 / atualizado em 03/05/2013 08:43

Celso Ishigami /Diario de Pernambuco

No início da noite do último sábado, seis gritos de gols despertaram a curiosidade de alguns moradores do Rosarinho. Àquela altura, o Sport já havia despachado o Ypiranga enquanto tricolores e alvirrubros descansavam em suas respectivas concentrações para a decisão do dia seguinte. O barulho vinha de um apartamento num prédio na rua Doutor José Maria. De fanáticas torcedoras do Mogi Mirim, que goleava o Botafogo-SP. Ou melhor, torcedoras do Dado Cavalcanti Futebol Clube, como elas mesmas fazem questão de destacar. Mãe, irmãs e mulher do treinador pernambucano que está sendo tratado como uma sensação em sua primeira passagem pelo futebol de São Paulo.

Amanhã, Dado Cavalcanti poderá dar mais um passo largo na carreira. Enfrentará o Santos, de Neymar, em partida que vale uma vaga na final do maior Estadual do Brasil. Jogo em Mogi-Mirim, já que o time do interior fez melhor capanha do que o Peixe na primeira fase, às 18h30. E antes que os vizinhos das empolgadas torcedoras fiquem preocupados, um aviso: elas embarcam hoje para acomapanhar o Mogi in loco.

“Estamos indo para levar um pedacinho de casa para ele. Não poderíamos deixar de estar com ele neste momento tão importante”, ressaltou Gina, a irmã mais velha. Um desafio para a mãe, dona Onilda. “Ela fica no quarto, rezando. Só vem para a sala quando a gente grita gol”, entregou Gizele, outra irmã de Dado.

Casada com Dado desde dezembro, Marcinha diz estar acostumada à tensão que antecede os jogos das equipes do marido. “Ele é um profissional exemplar porque ama muito o que faz. Mas em casa, sempre evito levantar questões sobre o trabalho dele. Dado não gosta que a gente fique dando pitaco”, brincou, antes de fazer uma análise mais detalhada. “Ele fica ainda mais introspectivo pouco antes dos jogos e se apega mais à razão, deixando as emoções de lado para que elas não atrapalhem suas decisões. Por isso, falo com ele antes da preleção começar e tchau. A partir deste momento, ele se concentra exclusivamente no trabalho.”

 

As inspirações de Dado

O 6 a 0 aplicado sobre o Botafogo-SP não foi uma goleada qualquer. Com o triunfo, o Mogi Mirim alcançou uma inédita classificação às semifinais do Paulistão. Mais do que suficiente para que a atual equipe fosse comparada ao “Carrossel Caipira”, formação com a qual o Sapão brilhou no início dos anos 1990, sob a batuta do técnico Vadão. Por isso, Dado Cavalcanti alcançou o status de ídolo da torcida mogicana. Mas nem pense que ele está satisfeito. Muricy Ramalho, Bernardinho, Phil Jackson. A julgar por suas referências, o treinador tem ambições bem maiores.

Dado trabalhou com Muricy Ramalho na época em que comandou a equipe infantil do Náutico. Mas não ficou restrito aos gramados. Buscou referências em outros esportes. Entre os modelos preferidos, estão o brasileiro Bernardinho e o norte-americano Phil Jackson, onze vezes campeão da NBA. “Nenhum deles conquistou nada por acaso. Apesar dos estilos diferentes, eles compartilham a disposição para trabalhar e estudar para aprimorar seus conhecimentos”, ressaltou o treinador.

Bem mais maduro do que em sua primeira oportunidade à frente de um grande clube de Pernambuco, Dado prefere não fazer planos para voltar ao Recife. “Não gosto de traçar metas neste sentido porque o mercado da bola é muito dinâmico. Eu tinha o objetivo de conquistar um espaço no futebol paulista, por se tratar de um grande centro do nosso futebol. A campanha que fizemos com o Luverdense-MT na Série C me deu esta oportunidade. Hoje, vivo um grande momento no Mogi Mirim, mas mantenho a ambição de chegar muito mais longe”, destacou o treinador.

Saiba mais:
O Mogi no Paulistão

20 jogos
13 vitórias
3 empates
4 derrotas
42 gols marcados
19 gols sofridos