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Conheça as principais peças do Vitória, finalista da Copa do Brasil Feminina

Daniele Neuhaus, Ketlen Weggers, Dani Pato e Lili Bala são comandadas por Caio Couto

postado em 03/05/2013 08:46 / atualizado em 03/05/2013 08:56

Lucas Fitipaldi /Diario de Pernambuco

Na véspera da final da Copa do Brasil, o Superesportes apresenta o Vitória sob a ótica de cinco personagens: a artilheira, a goleira, o técnico, a versão feminina de Carlinhos Bala e até uma candidata a miss. O Tricolor das Tabocas vai em busca do inédito título nacional amanhã, a partir das 10h, em São José dos Campos. Ontem, embarcou para São Paulo no início da manhã. Sem alarde. O empate em 1 a 1 no Carneirão, sábado passado, deixou a decisão aberta. Na edição de amanhã, você confere todos os detalhes da final.


A superação

Daniele Neuhaus falhou feio no último sábado. O erro custou o gol de empate do São José a apenas quatro minutos do fim. Jogou contra o patrimônio. Colocou para dentro da própria meta uma bola levantada na área. Aparentemente de fácil defesa. Nunca sofreu tanto por um escanteio. Uma pena. Até então, a arqueira de nome alemão, uma herança genética, fazia grande exibição. “Foi difícil digerir aquele lance. Teve um pouco de excesso de confiança da minha parte. Goleiros estão sempre sujeitos a falhas do tipo. Temos que aprender com elas. Estou ainda mais motivada para mostrar serviço no último jogo. Não vejo a hora de começar a jogar”, diz a atleta de 20 anos, ex-jogadora de vôlei. O futebol só entrou na vida de Daniele aos 12 anos de idade. “Foi um dia em que faltou uma menina no futsal da escola. Como sempre fui meio maluquinha, acabei indo para o gol. Gostei”, relembra. O sonho de conquistar a Copa do Brasil pelo Vitória virou missão: “Em todo canto as pessoas cobram da gente. Pedem o título.  A cidade merece.”

 

A mulher-gol

Ketlen Weggers é a mulher-gol do Vitória. Aos 21 anos, a catarinense encabeça o topo da lista de artilheiras da Copa do Brasil, com cinco gols. No Vitória desde 2011, foi vice-campeã da Copa do Brasil naquela temporada. Ano passado, ajudou a levar o time às semifinais da Libertadores. Sábado passado, marcou, de pênalti, o gol tricolor no empate em 1 a 1 com o São José. Iniciou a carreira incentivada pela mãe e hoje ignora os pedidos da mesma para voltar pra casa. “Ainda tenho alguns sonhos a perseguir no futebol. Ela me quer por perto, mas também entende a situação”, diz. Atacante habilidosa, Ketlen já vestiu a camisa da Seleção Sub-20. A amarelinha pode ser o destino nos próximos anos. Antes, sonha em levantar a taça com a camisa do Vitória. “A gente vem batendo na trave nos últimos anos, a cidade fica sempre naquela expectativa. Chegou a hora de sermos campeãs. Não estou pensando em artilharia. Quero o título.” Vencer o torneio mais importante do país por um time do interior de Pernambuco, certamente não estava nos planos aos 15 anos, quando foi aprovada na peneira do Santos e começou a vislumbrar um futuro nos gramados.

 

Miss em outro palco

No currículo de “popstar”, entrevista com Jô Soares e participações nos programas de Gugu e Adriane Galisteu. Nos gramados, a honra de substituir a rainha Marta num jogo com mais de 12 mil pessoas na Vila Belmiro. Tinha apenas 17 anos na época. Neste ano, Dani Pato concorreu ao Miss Recife, selecionada entre as 10 primeiras colocadas. Uma lesão no tornozelo a tirou de combate há mais de um mês. “É muito difícil ficar de fora num momento tão importante. Me resta torcer como se estivesse lá com elas. Elas que torceram tanto por mim no concurso de miss. Sabemos da importância desta conquista. Quero botar a medalhinha no peito.” Além das atividades de modelo e atleta, Dani cursa fisioterapia. Pensa no futuro. “Sei que o futebol e a moda são coisas passageiras. É preciso me preparar para o amanhã”, diz ela, catarinense de Dois Vizinhos, cidade vizinha a Pato Branco, a terra de Alexandre Pato. Revelada pelo Santos, Dani ganhou fama como um das sereias da Vila Belmiro. Seus traços renderam campanhas publicitárias ao lado de Neymar e Ganso.

 

A munição pernambucana

Uma baixinha de sorriso fácil e 1,55m, nascida, criada e calejada na praia do Pina. Lugar onde ganhou o apelido. Aos 29 anos, Lili Bala chama de “parceiro” o xará mais famoso. “Conheço ele. A gente joga futevôlei na praia. É meu parceiro”, diz ela, tempero pernambucano num time repleto de “forasteiras”. Lili ganhou destaque ao marcar um gol na Seleção Brasileira. O único da Seleção Pernambucana na derrota por 4 a 1 no Arruda, em 2011, num amistoso preparatório para a Copa do Mundo. “Foi inesquecível. Sempre sonhei em ser jogadora de futebol. Marcar um gol no meio de tantas craques, como Marta, foi uma honra”, relembra. Ganhar o título da Copa do Brasil seria mais um sonho realizado.

 

O "cara"

Caio Couto, carioca de 37 anos, comanda o Vitória desde o início do ano passado. O convite surgiu a partir do trabalho realizado na Seleção Feminina sub-20. Nas categorias de base do Fluminense, permaneceu quatro anos. Passou pela do Botafogo também. “Trabalhar com mulheres é bem diferente. Não em termos técnicos-táticos, mas na forma de lidar. Trata-se de um ser humano muito mais sensível”, diz. Totalmente adaptado ao universo boleiro feminino, Couto minimiza o favoritismo do São José. “Nas semifinais, o adversário também era mais cotado. E também empatamos o primeiro jogo por 1 a 1 em casa. Reagimos depois contra do Centro Olímpico. Podemos fazer de novo.”