Futebol Nacional
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Pontaria

Eficiência do ataque timbu é calculada e controlada pela comissão técnica

Trabalho para que os jogadores não corram mais do que o necessário deixa o ataque do Náutico ainda mais perigoso

postado em 30/03/2013 08:59 / atualizado em 30/03/2013 09:13

Daniel Leal /Diario de Pernambuco

Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Um GPS acoplado ao calção dos atletas, uma prancheta que não perde um detalhe sequer, um computador com um processador avançado e muitas, muitas horas de cálculos para chegar às estatísticas. Combinações que, isoladas, não parecem dizer tanto. Mas quando somadas e comparadas são um subsídio imprescindível para não só comprovar, como também ajudar na evolução de detalhes no Náutico. Os números vêm de um trabalho minucioso do fisiologista alvirrubro Cléber Queiroga. E comprovam a evolução de um ataque avassalador. Máquina de fazer gols, que o Santa Cruz terá muito trabalho para segurar.

Não é que o técnico Vágner Mancini tenha mudado a modo do atacante Rogério jogar em razão dos dados passados pelo departamento de fisiologia. Porém, pode, sim, ter influenciado. Até o ano passado, o atleta tinha a obrigação de marcar os laterais adversários até a defesa. Hoje, só faz isso até o meio de campo. O resultado da alteração tática é notório. Rogério fez um gol na última Série A. Só no atual Estadual, já balançou as redes 12 vezes. “Os dados são fornecidos e cada treinador analisa e trabalha da sua forma”, disse Queiroga.

Em gráficos (estes, tratados com mais sigilo pelos clubes), é possível ver a trajetória de como cada atleta corre em campo. “Podemos ver velocidade média, máxima, traçar essas trajetórias… O gráfico de Rogério, por exemplo, é muito alternado em cada partida”, disse o fisiologista, frisando a capacidade que Rogério tem de dar sprints (piques) ao longo da partida. “Atletas como Marcos Paulo e Martinez são os que mais correm em média no jogo, mas Rogério dá normalmente quase o dobro de sprints que a média do elenco.”

“Temos que ter um maior cuidado com o nível de CK (enzima medida para análise de fadiga muscular para evitar lesões) dele. São informações interessantes e importantes que podem, eventualmente se tornar ferramentas que eu posso usar em outros pontos, mas que servem mais para esse lado físico”, pontuou o técnico.

Os mesmos números revelam um Timbu mais agressivo em 2013. É certo que há um abismo do nível técnico entre a Série A do Brasileiro e o Campeonato Pernambucano, mas este ano a média de finalizações certas, assim como a de gols (ver no quadro ao lado) tem aumentado bruscamente.

A evolução da pontaria timbu

2012 – Série A
38
jogos

547
finalizações*

211
(38%) finalizações foram em direção ao gol

336
finalizações foram erradas

14,3
foi a média de finalização/jogo alvirrubra

44
gols

1,15
foi a média de gols/jogo

20%
das finalizações certas resultaram em gols

8%
das finalizações totais resultaram em gols

2013 – Campeonato Pernambucano Coca-Cola

16
jogos

279
finalizações

127
(45%) finalizações foram em direção ao gol

152
finalizações foram erradas

17,5
é a média de finalização/jogo alvirrubra

47 gols

2,93
é a atual média de gols/jogo

37%
das finalizações certas resultaram em gols

17%
das finalizações totais resultaram em gols

*Náutico foi o time que mais finalizou na competição

Curiosidades

Os “maratonistas”

Os volantes Marcos Paulo e Martinez são os atletas que, em média, mais correm no Náutico em 2013. Ambos correm em média 8,2 quilômetros por jogo e são seguidos de perto por Douglas Santos, Auremir e Maranhão no ranking dos “maratonistas”.

O velocista

Em contrapartida, o atleta que mais dá piques, os chamados sprints, é o atacante Rogério. O atleta corre em média 6,2 quilômetros por jogo. Porém, enquanto a média de piques do time é de 30 por jogo, a dele é de 45 corridas acima dos 18 km/h a cada partida.

Fonte: Departamento de fisiologia do Náutico