Diario Esportivo
Confira a coluna de Fred Figueiroa sobre o dia do futebol
postado em 19/07/2013 11:14
A bola
(o prólogo do dia)
Estava ontem em um mercadinho de Santo Amaro e, de repente, percebi a mudança de fisionomia do dono do estabelecimento. Olhando para a rua, ele via dezenas de jovens se aproximando. Alguns sem camisa, quase todos descalços, falando alto. “O que eles vão fazer?”, perguntou, revelando a sua tensão. Temendo, possivelmente, um arrastão ou algo do tipo. No caixa, um dos clientes, também inquieto, não soube responder. Ao lado, outro avistou um objeto que tranquilizou a todos.
- Eles estão com uma bola.
Uma simples bola foi o suficiente para derrubar fobias sociais e, no fundo, um certo preconceito enraízado em grande parte da sociedade. Os jovens que, por um instante, representavam alguma ameaça transformaram-se em meninos indo “bater uma pelada”.
A bola tem uma linguagem particular que nós, brasileiros, entendemos.
A bola fala. Diz. Desperta. Alegra. Acalma. Diverte.
Mesmo parada, nos braços de um garoto que caminha descalço pela rua.
É aquela bola que costuma mudar vidas. Transformar realidades. Vencer barreiras sociais e preconceitos. A mesma que não cansamos de olhar, de chutar.
De empurrá-la com os olhos. De conduzi-la, muitas vezes, com o coração.
Hoje é o Dia Mundial do Futebol.
E também da paixão, da arte, da magia, da fidelidade, da felicidade, da fé...
...e dos meninos de ontem caminhando em Santo Amaro.
O barulho por Chumacero
Vi alguns torcedores do Náutico revoltados, questionando o alarde geral em torno da contratação do boliviano Chumacero pelo Sport, principalmente comparando com a repercussão um tanto tímida do trio de sulamericanos trazidos pelo clube da Rosa e Silva. Abri a discussão em meu Twitter (@FredFigueiroa) para tentar entender (e explicar) as razões para esta indiscutível diferenciação por parte da imprensa. Algumas conclusões:
1) A importância do jogador para o seu país foi a resposta mais repetida - sobretudo por torcedores do Sport. E é verdade. Os bolivianos sentiram e repercutiram bastante a saída do volante do The Strongest e da Seleção. O site oficial do Sport, inclusive, passou a publicar matérias em espanhol ao perceber o fluxo de acessos vindo do país vizinho - que ultrapassou os EUA como segunda principal origem de visitantes da página.
2) A novela da negociação é outro ponto fundamental. O nome de Chumacero vazou há tempos e gerou expectativa nos torcedores. A imprensa sabe que isto causa audiência e, claro, passou a procurar todo tipo de informação. Toda contratação que se arrasta acaba chamando uma maior atenção. No caso do Náutico, o trio foi anunciado durante a Copa das Confederações e quase como um pacotão.
3) O momento que os dois clubes atravessam. Enquanto Chumacero foi confirmado na melhor semana do Sport na temporada, Oliveira, Morales e Peña chegaram em meio ao caos alvirrubro. E isto influenciará diretamente no rendimento deles em campo. É muito mais fácil se encaixar e conseguir mostrar futebol em um time organizado e em boa fase do que numa equipe remendada e pressionada. Sem falar no nível de dificuldade incomparável entre as Séries A e B. Por isso arrisco dizer que a diferença na repercussão da chegada Chumacero pode tornar-se proporcional a diferença no resultado do investimento.
(o prólogo do dia)
Estava ontem em um mercadinho de Santo Amaro e, de repente, percebi a mudança de fisionomia do dono do estabelecimento. Olhando para a rua, ele via dezenas de jovens se aproximando. Alguns sem camisa, quase todos descalços, falando alto. “O que eles vão fazer?”, perguntou, revelando a sua tensão. Temendo, possivelmente, um arrastão ou algo do tipo. No caixa, um dos clientes, também inquieto, não soube responder. Ao lado, outro avistou um objeto que tranquilizou a todos.
- Eles estão com uma bola.
Uma simples bola foi o suficiente para derrubar fobias sociais e, no fundo, um certo preconceito enraízado em grande parte da sociedade. Os jovens que, por um instante, representavam alguma ameaça transformaram-se em meninos indo “bater uma pelada”.
A bola tem uma linguagem particular que nós, brasileiros, entendemos.
A bola fala. Diz. Desperta. Alegra. Acalma. Diverte.
Mesmo parada, nos braços de um garoto que caminha descalço pela rua.
É aquela bola que costuma mudar vidas. Transformar realidades. Vencer barreiras sociais e preconceitos. A mesma que não cansamos de olhar, de chutar.
De empurrá-la com os olhos. De conduzi-la, muitas vezes, com o coração.
Hoje é o Dia Mundial do Futebol.
E também da paixão, da arte, da magia, da fidelidade, da felicidade, da fé...
...e dos meninos de ontem caminhando em Santo Amaro.
O barulho por Chumacero
Vi alguns torcedores do Náutico revoltados, questionando o alarde geral em torno da contratação do boliviano Chumacero pelo Sport, principalmente comparando com a repercussão um tanto tímida do trio de sulamericanos trazidos pelo clube da Rosa e Silva. Abri a discussão em meu Twitter (@FredFigueiroa) para tentar entender (e explicar) as razões para esta indiscutível diferenciação por parte da imprensa. Algumas conclusões:
1) A importância do jogador para o seu país foi a resposta mais repetida - sobretudo por torcedores do Sport. E é verdade. Os bolivianos sentiram e repercutiram bastante a saída do volante do The Strongest e da Seleção. O site oficial do Sport, inclusive, passou a publicar matérias em espanhol ao perceber o fluxo de acessos vindo do país vizinho - que ultrapassou os EUA como segunda principal origem de visitantes da página.
2) A novela da negociação é outro ponto fundamental. O nome de Chumacero vazou há tempos e gerou expectativa nos torcedores. A imprensa sabe que isto causa audiência e, claro, passou a procurar todo tipo de informação. Toda contratação que se arrasta acaba chamando uma maior atenção. No caso do Náutico, o trio foi anunciado durante a Copa das Confederações e quase como um pacotão.
3) O momento que os dois clubes atravessam. Enquanto Chumacero foi confirmado na melhor semana do Sport na temporada, Oliveira, Morales e Peña chegaram em meio ao caos alvirrubro. E isto influenciará diretamente no rendimento deles em campo. É muito mais fácil se encaixar e conseguir mostrar futebol em um time organizado e em boa fase do que numa equipe remendada e pressionada. Sem falar no nível de dificuldade incomparável entre as Séries A e B. Por isso arrisco dizer que a diferença na repercussão da chegada Chumacero pode tornar-se proporcional a diferença no resultado do investimento.